O mais bacana de tudo é a forma que o diretor e roteirista Scott Cooper brincou com a trama do livro de Louis Bayard que já tinha brincado com a história de vida do grande escritor Edgar Allan Poe, pois as tramas misteriosas do escritor que sempre foram recheadas de códigos, de crimes e de trabalhos mais fechados e densos já fluem naturalmente, então usar ele como um protagonista numa trama com olhares amplos é algo que acaba sendo bacana, as investigações não foram tão jogadas, e principalmente nos foi entregue algo que não ficou enrolando, pois mesmo sendo longo tem estilo e boas dinâmicas, só diria que poderiam ter economizado nos personagens, pois alguns foram quase que apenas jogados na tela para nada, o que certamente no livro tem muito mais para ser mostrado, mas num longa daria para fechar em pelo menos uns quatro a menos que daria o mesmo impacto e agradaria bem mais.
Sobre as atuações é fato que grudamos nossos olhares em Christian Bale, e ele não desaponta com seu Augustus Landor, de tal maneira que faz um detetive meio canastrão e até seco demais, mas que o papel pedia e até o fim nos é entregue um pouco mais do motivo dele ser desse jeito, e com nuances práticas e até algumas forçadas de barra o resultado chama atenção e até quem sabe desejamos uma continuação de antecedência mostrando os outros crimes que solucionou e são falados logo no começo pelo coronel da Academia. Claro que fui pesquisar um pouco e realmente Edgar Allan Poe foi cadete da Academia Militar de West Point nos EUA, e aqui Harry Melling deu bons trejeitos para o papel, soube brincar com toda a desenvoltura do personagem, ser sagaz quando precisou e dinâmico com estilo, de forma que acaba indo até por alguns elos de lado, mas funciona demais e é isso o que importa. Ainda tivemos papeis mais fechados como o de Timothy Spall como o superintendente da Academia e Simon McBurney com seu Capitão Hitchcock e claro toda a família estranha Marquis com o pai médico vivido por Toby Jones, a mãe bizarra vivida por Gillian Anderson, a filha doente que Lucy Boynton deu boas nuances e o filho feito por Harry Lawtey, mas sem grandes chamarizes ou impactos durante o longa inteiro, somente nos atos finais sendo mais diretos, e ainda tivemos quase que duas participações rápidas de Robert Duvall como um ocultista bem trabalhado, mas que ficou só de enfeite mesmo para a trama.
Visualmente o longa é bem escuro, mas cheio de sombras e nuances para dar o ar misterioso, figurinos bem densos e rebuscados para dar a época, e claro ambientes bem próprios para filmes de mistério como florestas, mansões imponentes com muitas velas, cabanas, e claro todo o contexto da Academia Militar, com os diversos treinamentos e casernas aonde os jovens vão para afogar o dia na bebida, ou seja, tudo bem trabalhado e sem grandes requintes, valendo reparar bem em todas as pistas entregues desde a primeira cena para tentar acertar o mistério por completo, afinal a equipe de arte nesse estilo de filme sempre trabalha a favor do espectador.
Enfim, é um filme digamos interessante e bem feito, que acredito que poderia ter ido mais além ou eu fui conferir ele com expectativas demais, mas agradou ao menos, só temos de pontuar o que já falei várias vezes de fechar mais a quantidade de personagens, senão acaba virando uma série/novela e o diretor mais se perde do que entrega algo funcional. E assim sendo recomendo ele para quem gosta do estilo, mas deixo a dica de ir sem esperar muito, que aí talvez o resultado seja melhor, e fico por aqui hoje, voltando o quanto mais breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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