Diria que o diretor Peeter Rebane foi bem conciso na história que tinha em mãos, afinal vindo a base de um livro conseguiu junto do ator Tom Prior determinar um bom envolvimento e um desenvolvimento bem criativo e dinâmico para que o personagem tivesse um algo a mais a mostrar, e a grande dinâmica do filme está no carisma que vemos na relação, não apenas como algo emocional, mas sim pelas conexões artísticas, pelo conteúdo dramático bem encaixado, e principalmente pela posição em si, que já de cara dá para pegar todo o problema do jovem com o amigo no passado, e assim vamos seguindo para tudo o que acaba rolando nos vários anos mostrados. Ou seja, a direção foi eficiente em não ficar presa em clichês e conseguiu fazer com que o filme tivesse um ar bem diferente dos tradicionais, mas para isso precisou abrir o leque e gastou certamente mais do que um drama romântico simples gastaria, com muitos elos de época, e principalmente sem usar grandes efeitos computacionais. Sendo assim, não colocaria o longa como algo romantizado, mas sim um drama bem alocado com elos sentimentais e sensuais, que agrada pelas escolhas feitas, porém que poderiam ter sido mais usadas, e nisso o diretor economizou.
Sobre as atuações, diria que Tom Prior tem muito estilo e conseguiu fazer muito bem o personagem nas várias épocas em que o longa se passa, trabalhando seu Sergey com muito envolvimento e desenvolvendo trejeitos bem marcados, que claro foram bem orientados pelo verdadeiro Sergey antes de morrer em 2017, ou seja, foi criativo e emocional, e soube não ficar preso a um estereótipo, de modo que seu carisma marca presença e agrada bastante. Já Oleg Zagorodnii desenvolveu algo mais fechado, porém bem colocado com seu Roman, de modo que traçou elos emocionais simples, mas diretos em olhares e desenvolturas, o que acaba chamando muita atenção nas suas cenas, e também agrada bastante. Ainda tivemos bons atos de Diana Pozharskaya com sua Luisa, meio que sempre em segundo plano, mas importante demais na história toda pelas dinâmicas em si, e claro Margus Prangel sempre olhando torto para os protagonistas com seu major, além de alguns atos soltos de Jake Henderson como Volodja que foram bem direcionados, ou seja, o elenco trabalhou bem para que os protagonistas tivessem o foco total, e assim funcionou bem.
Como já disse a equipe poderia facilmente abusar de cenas mais baratas, mas optou por mostrar todo o treinamento e desenvolvimento das tropas na Guerra Fria, e com isso temos atos com aviões, armas, alojamentos, figurinos bem trabalhados, mas tudo condizendo perfeitamente com a época e com os momentos, que claro deram um tom a mais para o filme, mostrando que a equipe de arte soube usar tudo em seu benefício e agradar, além de cenas depois numa Moscou bem trabalhada no inverno, com mais roupas ainda de época e boas montagens teatrais.
Enfim, é um filme bem denso e que consegue passar bem a representatividade e o carinho dos personagens representados, que sendo uma história real nem daria para enfeitar muita coisa, mas que conseguiram simbolizar bem e envolver com tudo o que é entregue, só diria que faltou um pouco mais de emoção nos atos, que aí sim resultaria em algo mais perfeito, mas vale bem a dica para a conferida a partir do dia 05 em cinemas de várias cidades. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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