Uma coisa engraçada e ao mesmo tempo bem triste do estilo de direção de Darren Aronofsky é que ele gosta de traumatizar seu público, ao ponto que bailarinas morrem de medo de ver "O Cisne Negro", pessoas religiosas até hoje discutem qual a loucura chocante de "Mãe" e "Noé", e até mesmo com a primeira dama "Jackie" ele deu tons estranhos para uma mulher que poucos conheciam, ou seja, ele gosta dos holofotes todos virados para seu rosto para falar suas intenções e tudo mais, e aqui não foi diferente, pois mesmo a história de Charlie não sendo baseada em uma única pessoa, mas sim em vários homens extremamente obesos que se escondem atrás de grandes pensamentos, ele nos choca com as cenas das próteses que o personagem usou, choca com sua pressão arterial nas alturas, choca com o jeito que a filha trata todo mundo e no final acaba chocando ainda mais com a redação que tem de ser lida todas as vezes para ele acalmar, ou seja, é um filme que se analisarmos friamente é simples demais, mas ao mesmo tempo é genial, emotivo e impactante, e isso é algo que o diretor sabe fazer muito bem, e dificilmente nos desaponta, ao menos nesse quesito.
Sobre as atuações acho que nem preciso falar nada que já fiz do parágrafo introdutório quase tudo o que tinha para falar do protagonista, mas volto a frisar o quão perfeito está Brendan Fraser, pois o ator já se meteu em vários filmes ruins, já fez trejeitos que o levaram a virar piada, mas sempre se dispôs a dar seu máximo para os papeis que encarava, e aqui ele se entregou por completo, e mesmo por trás de tantas próteses ainda o vemos com seu carisma e emoção, fazendo duras cenas com seu Charlie e impactando com sua história e desenvoltura, ou seja, perfeito demais. Hong Chau também está conseguindo várias indicações como coadjuvante pelo que fez com sua Liz, sendo aquela amiga que cuidou por anos do personagem principal, mas mais do que isso, sua história de base tem muito envolvimento, e a atriz trabalhou suas cenas com muita força para chamar toda a atenção. Outra atriz que vem num crescimento gigante na carreira e aqui foi duríssima é Sadie Sink com sua Ellie, tendo ares sarcásticos e diretos, com uma boa entonação e servindo todos com o melhor da ironia bem encaixada, ou seja, segurou muito bem a onda que a personagem precisava fazer. E ainda tivemos Ty Simpkins com seu Thomas bem representativo, demonstrando bem a vida de alguns missionários que tentam salvar as pessoas com a palavra de Deus, e tendo uma base que deu para ser bem trabalhada também agrada no que faz. E entrando apenas nos últimos atos, mas com cenas tão impactantes quanto as dos demais, chegou Samantha Morton com sua Mary bem direta e cheia de diálogos fortes, mostrando a que veio sem se esconder, ou seja, completando um elenco perfeito.
Visualmente a trama se passa num apartamento bem fechado, aonde quase nem vemos nada do exterior (ou melhor só vemos a entrada na cena de discussão de Liz e Thomas, e todas as vezes que o protagonista sai na porta para pegar sua pizza, mas parece que só chove naquela cidade ao ponto que sempre que abrem a porta vemos muita chuva lá fora), e no interior vemos móveis bem gastos, um sofá detonado, toda a parafernália para o protagonista conseguir se deitar em sua cama, vemos seu carrinho para andar, depois tivemos uma cadeira de rodas para gordos, um notebook aonde dá suas aulas sempre com a câmera desligada, e uma bancada cheia de doces e muita comida espalhada, além de um tubo de oxigênio e vários outros detalhes importantes para a trama como uma bíblia que vai ser usada mais no final, o quarto do antigo namorado do protagonista intocado e totalmente arrumado, e claro a redação da baleia que tanto é falada o filme inteiro.
Mas mais do que os elementos cênicos importantíssimos para os devidos atos da trama, o que vai marcar mesmo é a terceira indicação do longa para a equipe de maquiagem e cabelo, afinal fizeram tantas próteses para deixar o protagonista imenso, mexeram em seu rosto para ficar mais arredondado e deixaram tudo tão monstruoso e crível de ver que chegamos até a pensar que o protagonista realmente engordou tudo aquilo para viver o personagem, mas não é apenas uma grandiosa roupa com resfriamento e tudo mais para ele sobreviver, mas pesando bastante para ajudar na interpretação dos movimentos difíceis, ou seja, irei torcer também para eles.
Enfim, é um tremendo filmaço que vale muito a conferida, que até tem certos atos que poderiam ser ainda mais fortes para causar mais, mas não era essa a ideia do diretor, então fica a dica para as sessões de pré-estreias que rolarão nessa semana, e a partir da próxima quinta 23 em vários horários. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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