Diria que o diretor Jean-Pierre Améris foi bem seguro na adaptação do livro de Sorj Chalandon, pois sabemos bem que a maioria das crianças tem esse olhar meio que de super-herói para com seus pais, e acreditam em tudo o que lhes é dito, de tal maneira que deixou o jovem inocente demais para tantas situações malucas que seu pai lhe conta, fazendo até tudo soar engraçado, mas ele nos mostrou que o jovem não é tão inocente assim, mas sim esperto, pois faz uso de tudo o que o pai falou para passar a responsabilidade para o novo amigo, que aí sim foi inocente de acreditar em tudo o que o jovem fala, com destaque para a cena da garotinha indo para o carro e a influência toda ali, e assim vemos um filme de influências, de loucuras e até mesmo de conexão entre pessoas e suas atitudes, que tem seu gracejo, tem atos de certa emoção, e claro tem atuações bem encaixadas demais, pois facilmente daria para tudo dar muito errado e ser daqueles extremamente cansativos, mas não, o resultado agrada e mostra o estilo do diretor/roteirista na tela.
E já que falei que as atuações foram muito bem colocadas, é claro que o foco é no trio familiar, com o jovem Jules Lefebvre entregando muita expressividade com seu Émile, demonstrando um interesse sempre gigante nas histórias do pai, fazendo os exercícios e tudo mais que lhe é exigido e desenhando muito bem tudo o que lhe vem na mente conforme ouve as histórias do pai, e é bem gracioso, tem estilo, tem um olhar forte e certamente vai se desenvolver bem futuramente. E claro o pai do garoto é ninguém menos que Benoít Poelvoorde que trouxe para seu André todo um ar meio maluco, meio icônico, cheio de imposições e sabendo muito bem o que entregar, fazendo atos por vezes explosivos e em outros algo meio que divertido e emocional sem recair para o lado frouxo, e isso chamou muita atenção até seus últimos atos. E ainda tivemos Audrey Dana com sua Denise bem tradicional, sendo daquelas mães que trabalham mais do que vivem em casa, mas também passando muito carinho para o garoto e sobrevivendo no meio das loucuras e histórias do marido, ou seja, fez com leveza todos os momentos sendo o oposto cênico no mesmo ambiente. E para finalizar tenho de dar também um leve destaque para o garoto Tom Lévy, que não fez atos muito expressivos, mas deu bons trejeitos de confiança no que seu amigo falava, sendo um bom encaixe e desenvolvendo bem os atos que foi colocado.
No conceito visual o apartamento foi bem representativo dos anos 60, com figurinos marcantes e tendo alguns até como elementos de discussão como o suéter do garoto, toda a discussão maravilhosa do protagonista com a TV, e claro os jantares sendo servidos de acordo com a paranoia do protagonista, ainda tivemos bons momentos numa escola bem tradicional, as andanças mostrando a desconfiança de pessoas serem espiãs ou policiais disfarçados, e como elemento cênico principal o caderno de desenho do jovem, muito bem retratado com caricaturas precisas e incríveis de ver.
Enfim, é daqueles filmes simples de ver, que tem uma história leve e bem trabalhada que não vai impactar ninguém com uma história para se refletir, mas sim algo interessante e divertido dentro do contexto todo e que serve como um bom passatempo do começo ao fim, então fica a dica para conferir nos cinemas que estrear na próxima quinta. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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