O diretor Hsu Chien é daqueles que ao mesmo tempo que faz filmes bem trabalhados, também entrega tramas bem ruins, e aqui ele infelizmente pecou muito com o que fez na tela, pois o filme teria tudo para entregar momentos icônicos, poderia ainda brincar com as piadas colocadas, e ainda desenvolver talvez algo que deixou meio subentendido para uma continuação, bastava eliminar os excessos e melhorar um pouco mais todo o ato de desapegar, o ato do grupo ali puxando para mais situações cômicas, e até mesmo desenvolver mais o elo familiar, que aí sim teríamos um filme que trabalhasse todo o ar da ideia, mas posso também não botar toda a culpa nele, afinal muito do cinema nacional é vendido para as empresas patrocinadoras, aí alguns elos acabam acontecendo apenas para mostrar aquilo, e o resultado acaba desandando um pouco, ou muito em alguns casos. Ou seja, aqui ele forçou um pouco a barra com algumas coisas desnecessárias, mas também trabalhou bem o emocional em outros, dando ao filme um bom gracejo, que claro acertou a data com uma das maiores promoções do cinema e assim está enchendo as salas, então acredito que vai ter um bom sucesso, mesmo não sendo um filme digamos "bem dirigido e editado".
Quanto das atuações, sabemos bem da qualidade expressiva de Glória Pires, mas acredito que deva estar com problemas nas escolhas das produções que vai encarar, pois tem caído em cada filme que não tem a sua cara ou que não fazem o melhor uso dela, tanto que aqui sua Rita até tem estilo, tem algumas boas facetas, mas não tem a tradicional entrega da grande atriz que é, fazendo trejeitos fáceis e até tentando dar um envolvimento maior para tudo, mas não vai muito além, e com isso apenas se doa para os momentos tradicionais e acerta em não forçar tanto. O mesmo podemos dizer de Marcos Pasquim que ao menos não tentaram usar ele como um garotão na trama como muitos casos ainda tentam, de modo que até teve algumas boas desenvolturas com seu Otávio, sendo um par romântico bem colocado com estilo, mas certamente dava para trabalhar melhor o seu consumismo. Já Maísa até soou mais simpática do que na maioria de suas produções, de forma que até vemos alguns elos bem colocados de sua Duda, alguns trejeitos mais fechados, mas ainda não posso dizer que chegou num estilo que vá mostrar muita coisa. Quanto aos demais, o grupo inteiro de consumistas até tem alguns atos engraçados de ver, trabalharam bem todo o desespero consumista que sabemos o quão difícil é se segurar, ainda mais se tiver um vício nesse estilo, mas não posso dizer que nenhum dos secundários conseguiram chamar tanto o destaque para si.
Visualmente o longa teve momentos interessantes, com uma sede simples do grupo de apoio, uma casa bem ornamentada de classe média alta, uma festinha simples demais e um escritório de contabilidade meio que montado sem saber o motivo também de ter o ambiente ali, ao ponto que vemos um esmero da equipe em montar várias lojinhas pequenas para mostrar as promoções no caminho da protagonista, e daria para apenas usar elas, mas como o patrocínio de uma grande marca veio para o filme fizeram também uma cena meio desesperada lá dentro. Ou seja, foram bem no que fizeram, mas sem grandes atos, valendo o destaque claro para um quarto de revelação fotográfico bem trabalhado, que talvez valesse mais cenas ali.
Enfim, é um filme que foi bem feito, mas que ficou no meio do caminho entre um drama e uma comédia, não sendo nenhum dos dois e nem uma dramédia clássica que envolvesse, pois não causou nenhum grande momento de risadas, nem um abalo emocional no público da sessão, ou seja, é o famoso filme mediano que não vai muito além, mas que como já disse deu sorte de entrar em cartaz numa semana de ingressos promocionais, senão a chance de não ter muito público seria bem alta. E é isso meus amigos, vou ver mais um hoje para tentar salvar o dia, então fico por aqui agora, e volto logo mais com mais textos, então abraços e até breve.
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