Gemini - O Planeta Sombrio (Звёздный разум) (Zvyozdniy razum) (Project 'Gemini')

2/04/2023 02:41:00 AM |

O mais cômico de conferir os filmes russos que chegam por aqui é que ou foram gravados em inglês para ter uma "universalidade" ou são dublados em inglês antes da distribuição, então curiosamente eu fico observando o movimento da boca para ver se está rolando mesmo todas as falas ou se enganaram bem a gente, e aqui no longa "Gemini - O Planeta Sombrio", por ser um filme para salvar o mundo, montaram uma equipe aparentemente universal, e assim pelo menos na ficha do longa se fala inglês e russo, não ouvi nenhum palavreado assim, mas não incomodou caso tenha sido dublado, pois os personagens e suas vozes combinaram com as personalidades, porém falando do filme em si, é até estranho pensar que fui conferir um filme teoricamente de terror, com uma pegada meio de alien e viagens espaciais, mas esses dois temas rolam tão rapidamente que ficamos mais com uma missão conflituosa entre os tripulantes e tentando entender um pouco da vida do protagonista do que assustados ou tensos com algo, e isso é um grande defeito, mas também não é uma bomba imensa como a maioria dos sites estão colocando por aí, pois a ideia em si é interessante de saltos no espaço-tempo para chegar à planetas extremamente distantes e tentar arrumar uma "nova" Terra para que os humanos possam destruir igual fizeram com essa que vivemos. E assim sendo o filme só não é melhor por exagerar em flashbacks para explicar o que vai acontecer no final, e fazer com que o público acredite na essência bem estudada de Física que os roteiristas pensaram para a trama, ou seja, é daqueles filmes que ou abstraímos toda a ideia e curtimos o que nos é mostrado, ou você sai da sessão xingando tudo o que viu.

A sinopse nos conta que em um futuro próximo... Após séculos de peregrinação ambiental, os dias da Terra estão contados. Com ela, a espécie humana está ameaçada de extinção. Mas a esperança renasce quando um jovem cientista revela um processo revolucionário de terraformação, que abre caminho para a colonização de novos planetas. Um grupo de elite de todos os matizes e de todas as nacionalidades é formado. Sua missão: assumir o comando da nau capitânia da frota internacional e partir em busca de um novo lar para a humanidade. Navegando rumo ao desconhecido, esses novos exploradores estão longe de imaginar os imensos perigos que os aguardam.

Posso dizer de uma forma bem fácil que a principal reclamação é em cima do estilo novelesco que o diretor Serik Beyseu desenvolveu a história, necessitando a todo momento ter paradas em escurecimento de tela (os famosos fades out) para mudar de uma cena para a outra mostrando a equipe em conflito no planeta desconhecido, e por vezes voltando no passado nos diálogos do protagonista com sua namorada/esposa, que em vários atos acabam até enchendo o saco de ver, porém ao final todas essas conversas terão um motivo, e assim o resultado até acaba sendo funcional, mas dava para fazer algo linear menos cheio de enrolações, desenvolver algo mais trabalhado com toda a ideia logo na apresentação, e assim o resultado acabaria chamando ainda mais atenção e não incomodaria tanto o público, além disso talvez um pouco mais de intensidade nos atos do "alien" fizesse o filme ser mais puxado para o terror/suspense e menos aventura/ação, mas isso são gostos particulares, então vale a reflexão em cima de tudo, e quem sabe ver o longa mais como um passatempo mediano. E nem vou entrar no mérito da Física, senão daqui a pouco até eu desisto do filme.

Quanto das atuações, aí sim temos um problema gigante de protagonismo, pois mesmo o foco sendo todo em cima de Egor Koreshkov com seu Steve, a todo momento o filme tenta brincar com os demais da nave, e por vezes nos perguntamos quem é esse que apareceu agora? E assim sendo diria que precisaram mesmo ficar voltando para dar toda a nuance em cima dele, e seus olhares meio galanteadores, seu estilão de atitude até acabou sendo algo bacana de ver, mas nada que surpreenda realmente. Quanto aos demais, vale claro dar um destaque para os ares sem muita atitude de Alyona Konstantinova com sua Amy e Dmitriy Frid com seu David completamente maluco nos atos finais, mas nada que realmente impressione neles, sendo mais personagens de conexões do que algo que vá além mesmo. Agora dando um spoiler, o que aconteceu com o pobre personagem de Viktor Potapeshkin, pois seu Richard acabou ficando na nave sozinho jogado no espaço? Ou seja, triste fim jogado para um personagem.

Visualmente até que fizeram atos bem montados, com uma nave gigantesca na tela, alguns efeitos estranhos, uma roupa espacial até que simples demais para as ondas de calor, mas tudo sendo bem chamativo, tirando claro o alien que pareceu um aglomerado de fios que fica soltando uma gosma sabe-se lá por onde, mas tudo foi bem encaixado e até engraçado, pois a nave tinha tantos compartimentos com lanternas e tomadas que quem fez isso não pensou realmente na realidade, ou seja, a equipe de arte falhou em exageros desnecessários.

Enfim, é um filme mediano, que dá para ver como um passatempo sem esperar nada, e claro rir de alguns absurdos, e quem for fã de novelonas vai gostar do capítulo rápido cheio de conexões, então fica a dica, contando claro com todas as mil ressalvas que fiz não recomendando ele como algo excepcional, aliás diria que esquecerei dele bem breve. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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