Globoplay - Mar Em Chamas (Nordsjøen) (The Burning Sea)

2/15/2023 01:22:00 AM |

Sei que muitos odeiam o estilo suspense de ação com tragédias, mas eu simplesmente adoro, e fica ainda melhor quando o filme consegue me passar o máximo de tensão para que eu entre em desespero também, ou seja, amo ver um daqueles filmes que com certeza vão me acalmar após um dia cheio de trabalho! E a dica de filminho desse estilo de hoje, ou melhor, filmaço do gênero que certamente deveria ter vindo para os cinemas, para que ficasse ainda mais impactante na telona, é o norueguês "Mar Em Chamas" que estreou por esses dias na Globoplay/Telecine, entregando uma dinâmica tão intensa e desesperadora de um resgate numa plataforma petrolífera que consegue nos prender do começo ao fim com uma história insana pelo tamanho de tudo, mas que já ocorreu em proporções menores em vários países, ou seja, é a famosa saga da natureza pegando de volta o que lhe foi tirado, e destruindo quem quer que esteja no seu caminho. E mesmo não sendo daqueles que temos atuações incríveis, a computação gráfica foi tão bem colocada que acabamos envolvidos quase como se estivéssemos na pele da protagonista em busca de salvar seu marido que não foi evacuado antes de tudo.

A sinopse nos conta que em 1969, o governo norueguês anunciou a descoberta de um dos maiores campos de petróleo do mundo no vizinho Mar do Norte, iniciando um próspero período de perfuração offshore. 50 anos depois, as consequências ambientais começam a se manifestar - uma rachadura se abriu no fundo do oceano, causando o colapso de uma plataforma. Uma equipe de pesquisadores, incluindo a operadora de submarinos Sofia, corre para procurar os desaparecidos e avaliar a causa dos danos, mas o que eles descobrem é que este é apenas o começo de uma possível catástrofe apocalíptica. Enquanto as plataformas são evacuadas, o amoroso companheiro de Sofia, Stian, fica preso nas profundezas do mar, e Sofia deve mergulhar para resgatá-lo.

Diria que o diretor John Andreas Andersen é o Roland Emmerich da Noruega, gostando de causar grandes destruições em seus filmes, sempre brincando com temas envolvendo ambientes naturais e com grandes atos bem tensos, e aqui em seu novo filme os roteiristas Harald Rosenløw-Eeg e Lars Gudmestad, que também são especialistas em tramas de tragédias climato-ambientais, acabaram lhe entregando uma proposta bem ousada e intensa que certamente ninguém faria tamanha loucura de ir no meio de algo sendo destruído para salvar o namorado/marido que ficou para trás numa evacuação, já preparando claro o velório sem corpo e pensando na indenização milionária que iria pedir para a companhia, mas como estamos falando de um filme, é claro que a mocinha vai com seu ajudante lá para o meio do caos caçar ele, e claro que tudo piora muito. Ou seja, é daqueles filmes que você certamente assiste já esperando o pior, mas que consegue ser convincente de certa forma para nos causar muita tensão, e sendo isso o que desejávamos ver, agradou em cheio, mostrando que podemos esperar ainda muito do diretor e dos roteiristas.

Sobre as atuações, não diria que tivemos grandes momentos de expressividades, mas todos conseguiram passar sensações com olhares e ao menos não atrapalharam a tensão da trama, claro com o destaque para a protagonista Kristine Kujath Thorp com sua Sofia bem disposta, mostrando que é papel de mulher também salvar o companheiro preso no caos, fazendo cenas e olhares bem desesperados e chamativos, e agradando ao menos no que precisava fazer. Rolf Kristian Larsen fez o que todo assistente faz com seu Arthur, colaborando bem com a protagonista e dando as devidas nuances, mas em alguns atos pareceu apático demais, e isso não é algo que se espere de alguém ao lado da protagonista. Bjørn Floberg trabalhou de uma forma bem direta com seu William, sendo daqueles engenheiros de caos prontos para resolver o problema, não importando que isso não seja a melhor opção para todos, e fez ares duros, deu notícias fortes e sobressaiu muito em cima do ministro vivido por Christoffer Staib. Ainda tivemos atos bem chamativos do namorado da protagonista vivido por Henrik Bjelland, e tivemos tanto o garotinho Nils Elias Olsen quanto uma assistente da empresa vivida por Ane Skumsvoll com olhares tão desanimados que se dependessem deles dormiríamos na sessão, mas como foram bem secundários acabaram não atrapalhando ao menos.

Visualmente o longa foi bem imponente, contando com uma computação bem realista e extremamente explosiva, com muitos elementos desabando e quebrando, plataformas bem trabalhadas nos devidos ambientes que acredito que tenham montado as principais salas que foram bem representativas, e um escritório bem rebuscado cheio de elementos cênicos com muitos computadores, só diria que poderiam ter melhorado um pouco as imagens aquáticas, pois a nitidez de ver o que os protagonistas falavam que estavam vendo no fundo do mar é algo tão abstrato quanto olhar para a terra do fundo e não ver nada ali, mas não atrapalhou, pois falaram tudo e então deu para imaginar. 

Enfim, gostei bastante do que vi na tela, fiquei bem tenso com todos os atos que passaram a apreensão de tudo explodir, de desabar, do resgate, do final no submarino e tudo mais, ou seja, é daqueles que recomendo com toda certeza para quem é fã do estilo, e repito que foi uma pena esse não vir para a tela grande, pois chamaria ainda mais a atenção. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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