O longa que é baseado no romance japonês de mesmo nome de Akira Teshigawara, foi muito bem escolhido para ser a primeira direção de Tae-joon Kim (que conhecemos por estar no elenco de vários longas sul-coreanos marcantes), pois ele não precisou criar cenas de grande impacto, desenvolvimentos de ação corridos, nem cenas com diálogos imponentes cheios de referências, mas sim uma trama que não tivesse tantas amarras e prendesse o espectador da mesma forma que o serial prende a protagonista, com uma conversa dócil para ajudar, analisando todos os seus gostos e feitios, e claro sabendo se esconder com muitas facetas dos policiais. Ou seja, é daqueles filmes aonde o diretor não precisou nem de uma história forte nem de grandiosas atuações para se destacar, mas sim mostrar o seu serviço realmente na montagem dos vários elos, e com isso ir convencendo e amarrando tudo para os desesperadores atos finais, e esse estilo é tão bem desenvolvido que acaba marcante, ou seja, iremos querer ver mais filmes dele, e talvez até versões desse mesmo filme em outras partes do mundo, pois dá para funcionar em qualquer lugar.
Sobre as atuações, diria que Chun Woo-hee entregou bem sua Na-mi, tendo as devidas nuances de uma garota que trabalha tanto com o pai no café quanto em uma empresa de alimentos, dando seu máximo e fazendo também coisas para ganhar mais, mas praticamente vive no celular 24horas, e a jovem conseguiu trabalhar bem sua expressividade quando tudo começou a desabar, fez trejeitos fortes e desesperadores e soube ser marcante sem soar cansativa, o que é bem raro com artistas que fazem jovens, apesar de a atriz já ter 36 anos e passar fácil como alguém próxima dos 20. Agora quem realmente foi surpreendente pelo estilo sereno e bem calmo para alguém com uma psicopatia tremenda foi Yim Si-wan, pois seu Jun-yeong é daqueles completamente malucos, conhecedor nato de tecnologia e com uma metodologia tão impactante que vai deixar qualquer um perplexo com seus olhares e sua dupla personalidade, sendo marcante e muito bem encaixado na produção. Dentre os demais, tivemos bons momentos com o policial vivido por Kim Hie-won, se demonstrando preocupado com sua reputação e também cheio de dinâmicas, tivemos o pai desconfiado da garota bem trabalhado por Park Ho-san e até mesmo a melhor amiga vivida por Kim Ye-won foi bem encaixada e com trejeitos bem trabalhados para não passar a frente dos protagonistas.
No conceito visual a trama teve uma boa pegada se passando basicamente em cinco ambientes, a casa simples e bagunçada da protagonista que vive na noitada com as amigas e corre entre os dois trabalhos e a faculdade, tivemos a casa do pai bem ampla e com alguns ares de requinte que é mais usada nos atos finais, a cafeteria do pai simples e tradicional e a loja de conserto de celulares do protagonista num lugar meio que abandonado que certamente quem cai ali está pronto para o golpe, ou seja, só malucos mesmo para entrar, e ainda tivemos a floresta aonde os corpos são encontrados, usando claro o tradicional artifício do gênero de muita chuva e vários policiais correndo montanha acima para trazer os pacotes e achando várias pistas estranhas, ou seja, a equipe de arte trabalhou bem para representar os diversos elementos de cada ambiente, mas mantendo todo o elo para o principal objeto que é o celular da protagonista e tudo o que o assassino vai pegando de detalhes sobre ela, além dos detalhes na sua casa e na sua loja, ou seja, tudo bem preparado e marcante.
Enfim, é um longa bem interessante dentro da proposta, que tem estilo e soube usar tudo o que pode para causar tensão e envolver o público, bem como já disse trazer uma certa reflexão de tudo o que compartilhamos envolvendo nossa vida pessoal, então fica a dica para não instalar nada desconhecido, e claro para dar o play nesse bom exemplar que surgiu na plataforma. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...