Diria que o diretor e roteirista italiano Brando Quilci conheceu a lenda do mosteiro e quis desenvolver uma história mais universal, tanto que temos uma produção italiana com atores indianos falada em inglês, e que aqui só chegou dublada em português, e ele entregou uma trama culturalmente bem interessante de se ver, porém faltou dar um toque mais emocional para tudo, de forma que ficássemos mais envolvidos com a história toda, e nos conectássemos à jornada do garotinho e do tigrinho, pois tudo é bem cênico, tudo é mostrado bem dentro do mundo ali, usaram imagens de terremotos reais para mostrar a destruição do país (aí temos um errinho grande, que se o jovem volta para a casa, um sobrado e está de pé, com apenas alguns tijolos no chão, de modo que ficou meio estranho) e também mostrou muitos atos dos bichos no meio da natureza, então acabou ficando quase como um daqueles episódios do Discovery Channel colocando alguém bem conectado ao bicho para fazer uma viagem maior, e assim o resultado é interessante, mas não emociona como deveria.
Não vou falar muito das atuações, afinal o longa veio apenas dublado e com vozes que não deram as devidas emoções para as cenas, mas diria que o garotinho Sunny Pawar teve uma grande conexão com o tigrinho, dando leite na mamadeira para ele, brincando e andando em diversos atos, mas temos também alguns momentos que vemos que não é bem a mão do jovem que faz alguns carinhos, então teve também cuidado com o bicho, e fez alguns trejeitos bem colocados e soube ter uma jornada até que interessante com seu Balmani, mas nada que impressionasse muito. Ainda tivemos Claudia Gerini fazendo uma professora/dona do orfanato bem disposta a tudo para reaver o garotinho fugitivo, tendo boas cenas e desenvolturas, mas soando meio falsa em alguns momentos (acredito que tenha sido a dublagem atrapalhando!). Também tivemos um caçador meio estranho de atitudes, claro que não esperava um matador nato dentro de um filme infantil, mas Shi Yang Shi poderia ter feito alguns atos mais imponentes, fora as atitudes mais bobinhas do cozinheiro do orfanato vivido por Amandeep Singh que vivia com sorrisinhos, mas se perdeu no personagem de ajudante de caça.
Agora sem dúvida o ponto alto da trama ficou a cargo do visual que passou por grandes paisagens do Himalaia, mostrando algumas áreas áridas bem trabalhadas, florestas aonde o povo nômade vive passando e tendo suas cabanas e costumes mostrados rapidamente, tivemos cenas no meio de uma tempestade de neve, alguns atos mostrando os caçadores de mel nas montanhas, e claro o mosteiro incrustado na montanha com vários elementos bem colocados, não sendo um filme que necessitou ser criado coisas, mas sim um mini-road-movie-documental bem trabalhado em locações bem escolhidas, e isso ao menos funcionou bem.
Enfim, é um filme que dava para entregar muito mais, aliás o trailer já conta praticamente a história inteira inclusive com o final (quem editou ele não pensou muito bem!!!), mas que algumas crianças vão gostar do tigrinho e outros vão ver apenas pelo bom visual, ao ponto que ficou algo mediano como um passatempo leve e bem colocado ao menos, de modo que recomendo ele com mais ressalvas do que elogios. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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