Não diria que o diretor Oliver Park atingiu algo que atingisse grandes patamares do gênero de terror, mas ao menos fez melhor que muitos outros que ultimamente tem entregue mais do mesmo, e que abusando um pouco dos sustos gratuitos em cenas que na maioria ficamos já esperando algo, ele conseguiu trazer o roteiro que lhe foi entregue para algo que chamasse a atenção, prendesse o público e principalmente tivesse uma boa história de base, afinal a cultura judaica tem muitas mitologias com demônios e elementos que clama por desenvolvimentos e melhores explicações mundo afora, e aqui ele dosou um pouco disso, criou um climão familiar não muito agradável entre os protagonistas, e até correndo um pouco com tudo deu as devidas nuances conflitivas para que tudo ocorresse, ou seja, temos o peso da culpa no protagonista, seu erro em algo que já não fazia há tempos, e claro todo o ar do mal bem encaixado na tela, fazendo os vértices tradicionais do gênero funcionar bastante.
Sobre as atuações, não temos nenhum grande nome chamativo, mas diria que todos entraram bem no clima e fizeram bons trejeitos para que nos convencesse do que estavam vendo acontecer, com Nick Blood trabalhando seu Arthur de uma maneira bem encaixada, fazendo alguns olhares meio que evasivos, desenvolvendo ares de dúvida do que via ou ouvia, ficando meio que enfeitiçado pelo demônio, e chamando bem a responsabilidade cênica para seus atos, de modo que chama até atenção. Da mesma forma Emily Wiseman também fez bem sua Claire, ousando em alguns momentos que chamamos de "coragem cênica" em filmes de terror, que nada mais é de enfrentar coisas sobrenaturais de modo duvidoso, e até poderia trabalhar um pouco mais de desespero, mas não falhou, e isso que importa. Já o time dos judeus natos foi bem misterioso nos olhares e gestuais, tendo alguns elementos culturais sendo mostrados e desenvolvendo bem tudo, com destaque claro para Allan Corduner com seu Saul e Paul Kaye com seu Heimish, ambos fazendo o que o filme pedia para seus papeis, sem exageros nem positivos nem negativos, e também tenho de destacar os dois mal utilizados Daniel Ben Zedou com seu Chayim e Anton Trendafilov com seu Yosille, pois poderiam ter brincado mais com as explicações e rituais que fizeram, mas morreram rápido demais, com o último aparecendo a todo momento morto na gaveta e em um vídeo interessante, mas sem ir muito além.
Visualmente o longa basicamente ficou só dentro da casa e da funerária dos protagonistas, tendo um elevador estranho separando os dois cenários, tendo vários velórios ocorrendo ali também, tendo alguns cômodos estranhos, fotos e espelhos cobertos para brincarem com movimentos, e claro todo o apartamento do morto cheio de elementos de cultos, aonde vemos um vídeo bem forte do ritual aonde o morto vê o bichão pela primeira vez, e falando no bichão acabou ficando bem estranho, porém assustador, então seus atos na funerária são bem macabros e marcantes. Ou seja, temos muitos elementos cênicos bem usados, e o resultado mesmo sendo rápido funciona.
Enfim, é um filme bem fechado que tem apenas 93 minutos, mas que foi muito bem usado, parecendo ser até maior, e que sendo um estilo que alguns gostam e outros odeiam, o terror de susto acaba sendo intenso e agradando bastante dentro da proposta toda, que só pontuaria mesmo a falta de trabalhar mais os cultos, ir mais a fundo na origem demoníaca, e tudo mais que pudesse dar uma base maior para o espectador, mas como disse, não desaponta e assim sendo é claro que recomendo ele para quem gosta do estilo. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...