O longa que é baseado num poema de 1956 de Hartinson é a estreia na direção e no roteiro de longas de Pella Pella Kågerman e Hugo Lilja, que antes fizeram vários curtas e aqui se sentiram seguros para dar um passo além, e foram bem além, tanto que é notável que exageraram um pouco na dose, pois dava para eliminar algumas cenas meio que estranhas demais, mas como todo o filme é algo para se juntar num contexto completo e chegar em outras conclusões, não diria que seja ruim as cenas que eliminaria estarem presentes. Ou seja, o trabalho deles é algo que se precisa assistir por inteiro para refletir sobre a ideia em suma, afinal ver as partes pode ser que em um primeiro momento você ache estranho as situações, mas que ao final tudo passe a fazer algum sentido maior, sendo daqueles filmes que as ideias mirabolantes fogem do comum, mostrando ousadia por parte dos jovens diretores, mas também um pessimismo maioral, daqueles que você tem de ver a trama sem esperar o melhor para algo, pois isso não acontecerá, porém como resultado, posso dizer que foram muito bem dirigidos cada momento da trama, com uma grandiosidade maluca, mas que flui.
Sobre as atuações a base toda é em cima de Emelie Garbers com sua MR, de modo que vemos a atriz andando para todos os lados da espaçonave, vemos fazendo diversos tipos de funções e principalmente se expressando com trejeitos de todos os tipos possíveis, que claro fluem em alguns atos e em outros ficaram estranhos de ver, mas de forma alguma podemos dizer que não fez o que precisava na tela, pois botou a cara e o corpo para valer do começo ao fim. Ainda tivemos bons atos bem sérios da brasileira/sueca Bianca Cruzeiro com sua Isagel, com performances mais ríspidas, mas sempre pronta para se envolver, chamando muito de tudo para si e tendo resultado. E claro outro que teve muitos atos marcantes foi Arvin Kananian com seu Chefone cheio de caras e bocas, mas mostrando estilo e conseguindo ser bem colocado nas cenas principais como um capitão deve ser. Tivemos muitos outros personagens secundários, afinal a trama é meio alongada, mas a maioria apenas se conectou com o trio, valendo destacar apenas Anneli Martini como a astrônoma da nave e Jamil Drissi como um intendente, mas sem muitos chamarizes.
Visualmente a inspiração da equipe com toda certeza foram os grandiosos cruzeiros que temos navegando os mares atualmente, misturando um pouco com o conceito das naves de "Star Wars" e "Star Trek", colocando várias lojas e ambientes para os viajantes desfrutar no período da viagem, tendo quartos mais simples com beliches e outros imensos com banheira e tudo mais, teatro, boliche, jogos e tudo mais, ou seja, bem parecido mesmo com um cruzeiro, além da sala da protagonista aonde uma máquina leva as pessoas para um envolvimento em suas memórias, sendo algo bem reflexivo e interessante de ver, que a equipe certamente viajou bastante na ideia abstrata, e o resultado se mostrou depois. Outro ponto notável da arte é ir vendo como os ambientes vão se degradando com os anos, ficando inicialmente lindo e todo cheio de glamour e depois praticamente abandonado na totalidade, ou seja, foram bem simbólicos e ousaram bastante nas alegorias.
Enfim é um filme bem interessante de proposta que poderia ter ido mais além com um desenvolvimento mais dinâmico e poucas cenas mais emotivas, para que não fosse apenas reflexivo, mas também um pouco mais emocional/dramático, mas de certo modo vale o tempo de tela e o resultado final é interessante, então fica a dica para conferirem. E é isso pessoal, consegui matar mais dois da minha imensa lista de filmes que coloco e sabe lá quando vou ver, já que sempre opto pelas estreias, mas como nessa semana tá bem feio de sugestões novas, eis que consegui ver dois que queria, então fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos.
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