Volto a falar que o estilo do diretor e roteirista Martin McDonagh é um dos que me atraem bastante, pois dramas sarcásticos tem algo que agrada e diverte sendo bem expressivo sempre, mas aqui acredito que ele quis brincar mais com as famosas brigas bestas que muitas vezes acabam com amizades e geram conflitos que os que estão do lado nem sabem o que fazer para nenhum dos lados, que não deu algo realmente chamativo para sua trama, pois o filme fica meio preso numa ilha aonde todos se conhecem e sabem de tudo entre eles, e que sabemos bem como acontece em pequenas vilas, e dessa forma seu filme daria para ser muito menor e mais bem colocado, mas não. Ou seja, não estou dizendo que seja um filme ruim, pois dei algumas boas risadas em diversos momentos, mas como ele acaba não acontecendo realmente, o resultado mais cansa do que agrada, e isso é algo ruim de falar sobre um uma trama grandiosa que tem levado bons prêmios.
Agora falar das atuações, é inegável que todos se entregaram demais e foram muito bem em cada cena do longa, desde Colin Farrell com seu Pádraic meio bobo e bem chato como todos na cidade falam dele, com um estilão contido, porém cheio de olhares e desenvolturas que chamam muita atenção (aliás só leva as vacas para passear e bebe, ou seja, nem um homem do campo podemos dizer que é!), passando por Breendan Gleeson durão, direto de pensamentos e cheio de poucas palavras com seu Colm, aonde até nos conectamos com seus gestuais e impactos, mas foi muito longe nas atitudes que até seu cachorro tenta não deixar ele seguir com o plano, ou seja, uma dupla que se faz sozinha em cena, e que junto dos demais chamou ainda mais atenção. E falando nos demais, é claro que tenho de falar do nome do ano Barry Keoghan com seu Dominic que foi só uma pena ter caído no mesmo ano de Ke Huy Quan abrilhantar, senão certamente levaria todos os prêmios para si, pois seu personagem é maravilhoso, cheio de expressividades e dinâmicas acentuadas, conseguindo chamar mais atenção até que os protagonistas, ou seja, merece tudo e mais um pouco. Ainda tivemos Kerry Condon muito bem colocada com sua Siobhan presa com o irmão na ilha, mas que tem as nuances de fuga preparada e consegue se destacar, entre muitos outros que apenas tem uma ou outra grande cena conectando com os protagonistas.
Visualmente a ilha é bem marcante com casas longe umas das outras, um bar aonde todos parecem ir para descontrair com música e bebidas, a casa de Pádraic mais ligada aos animais com a pequena jumentinha Jenny bem fofa meio como um cão andando pela casa, as vacas sempre sendo levadas para passear, e com poucos detalhes de ambientes, enquanto a de Colm cheia de coisas culturais, como um gramofone, máscaras, objetos estranhos e tudo mais bem perto da praia, além claro da igreja aonde todos vão aos domingos, e um outro lado da ilha mais movimentado, com uma venda, os barcos que partem para o continente e tudo mais, sendo um filme bem preparado aonde poucos detalhes chamam atenção, mas que dentro de um bom conteúdo funciona.
Enfim, é um filme que tem um estilo bacana, chama a atenção por toda a história maluca, mas que não chegou a me empolgar, claro que alguns vão se apaixonar e se enxergar muito ali, mas acredito que dava para melhorar muito nas dinâmicas e no desenvolvimento sem ficar tão monótono. Então deixo a dica para ver sem nenhuma expectativa (acredito que isso possa ter sido o que me desandou!) e só se você gostar bastante de filmes mais fechados, pois do contrário vai rir também de algumas bobeiras e depois não ver a hora de sair da sessão. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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