O diretor Victor Garcia já experimentou várias faces de tramas de terror, mexendo com alguns clássicos e continuações, e embora não seja daqueles que trazem muitas novidades em suas obras, ele sabe brincar com as facetas tradicionais do estilo e causar tensão, de modo que dá pra ficar pensativo em alguns momentos com o que fez aqui, se assustar com algumas aparições repentinas, e causar com a violência de algumas mortes, não sendo algo que você vá sair do cinema passando mal ou ficar sem dormir, mas acaba sendo um bom nome para se pensar quando falar de diretores de terror, pois ele usou o artifício do orçamento barato e de muitos efeitos práticos, que acaba impactando mais do que muita computação gráfica, e chama o público para perto de si. Ou seja, aqui não temos nenhum filme grandioso que será lembrado por anos, mas que sendo honesto com o que o público do gênero gosta de ver acaba funcionando.
Sobre as atuações, o mais bacana em filmes de terror é quando as atrizes entram no clima e demonstram estar com temor do ser, pois quando não passam a ideia para o público o filme acaba ficando morno demais, e aqui Carla Campra teve alguns atos interessantes de espanto, mas logo sua Sara se vê quase como uma detetive, e isso acabou pesando um pouco no estilo, não que ela tenha se saído mal, mas poderia se impactar mais. Embora Aina Quiñones tenha um estilão punk, sua personagem Rebe tem tantos problemas em casa com o pai que o monstro acaba sendo até meio que light para ela, mas quando o bicho pega, a atriz acabou fazendo atos bem desesperados e marcantes. Ainda tivemos Marc Soler bem feliz com a moça lhe dando bola, e sendo corajoso em alguns atos de seu Pedro, mas sorriu bem mais do que ficou com medo, e isso não é algo comum com um bicho daqueles lhe perseguindo, e claro ainda tivemos Carlos Oviedo como o traficante Chivo, bem direto e explosivo, tendo sua cena de impacto bem marcante, e diria que poderiam ter feito outras dessa forma, quanto os demais alguns saíram meio que jogados em cena, outros tiveram nitidamente suas cenas cortadas, mas não damos tanta falta deles.
Visualmente a trama teve uma boa contextualização de época, com figurinos e carros, mas também deu todas as nuances das vilas aonde todos se conhecem, com suas lendas e tendo claro a Igreja como base de tudo, ousando brincar com uma loja de jogos da época, catacumbas, rolos de filmes antigos, revistas de galãs juvenis e tudo mais que pudesse chamar atenção, funcionando bem, mas sem grandes chamarizes, ou seja, sem ter muito para gastar.
Enfim, é um bom filme do gênero que dava para ter ido um pouco mais além, mas que causa alguns sustos e funciona como deveria, valendo a recomendação para quem gosta do estilo e quer ver algo bacana sem ser o tradicional americano. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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