É bem fácil ver o problema do filme que é o excesso de narrações dos pensamentos do protagonista, e isso é a clássica fórmula usada por diretores iniciantes para resolver os problemas de criatividade de alguns roteiristas, afinal colocar tudo daria muito trabalho e deixar sem os áudios deixaria o filme muito estranho, então bora chamar o protagonista e gravar vários momentos e deixar ele apenas filosofando olhando para o vazio por muito tempo, que fica um ar chique e dá nuances. Ou seja, o diretor de clipes musicais Michael Haussman poderia ter ido além e fazer muito mais em cima do roteiro de Rob Allyn, mas não quis, ou o orçamento não deixou, porém trabalhou bem os momentos no meio da floresta, criou cenas bem intensas nos atos de degola e teve o ato de guerra bem trabalhado, de modo que se tivesse seguido essa linha o filme inteiro, o resultado seria muito melhor e chamaria muito mais atenção, mas ainda assim posso dizer que mesmo com toda a narração o longa convence, e não é ruim de ver.
Sobre as atuações, Jonathan Rhys Meyers conseguiu ser bem marcante com seu James Brooke, de modo que sendo bem diferente no meio dos demais conseguiu se destacar sem precisar forçar, e fazendo os trejeitos de bom moço e pensando muito ao seu redor resultou em um personagem que não sabemos se o real foi assim, mas que facilmente teve um carisma grande com a tribo e acertou com estilo. Outro que foi muito bem em cena foi Otto Farrant com seu Charley bem carismático, tendo boa presença cênica, e valeria ter até mais cenas do garoto na trama, mas como seu personagem é meio secundário apenas desenvolveu no que precisava fazer. Tivemos ainda outras boas inserções na trama, valendo dar destaque para Atiqah Hasiholan como uma Fatima misteriosa e bem marcante no envolvimento com o protagonista, Bront Palarae bem encaixado com seu Mahkota imponente e disposto a tudo para ser o novo sultão, e claro Samo Rafael como um Príncipe Badruddin bem doce e com um estilo que quase puxou para outros lados no filme, mas sem soar artificial, o que acaba agradando.
Visualmente posso dizer que a equipe de arte caprichou bastante, tendo muitas cenas no meio da floresta, construindo casas bem simples, porém interessantes de madeira e folhas, vários atos de guerra bem simbólicos com facões e flechas, algumas cenas mais envolventes nos rios, e claro muito figurino de tribos e de exploradores da época, sendo algo que com certeza foi muito bem pesquisado e retratado com envolvimento e sem falhas, o que garantiu boas imagens para a trama.
Enfim, é um filme que agrada de certa forma pelo conteúdo histórico e pelo desenvolvimento de vários atos, principalmente os mais violentos, porém os atos mais intimistas mereciam uma qualidade melhor encaixada e menos narrações, mas nem sempre dá para fazer tudo na tela, então até que resolveram bem deixando esse ar mais filosófico do protagonista, e assim até vale a recomendação para todos. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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