AppleTV+ - Tetris

4/02/2023 06:47:00 PM |

Costumo dizer que existem gênios que você nunca vai imaginar o que fizeram pela humanidade com tão pouco, e um desses gênios foi o russo Alexey Pajitnov que criou um dos jogos mais viciantes que já existiu no mundo todo, porém a história de como esse jogo saiu de apenas uma diversão entre amigos na empresa nacional de jogos do país e explodiu mundo afora com uma conflituosa negociação entre várias empresas e o comunismo da União Soviética para o famoso GameBoy foi algo monstruoso de se ver, e claro que a AppleTV+ que não é boba nem nada conseguiu os direitos do longa e estreou "Tetris" na mesma semana que virá para os cinemas um dos maiores jogos que já tivemos, ou seja, a briga continua. E para quem quiser ver um tremendo filmaço de negociações, a dica para o play é certo, pois são ótimas atuações dentro de uma trama complexa que chama atenção do começo ao fim e impacta bastante como tudo se desenrolou, sendo algo marcante visualmente e que feito com vários gracejos ficcionais conseguiu chamar ainda mais atenção.

A sinopse nos conta que antes de Tetris se tornar um dos jogos de computador mais famosos do mundo, ele passou por uma jornada extraordinária: quando o desenvolvedor de jogos de computador nascido na Holanda, Henk Rogers, descobriu o jogo do programador russo Alexey Pajitnov no final da década de 1980, a Cortina de Ferro da URSS estava prestes a cair. Com o objetivo de comercializá-lo mundialmente em consoles de videogame, Rogers adquire a licença do Tetris e se envolve em um turbilhão de mentiras e corrupção, de modo que precisa negociar até com o serviço secreto russo KGB. Enquanto várias partes fazem reivindicações legais sobre o jogo, Rogers logo se vê envolvido em uma enorme batalha legal.

Não conhecia o diretor Jon S. Baird, mas já fiquei bem curioso de ver seus outros trabalhos, pois o que entregou aqui foi algo simplesmente genial, contando com uma pegada mista com o formato do jogo, ou seja os famosos 8 bits, trabalhou a essência de sub-valorização que muitos programadores de jogos recebem (ainda mais na época da URSS comunista que tudo o que você fazia pertencia ao Estado), e ainda brincou com as famosas jogadas legais de contratos, colocando as várias empresas jogando contra si mesmas, analisando as pequeninas linhas e encabeçando muito todo o ambiente, para que o apocalipse de vendas fosse algo marcante entre os vários grandes chefões das companhias, ou seja, ele soube dar um ritmo tão frenético para a produção, que se realmente as negociações para venda do jogo mundo afora foi dessa maneira os caras suaram bastante, e claro muito dessa ótima história se deve Noah Pink que criou um roteiro muito bem embasado, cheio das nuances mais incríveis de se ver, de tal forma que o diretor apenas orquestrou o ritmo, e isso sem dúvida é o que fez o filme ganhar minhas palmas ao final, pois suei junto com os personagens, e passar a emoção em uma trama vista em casa é algo muito difícil de acontecer, comigo ao menos.

Sobre as atuações, novamente tenho de dizer que Taron Egerton é sem dúvida um dos grandes nomes na sua faixa de idade, de tal modo que ainda vai explodir mais do que já fez em vários filmes, e aqui seu Henk Rogers é cheio de expressividade e dinâmicas, e um completo maluco que se realmente o verdadeiro Rogers fez isso ele era um surtado, e o ator conseguiu puxar o carisma do personagem para si, foi criativo de trejeitos e segurou o filme inteiro com ele, o que é maravilhoso de ver, ou seja, deu show na tela. Nikita Efrenov trabalhou de um modo mais sério seu Alexey Pajitnov, dando as completas nuances da época aonde ninguém podia dar brechas para qualquer estrangeiro no país, e demonstrou um carinho próprio bem encaixado em suas cenas, sendo seguro e bem colocado. Outro russo bem encaixado na trama foi Igor Grabuzov como um agente corrupto bem encaixado e cheio de explosões expressivas, de modo que seu Valentin Trifonov foi marcante e imponente de se ver. Ainda tivemos Anthony Boyle cheio de estilo para com seu Kevin Maxwell no melhor estilo de filho de dono de empresa gigante que acha que manda em tudo e quer aparecer sem saber negociar realmente, fazendo praticamente birra de criança mimada em várias cenas, e acertando muito com isso; outro que entrou com tudo foi Roger Allam fazendo o grande Robert Maxwell que teve direitos de muitos jogos em sua vida e o ator trabalhou seu personagem como alguém que dá seus jeitinhos bem trabalhados; e claro tivemos o pequenino grandioso Toby Jones muito explosivo e impactante com seu Robert Stein cheio de dinâmicas que marcaram bem tudo; e para não me estender muito ainda vale um destaque para Sofya Lebedeva com sua Sasha imponente e dupla no que precisava fazer.

Visualmente o longa foi uma grande brincadeira cênica, pois foi filmado apenas no Reino Unido, mas conseguiu representar na tela várias locações entre Japão, EUA e claro URSS (Rússia), de forma que vemos muito do ambiente secreto e misterioso da União Soviética, os carros dos anos 80 bem encaixados, as várias pessoas fazendo bicos de intérpretes nos hotéis, as roupas pesadas para aguentar o frio do país, e claro muitos computadores e videogames gigantes que tinham naquele ano, além da grande novidade sendo mostrada à sete chaves para o protagonista, o primeiro console móvel para jogos, ou seja, tivemos um longa muito representativo para a equipe de arte conseguir conceber tudo, e além disso a equipe gráfica brincou bastante com o visual de 8 bits dos jogos, transformando os cenários, os personagens e tudo do ambiente nesse estilo como se fosse realmente um jogo de várias fases, ou seja, simplesmente genial.

Outro ponto muito positivo na trama sem dúvida alguma foi a trilha sonora incrível contando com grandes clássicos da época, que além de dar uma emoção e um saudosismo para esse que vos escreve e nasceu nessa época, deu um ritmo marcante e impactante demais para toda a trama, ou seja, é claro que compartilho aqui o link para todos ouvirem antes e depois do filme, pois vale demais!

Enfim, sei que muito do que foi colocado na tela foi ficcional, afinal negociações nem sempre rolam dessa forma maluca, mas é isso que venho falando já faz muito tempo que precisa acontecer no cinema biográfico, que tem de manter sim a base da história para acreditarmos e conhecermos os personagens e o que ocorreu, mas se bem temperado até uma pedra fica gostosa, então a criatividade deu o ritmo que o filme precisava e o resultado ficou incrível de tal maneira que pesei muito para dar a nota máxima, e que só não darei pelo simples fato de trabalhar alguns elos familiares que não seriam tão necessários para o longa, mas ainda assim é um tremendo filmaço que vale o play com toda certeza. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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