Costumo dizer que se você quer afundar uma franquia troque o diretor que deu muito certo no primeiro filme, e isso não falha nunca, pois parte do sucesso do primeiro longa ficou a cargo Kyle Newacheck que soube usar os pontos positivos dos atores para que o filme fluísse bem, e aqui Jeremy Garelick optou mais por algo grandioso de estilo do que na história realmente criada pelo roteirista James Vanderbilt. Ou seja, se em 2019 a brincadeira toda foi bem trabalhada numa história e nas nuances que os personagens podiam alcançar, agora tivemos um filme grandioso de produção, mas pequeno de essência, que praticamente só corre para todos os lados, mas com a entrega feita no último momento apenas, sendo que ela já estava fácil logo que ocorre. Dessa forma, volto a frisar que não é um filme ruim, seguindo bem o estilão Sandler de bobeiras, mas que dava para ter trabalhado melhor o roteiro para não ser apenas uma super produção ostentando valores, explosões, destruições e saltos, que aí sim seria um bom filme completo do gênero, pois as sacadas cômicas até que funcionam, mas se apagam rapidamente no meio do caos.
Sobre as atuações, um fato sempre fica bem claro desde "Esposa de Mentirinha" que Adam Sandler e Jennifer Aniston possuem uma química incrível para tramas que precisam de conexões, e aqui eles entregam tudo e mais um pouco, fazendo piadas prontas, piadas com eles mesmo e se jogando em cenas tão bizarras com seus Nick e Audrey Spitz que acabam sendo convincentes, ou seja, os personagens tiveram tantas conexões com seus atores que nem vemos mais eles ali, mas sim a cumplicidade entre eles, o que é bacana demais de ver na tela, pois ambos divertem e se divertem, o que é muito bom. Mark Strong entregou um Miller bem trabalhado em olhares e desenvolturas, mas também bem forçado como vilão num segundo momento, de modo que acabamos nem torcendo tanto por sua derrota, e acaba faltando estilo para marcar suas cenas, ou seja, ele poderia ter sido mais vilanesco para causar, e isso não ocorre. Tivemos ainda bons atos com as voltas de John Kani com seu Coronel Ulenga, Adeel Akhtar com seu Marajá e Dany Boon com seu Inspetor Delacroix, todos bem encaixados nos papeis e dando conexões para os protagonistas, além das inserções bizarras com Jodie Turner-Smith como uma condessa, Kuhoo Verma como a irmã do Marajá, Saira, e Zurin Villanueva como a repetidora Imani, mas sem dúvida as participações mais estranhas ficaram a cargo de Carlos Ponce como um piloto de helicóptero que fez piadas com raças de cachorros no começo e no final volta a aparecer, e Mélanie Laurent como a noiva do Marajá que praticamente foi um enfeite em todas as cenas, não chamando nada para si, e olha que ela é uma tremenda atriz de vários filmes franceses.
No conceito visual volto a falar que o que nos foi entregue é uma daquelas superproduções que impactam demais com o visual, com os efeitos, elementos cênicos e tudo mais que se possa pensar em ver num filme do estilo, pois geralmente as comédias costumam ser de orçamentos bem limitados, e aqui temos uma ilha imponente com uma festa de casamento indiana no melhor estilo possível, com elefantes, danças, presentes inusitados, quartos riquíssimos, depois vamos para uma Paris cheia de perseguições e destruições (inclusive construíram um café cenográfico que até enganou os vizinhos do local somente para a van do filme trombar com maior realismo!), fora as diversas cenas no topo da Torre Eiffel com direito a entrar no Guinness com um dos saltos, e depois recriar todo o ambiente de três andares do topo para as cenas mais perigosas, ou seja, é o famoso filme que entregam um cheque em branco para a equipe de arte e fala para eles se divertirem à vontade.
Enfim, volto a frisar que não é um filme ruim, mas passa bem longe de ser excelente, e acabou ficando em termos de história e desenvolvimento bem abaixo do primeiro longa, então é aguardar o que farão com um terceiro filme, afinal Sandler é amado ao máximo pela plataforma e certamente já estão bolando o que virá pela frente, aparentando que vão para a Grécia agora pela última cena do filme, então é aguardar, e minha recomendação é que vejam sem esperar nada dele, que assim vão se divertir ao menos, pois rir mesmo de rolar não vai acontecer. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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