Diria que o diretor Julius Avery tem me surpreendido bastante, e entrado para o hall dos diretores que posso assistir esperando um bom desenvolvimento de tela, pois tanto "Samaritano" quanto "Operação Overlord" são dois tremendos filmaços, e aqui talvez alguns o julgue por não ter feito um longa com um cunho mais puxado para o terror de exorcismo mesmo, e jogado para algo quase de ação com muitos efeitos e desenvolturas mais intensas, que ainda mantém o estilo de briga com satanás, mas que dá um envolvimento mais pesado nas possibilidades do que no simples assustar ou causar com vômitos e viradas de corpo. Ou seja, os roteiristas florearam bem os livros de Amorth para que ficasse mais vendável e comercial, e o diretor pegou e botou seu estilo de terror com ação característico criando algo que facilmente pode se tornar uma boa franquia, que é desenvolvida por bons personagens, e mesmo com o estilo canastrão do protagonista deve chamar atenção de quem gosta do estilo de terror sem levar sustos, apenas entrando no clima tenso, e assim quem sabe veremos o padre expulsar mais bons demônios na Terra daqui algum tempo.
Sobre as atuações, Russell Crowe está longe de entregar algo próximo dos seus melhores papeis, mas também não desaponta com um Gabriele (ou Gabe para a intimidade com o demônio) Amorth, criando atos bem expressivos, com trejeitos puxando um pouco para o lado cômico, mas desenvolvendo bem a estrutura narrativa para seu personagem, de modo que quase esquecemos que tem mais personagens no filme, ou seja, puxou a responsabilidade para si, e acertando mais do que errando conseguiu agradar bastante no que fez em cena. Daniel Zovatto também teve uma boa entrega para com seu Padre Esquibel, de tal maneira que acaba convencendo em algumas cenas mais intensas, mas também se manteve muito na defensiva até os atos finais, parecendo ser meio incrédulo, e em filmes desse estilo ou você passa a confiança para o público ou falha, e raspou de falhar. Franco Nero teve bons atos com seu Papa, e impactou com algumas cenas meio que desesperadoras, porém em 86/87 era João Paulo II o Papa e em nada ficou parecido, ou seja, meio que temos de desconsiderar isso da trama para nos convencermos de seus atos, mas foi bem no que fez. O garotinho Peter DeSouza-Feighoney fez sua estreia aqui como Henry, e posso dizer que trabalhou muito bem seus trejeitos, principalmente se fizeram sem computação todos os excessos que entrega, e assim sendo ele promete chamar atenção mais para frente, pois teve um olhar bem trabalhado até antes de ser possuído. Quanto dos demais, tivemos alguns bons atos das mulheres Bianca Bardoe e Carrie Munro que os padres tiveram envolvimento, mas as da casa mesmo desapontaram sendo quase que meros enfeites cênicos, tendo Laurel Marsden algumas cenas possuída bem encaixadas, mas a mãe ainda deve estar fugindo das cenas até agora.
Visualmente a equipe arrumou uma abadia bem interessante, com masmorras e tudo mais, trabalhou o quarto do garotinho de forma bem intensa nos atos de possessão, usou alguns bons elementos para referenciar As Cruzadas e até teve um bem criativo ambiente de exorcistas no Vaticano, quase como uma CIA cheia de pessoas preparando os casos, ou seja, a equipe fez tudo para seguir uma franquia diferente, e quem sabe de certo.
Enfim, é um filme que esperava algo pior e acabei gostando do que vi, que claro tem muitos exageros, e principalmente o fato de baseado em fatos reais deveria ser quase que inspirado apenas em pouquíssimos fatos reais, já que muita coisa é completamente impossível de ter acontecido, porém como já disse o resultado funciona dentro de um conceito de franquia que acho que daria muito certo, afinal o gênero de terror dá para ser sequencial também, e aqui seria o típico personagem que daria para vir com muitas outras histórias, afinal como diz na sinopse foram mais de 100mil exorcismos, o que daria fácil pelo menos mais umas três boas histórias, e sendo assim recomendo para quem gosta de um terror com mais ação e abstrações interessantes, então fica a dica. E é isso pessoal, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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