Diria que a diretora e roteirista Rebecca Zlotowski não quis criar um longa que tivesse dinâmicas fortes e cheias de desenvolturas, mas que passasse bem a mensagem em cada ato, que tivesse sempre um bom sentimento e se intensificasse com a presença e a história da protagonista, tanto que no final me peguei falando 'qual motivo de um epílogo?' e a resposta veio como uma flecha no peito, mostrando como a personagem marcou a vida de um outro filho, e assim o resultado da direção pode até não aparecer como algo cheio de expressividades, cheio de reviravoltas (embora não esperasse o que acontece quase no fim), mas sim é entregue algo bem feito e marcante como deve ser, e principalmente como um bom longa francês deve ser, e isso ela fez com minúcias.
Sobre as atuações, acostumei a ver a atriz Virginie Efira com atuações explosivas e tensas no ano passado, e aqui com sua Rachel mais centrada, doce e até mais bonita acabei vendo uma outra pessoa em cena, e isso é muito bom, pois mostra sua versatilidade, e aqui ela impõe tudo e mais um pouco com personalidade, com dinâmicas e principalmente com muito envolvimento, agradando na medida certa, passando mensagem, e emocionando bastante com tudo o que entrega, sendo perfeita para o papel. Roschdy Zem trabalhou bem seu Ali, sendo um bom par para a protagonista, marcando com um bom estilo, e sendo claro daqueles homens que acabam desapontando algumas mulheres quando elas mais precisam, ou seja, o ator foi perfeito, o personagem não. Chiara Mastroianni apareceu em poucas cenas com sua Alice, mas fez bem a mãe da garotinha, e mostrou sempre a gratidão pelo que a protagonista fez com sua filha, sendo graciosa de estilo e caindo bem no que fez. Agora graciosa demais e fofa foi Callie Ferreira-Goncalves com sua Leila, nem parecendo ter apenas poucos anos de vida, sendo muito bem encaixada em todas as cenas e emocionando bem quando precisou, fazendo algo que crianças atrizes bem mais velhas não conseguiriam expressar tão bem. Quanto aos demais cada um teve sua importância, não aparecendo tanto quanto poderiam, mas marcando com o estilo que a trama precisava, valendo destacar apenas o jovem Victor Lefebvre com o ato final de seu Dylan, que demonstrou tudo o que a protagonista fez por ele na escola e na vida dele.
Visualmente a trama trabalhou boas cenas numa escola, no apartamento de Ali bem recheado de detalhes de uma criança morando, mostra passeios de férias numa cidade com shows de cavalos, vemos sempre o final das aulas de judô da garotinha e toda a religiosidade da família da protagonista, sendo bem simbólico com todos os elementos cênicos presentes na tela, não sendo uma grandiosa produção por parte da equipe de arte, mas sendo bem corretos com os devidos elementos marcantes que acabam agradando e acertando bastante.
Enfim, é daqueles filmes que entram na memória e agradam em cheio quem confere, sendo bem válido a recomendação para todos e principalmente para que valorizem quem está lhe dando suporte para algo, seja ela sua mãe verdadeira, ou alguém que está sendo uma mãe para você em algum momento, e isso faz toda a diferença, e para as mulheres que sonham em serem mães, as vezes vocês já têm um filho do outro que está fazendo por você, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas já vou para mais uma sessão, então abraços e até logo mais.
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