Os Três Mosqueteiros - Parte 1: D'Artagnan (Les Trois Mousquetaires: D'Artagnan) (The Three Musketeers: D'Artagnan)

4/24/2023 09:11:00 PM |

Muitas vezes dizemos que refazer um filme contando uma nova versão da história é algo totalmente desnecessário, principalmente se já tivemos boas versões, porém hoje posso dizer que uma história voltou para seu país efetivamente e sabendo que apenas um filme seria pouco para contar toda a história, o diretor perfeitamente dividiu a trama em duas partes, e hoje vemos "Os Três Mosqueteiros - Parte 1: D'Artagnan" e em dezembro veremos a "Parte 2: Milady". E se com o trailer não estava 100% convencido que veria um bom resultado, hoje posso dizer que o diretor honrou o livro, criando algo imponente, cheio de boas lutas, algumas em plano-sequência bem trabalhadas, dando personalidade para todos os atores, que são do primeiríssimo escalão da França, aonde vemos detalhes de casa momento da trama. Ou seja, é daquelas obras de época requintadas de elementos cênicos importantes, aonde a história é bem contada sem cortes e sem enrolações também, de tal maneira que vamos esperar muito da segunda parte, afinal souberam prender o público e não desapontar em nada.

A sinopse nos conta que D'Artagnan, um jovem gascão espirituoso, é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem do sequestro. Ao chegar a Paris, ele tenta por todos os meios encontrar seus agressores. Ele não sabe que sua busca o levará ao centro de uma guerra real onde o futuro da França está em jogo. Aliado a Athos, Porthos e Aramis, três mosqueteiros do Rei com uma temeridade perigosa, D'Artagnan enfrenta as maquinações sombrias do Cardeal de Richelieu. Mas é quando se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha, que d'Artagnan se coloca verdadeiramente em perigo. Pois é essa paixão que o leva ao rastro daquela que se torna sua inimiga mortal: Milady de Winter.

Diria que o diretor Martin Bourboulon soube usar com precisão cirúrgica o roteiro que Matthieu Delaporte, baseado na obra de Alexandre Dumas, lhe entregou, pois temos uma estrutura tão bem alocada que se desenvolve fácil e encaixa com tudo, mostrando a origem do personagem, sua essência e como chegou ao posto de tenente da guarda real, interagindo bastante com cada personagem, articulando cada elemento cênico tão bem que acabei ficando realmente impressionado com o estilo escolhido, pois mesmo sem capitular a trama inteira, sentimos quase que estivéssemos lendo o livro parte a parte, vendo tuda na tela, lutando em alguns momentos quase no meio da confusão toda e por fim saindo satisfeito da sessão, ou melhor, quase satisfeito por total, afinal ainda teremos a segunda parte aonde muito irá acontecer, e se for entregue algo do mesmo estilo fechará com chave de ouro, conseguindo talvez a indicação dos dois longas para as premiações, afinal ambas ficaram no mesmo ano.

Sobre as atuações, os produtores não economizaram com o elenco, contratando o fino do topo dos atores franceses para praticamente todos os papéis, e claro tenho de começar falando de François Civil com seu D'Artagnan, que foi bem transportado para o papel, mudou corte de cabelo e postura, e acabou ficando jovial ainda para o que pedia o personagem, mas com atitudes e trejeitos tão maduros que nem parece que estourou esses dias nos cinemas, ou seja, não se impôs totalmente, mas também não ficou em segundo plano, se apresentando bem em casa cena, e agradando com muita desenvoltura cênica para representar um dos papéis mais importantes da literatura francesa e mundial, e agora no segundo filme acredito que chamará ainda mais atenção, então vamos aguardar. Vincent Cassel sempre entrega muito com seus papéis, e aqui seu Athos tem estilo, passeia e some de cena com habilidades impressionantes e acaba sendo bem importante para tudo o que faz, agradando bastante e se desenvolvendo bem com toda a amarração que entrega. Romain Duris com seu Aramis e Pio Marmaï com seu Porthos se apresentaram bem, tendo cenas importantes, porém ficando em segundo plano se comparado com os demais mosqueteiros principais, mas nada que os desabone, pois ambos lutaram muito e chamaram para si a responsabilidade quando precisou, sendo inteligentes e expressivos na medida certa. Eva Green foi bem com sua Milady bem misteriosa e sedutora de certa forma, mas sem aparecer totalmente, afinal a segunda parte que leva o seu nome e deverá se desenvolver melhor, porém ainda assim não fica escondida e entrega bastante nos atos que precisava. Ainda tivemos grandes momentos com Louis Garrel com seu Louis XIII levemente medroso e desorientado, mas com atitudes clássicas do verdadeiro que muito estudamos, vemos uma Vicky Krieps belíssima e cheia de desenvolvimentos com sua Anne d'Autriche e também tivemos atos bem conectados de paixão e envolvimento de Lyna Khoudri com sua Constance Bonacieux, sobrando ainda espaço para as boas desenvolturas de Jacob Fortune-Lloyd com seu Duque de Buckingham apaixonado e imponente e Eric Ruf com seu Cardeal Richelieu bem marcado como um personagem desse porte deve entregar, e por fim ainda sobrou espaço para Marc Barbé apresentar bem seu Capitão Treville, ou seja, todos incríveis e muito bem usados.

Visualmente a trama tem toda uma essência de época incrível, usaram boas locações, castelos, além de muitas alegorias criadas para mostrar a escola de cadetes, as catedrais, os bailes, toda a arquitetura francesa cheia de detalhes, figurinos perfeitos para luta e para dar o tradicional charme, além de armas imponentes envolvidas nas batalhas bem construídas, isso tudo com detalhes e sombras bem trabalhadas para dar as devidas nuances e impressionar do começo ao fim, pois se tem algo que podemos chamar o filme é de uma grandiosíssima produção, aonde a equipe de arte não economizou uma moeda que fosse para detalhar tudo.

Enfim, é um tremendo filmaço, que faz valer vermos uma história que já vimos adaptada diversas vezes recontada de outra forma, aonde certamente quem for conferir vai se impressionar e sair satisfeito da sessão. Então recomendo ele com todas as letras e só não vou dar nota máxima para esperar a continuação, mas se vier algo tão bom quanto o apresentado hoje, vou dizer que assino embaixo a nota 10 no segundo longa, e aqui daria um 9,5, mas como não dou quebrados vai ficar sendo 9 com louvor. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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