Como a maioria das tramas iranianas que chegam por aqui são do diretor e roteirista Jafar Panahi, o estilo dele acaba já sendo mais conhecido, e aqui sua ousadia foi muito bem encaixada, trabalhando com envolvimento e síntese sem perder a essência, tanto que ficamos pensando o quanto é real e o quanto é ficção que estão fazendo na tela, e no meio dessa brincadeira vemos o desenrolar conflitivo de tudo sendo imponente e bem encaixado, criando situações que por vezes parecem embaraçosas outrora parecem bem a vontade dos moradores das cidades, e nesse jogo de gravar a vida real, quem acaba submetido no meio de tudo é o público, pois vemos o ambiente sendo intensificado com as tradições da vila, o diretor aparentemente a vontade, mas também correndo risco com o lado que tomar, e com os dois atos finais de ambas as histórias indo para o pior, o resultado mostrou que experimentar usar com as pessoas num país aonde tudo é praticamente proibido é fazer com que outras pessoas entrem em risco desnecessário e ruim. Ou seja, é um filme genial, simples e muito bem feito que mostra sem precisar de explosões a realidade crua funcionando para todos.
Sobre as atuações, por incrível que pareça o diretor Jafar Panahi é o protagonista da trama fazendo o diretor de outra trama, ou seja, uma versão fictícia dele mesmo, e isso acaba sendo bacana de ver, pois ele interage e desenvolve um filme menor ao mesmo tempo que amplifica seu filme real, e nesse vai e vem de intensidades, ele se doa e consegue chamar muita atenção com o que faz, sendo imponente de estilo e até trabalhando alguns trejeitos faciais, o que é estranho de ver um diretor fazendo. Quanto aos demais, na vila que está vivendo vale destacar claro Vahid Mobasheri com seu Ghanbar e Naser Hashemi como o delegado da vila, pois ambos foram os que mais interagiram e trabalharam as situações ali, já na trama que está sendo dirigida pelo diretor à distância, os destaques ficaram claro para o assistente de direção local Reza Heydari e para Mina Kavani com sua Zara por se expressarem bem e darem as devidas nuances para tudo ali.
Visualmente o longa foi bem colocado numa vila cheia das tradições locais, com alguns conceitos complexos e bem trabalhados, com algumas ruas bem de difícil acesso para os carros no meio subidas, curvas e tudo mais no meio da areia, mostrando também um pouco da cultura local com a gastronomia e reuniões, enquanto do outro lado da fronteira vemos uma cidade até que bem movimentada, algumas interações em um bar e em alguns mercados, envolvendo negociações de passaportes.
Enfim, é um tremendo filmaço, que com toda certeza não é para todos, pois alguns vão achar diferente demais, mas que é a base de todo bom Festival, pois mostrar as diferenças culturais de outros países com tramas que ousam em linguagens diferentes, e principalmente que funcionam acaba sendo muito bom de ver, então com certeza recomendo para quem gosta de experimentar novidades e ver experimentos também. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas já vou para meu penúltimo filme do Festival Filmelier, então abraços e até logo mais.
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