O longa que é baseado no livro de John Banville, e no personagem criado por Raymond Chandler foi bem adaptado para a telona pelo diretor e roteirista Neil Jordan, que soube usar o clima para cadenciar uma boa investigação, encheu a trama de personagens e histórias secundárias, e facilmente transformaria o longa em uma série de uns quatro a cinco capítulos, pois usou o clima denso de uma história bem amarrada por outras histórias e foi tecendo uma boa colcha de retalhos que não cansa, e que se abrir cada detalhe dá um bom caimento. Ou seja, para não ir muito a fundo com nenhum dos personagens secundários, o diretor escolheu bem seus vértices e focou bastante no protagonista para que ele se entregasse ao máximo e criasse a sua própria trama dentro de tudo o que está ocorrendo, e felizmente não forçou as cenas para que caíssem no estilo do ator, que sabemos bem que só funciona no estilo tiro, porrada e bomba, e que aqui deu o ar mais charmoso na investigação, que também lhe deu permissão para dar alguns tiros e socos.
E já que comecei a falar dos atores, vou falar um pouco dos principais, pois como disse antes tem muitas subtramas no longa e o texto ficaria imenso, e claro que tenho de começar por Liam Neeson em seu 100º filme, entregando algo até mais calmo do que seus últimos trabalhos, e por incrível que pareça esse estilo cai bem melhor para ele que já está na casa dos 70 anos, pois tem o estilão brucutu, mas trabalha mais com investigações e nuances do que com a pancadaria saindo correndo para todos os lados, então se quiser ir mais além em outros longas como Philip Marlowe acredito que daria um bom resultado. Diane Kruger entregou uma mulher misteriosa com uma pegada meio que sensual e marcante com sua Clare Cavendish, sendo envolvente e com trejeitos bem intensos que acabaram fluindo com bons momentos, e mesmo que apareça e desapareça de cena muitas vezes, acabou chamando a atenção e isso é bom de ver. Da mesma forma Jessica Lange brincou com sua Dorothy Quincannon, mostrando o poder das atrizes na época que influenciavam tudo e todos, e tendo muita riqueza acaba chamando todos para perto de si. Ainda tivemos bons atos de Ian Hart como o delegado da polícia Joe Green, Danny Houston como o gerente do clube, Floyd, e Alan Cumming com seu Lou bem trabalhado, isso sem esquecer de Adewale Akinnuoye-Agbaje como o motorista Cédric e claro o desaparecido Nico bem feito por François Arnauld, entre muitos outros bons pequenos papeis que chamaram a atenção.
Visualmente a trama tem muito estilo, trabalhou bem os anos 30 de uma Los Angeles mista entre artistas do cinema, mafiosos e traficantes contando com seus clubes restritos, boates misteriosas, carrões luxuosos e tudo mais que desse um bom tom investigativo, além de armas bem trabalhadas e claro o clima chuvoso para dar um ar mais rebuscado para tudo, ou seja, é daqueles filmes que contam com um estilo mais clássico, e que a equipe de arte acaba trabalhando bastante e aparece seu serviço.
Enfim, a trama raspa bem perto de ficar meio que novelesca com a grande quantidade de personagens e histórias secundárias, e em determinados momentos até parece uma continuação de algum outro filme, mas que o diretor soube conduzir tudo de uma forma bem marcante que funciona e entrega o que o público gosta de ver no estilo, então vale a recomendação para todos que curtem um policial investigativo bem sofisticado e sem grandes impactos. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...