Diria que o diretor Gregor Jordan e o roteirista Jack Thorne trabalharam bem o livro de Tim Winton de tal forma que o visual em si compensa bem mais que a história, afinal vemos duas relações meio que jogadas na tela sem que elas fiquem criativas, pois nem chegamos a entender facilmente como o relacionamento da jovem está desgastado, nem como a paixão da moça se dá apenas em dois encontros, soando tudo muito fácil, e claro depois de uma busca intensa por vários lugares, facilmente o jovem ouve sua canção quase morrendo e estava do ladinho de onde eles estavam já dias. Ou seja, uma base fácil demais de ser entregue, mas que como todo romance é funcional dentro da proposta, mostrando mais do mesmo, que agrada de certa forma.
Sobre as atuações, diria que Kelly Macdonald até deu um bom tom para sua Georgie, parecendo meio que desanimada, meio que perdida na vida, mas contando com um ar bem emocional que dá voz para a trama, de tal forma que até poderia ter feito alguns atos mais desesperados, mas não desapontou ao menos. Já Garrett Hedlund botou o corpo e a voz para jogo com seu Lu Fox, de forma que gravou algumas das canções da trama, desenvolveu bem a personalidade de uma maneira densa bem colocada e fez sua viagem punitiva de um modo interessante, mas cheia de falhas de roteiro que atrapalharam um pouco, não sendo algo ruim, mas que dava para enganar mais, não sendo culpa do ator que fez bem as cenas, mas sim do roteiro. David Tenham trabalhou seu Jim Buckridge com semblantes mais fechados e emoções bem a flor da pele, porém não se desenvolveu, de forma que nem chegamos a ficar com raiva dele, e isso é uma falha, pois o ator poderia ter explodido mais. A base em si é somente do triângulo amoroso, mas ainda tivemos outros bons personagens de encaixe, valendo dar destaque para George Mason com seu Darkie, Julia Stone com sua Sal e claro a garotinha Birdie que aparece em quase todas as cenas do protagonista que foi vivida por Ava Caryofyllis.
Visualmente a trama é belíssima, mostrando praias incríveis, rochedos quebradiços, um mar brilhante sempre ao fundo, uma casa de praia toda de vidro e até mesmo o deque no meio do nada teve seu charme, além da casa do protagonista no meio do nada com muitas lembranças soltas, de forma que sendo quase um road-movie vemos o personagem principal pegando várias caronas, conhecendo pessoas diferentes, de tal forma que certamente no livro nos é dito muito mais conexões com tudo, tendo mais detalhes, mas aqui não ousaram tanto, porém do nada no meio do nada o protagonista surgir com uma vara para pescar foi abusar demais de nossa inteligência.
Como todo bom filme romântico, a melhor parte fica a cargo da trilha sonora, e aqui como a família do personagem principal tinha uma banda os atores acabaram gravando boas canções num estilo meio folk que deu ritmo e agradou bastante para ouvir tanto durante o longa quanto depois aqui nesse link.
Enfim, é um filme gostoso de ver, que se não fosse algumas falhas técnicas dentro de um roteiro rápido de resoluções e talvez se tivessem colocado uma química melhor entre os protagonistas agradaria até mais, mas quem gosta do estilo nem deve notar tanto isso, pois a trama ao menos funciona e dá para recomendar. E é isso meus amigos, eu fico por aqui agora, mas volto daqui a pouco com mais textos do Festival Filmelier, que está acabando, então aproveitem para conferir nesses últimos dias, e deixo aqui meus abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...