Diria que o diretor Lucas Combina se perdeu um pouco em sua primeira direção de longas, pois pegar uma história real logo de cara é algo que tem de ter muita coragem e pulso firme para desenvolver e ser criativo, e aqui para esse estilo de trama necessitaria alguém com mais coragem para entregar situações fora da base e inventar um pouco mais de situações, além claro de tentar dar um ritmo maior para tudo, pois o calor que os protagonistas estão sentindo no Dezembro abafado da Argentina é sentido pelo cansaço da trama, e isso pega bastante no detalhamento da trama. Claro que não posso dizer que ele tenha errado na forma de fazer seu filme, pois ele contou a história e foi sucinto nas situações, mostrando o lado da polícia desesperada para torturar por motivos absurdos e do outro lago os investigadores tentando entender tudo, e no meio o assassino enrolando todos para conseguir seu tempo que é explicado no final, mas dava para tudo ir mais além, e assim sendo ele falhou em não expandir mais tudo o que tinha para que seu filme ficasse mais interessante.
Sobre as atuações, a dupla de investigadores vivida por Nicolás Francella com seu Antonio e Matías Mayer com seu Carlos foi até que bem dinâmica, ambos com personalidades bem diferentes tendo o primeiro um pouco mais de controle e o outro mais explosivo, mas ambos conseguiram criar suas cenas com um envolvimento bacana do que era esperado deles, de tal forma que vemos as devidas conexões, os trejeitos de Antonio na dúvida de ir ou não embora da Argentina e de Carlos completamente maluco para resolver o caso o quanto antes, e a química deles acaba sendo até engraçada ao ponto da legista olhar e saber que eles estavam brigados, ou seja, foram muito bem em cena. Darío Grandinetti também fez olhares bem densos para o seu Marquez, e por alguns momentos até consegue nos enganar bem, pois tem um estilo calmo e denso que o personagem pedia, e o acerto foi marcante. Ainda tivemos atos explosivos de Alberto Ajaka, alguns mais estilosos de Malena Sanchez e até algo dentro dos conformes de Luis Luque, mas tudo bem certinho demais na produção, o que acabou não deslanchando.
Visualmente a equipe de arte conseguiu brincar bastante com os elementos alegóricos de época, nos levando bem para os anos 80, de modo que vemos um pouco meio que de lado as torturas tradicionais, vemos as investigações bagunçadas, e claro muita cenografia nas dinâmicas do filme, tendo poucos atos bem chamativos, mas com certeza depois de ver onde estava o desaparecido, muitos vão pensar duas vezes em tudo, pois o filme muda completamente.
Enfim, é um filme correto, que não atinge nem grandes ápices, mas também não falha tanto, sendo apenas problemático com relação ao ritmo, e que facilmente daria para ser um tremendo longa policial, mas ainda assim dá para dar o play nele na HBO Max. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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