Diria que o diretor Martino Zaidelis soube brincar bem com cada elemento da trama, e principalmente com a qualidade dos atores, pois a ideia em si é bem simples, mas o estilo do filme consegue prender o expectador para toda a essência trabalhada, de tal forma que acabamos torcendo pelos protagonistas. Claro que talvez o roteiro pudesse ter criado alguns atos mais densos e fortes como os atos no aeroporto pós viagem sem a mala, que aí veríamos ainda mais do ator com receio de tudo o que está fazendo, porém acredito que o longa iria para um rumo ainda mais de suspense policial do que de drama que é aonde a cadência foi colocada. Ou seja, a direção e o roteiro em si foram impecáveis, mas dava para ir ainda mais além com pouquíssimas mudanças de estilo.
Sobre as atuações, é muito fácil falar de Guillermo Francella, pois o ator tem um estilo próprio de olhares, não entrega nem comicidade demais nem dramaticidade de menos, ficando sempre no meio do caminho que permeia vários rumos, e com um esse estilo ele consegue convencer bem quem o assiste, de tal forma que seu Alejandro tem todos os semblantes e personificações possíveis, e seu ato final foi bem marcado e cheio de impacto, ou seja, deu show em cena. Pablo Rago também foi bem imponente com seu Saavedra, trabalhando um poder de persuasão tão forte que nem que o protagonista fosse o melhor homem do mundo cairia no golpe facilmente, pois o estilo que pegou para trabalhar é muito convincente e chama demais a atenção. Ainda tivemos bons atos com Guillermo Arengo com seu Fernando, que sabemos que um amigo para trair a confiança precisa estar bem encrencado, mas tudo o que faz em cena, não sei se teria a capacidade de perdoar não, e isso mostra que o ator se entregou demais. Outro que foi bem com um ar meio que malvado, meio que vingativo foi Alberto Ajaka com seu Porchietto, trabalhando no limiar da loucura. E dentre os demais valem leves destaques para Andrea Frigerio como a esposa do protagonista e Carlos Portaluppi como o chefe da polícia aduaneira Aldana, mas ambos mais como ligações de tudo do que com grandes expressividades.
Visualmente a trama foi bem montada com várias cenas dentro de uma cabine de avião, alguns atos em aeroportos, muitas trocas de malas em um vestiário e alguns atos em hotéis, além claro da casa do protagonista e do amigo, e alguns momentos em negociações em salas de gerencias, de modo que tudo foi bem detalhado e simbólico para funcionar nos devidos momentos, de forma que o principal elemento acaba sendo as malas, mas a boa sacada final dos apartamentos foi precisa e marcante, mostrando bons elos da direção e da equipe de arte.
Enfim, é um filme bem interessante que dava para ter ido mais além para causar mais tensão, mas ainda assim mantém bem como um tradicional filme argentino com estilo e bom envolvimento dos atores, que conseguem trabalhar suas emoções e prender o espectador com toda a história, e sendo assim já vale com certeza o play, então fica a dica. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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