Diria que o diretor e roteirista André van Duren foi bem sagaz no desenvolvimento de sua trama, pois brincou com os elementos à sua disposição, colocou diversas possibilidades acontecendo e confundindo ainda mais o expectador, e principalmente não deixou com que as pistas elucidassem tudo num primeiro momento, só fazendo muito sentido no final quando nos é revelado toda a trama, e se você pensa que vai ficar bravo de ver tudo o que não viu acontecer, pelo contrário, acaba sendo brilhante como amarraram tudo em pequenos detalhes para não soltar fácil todos os acontecimentos, e o resultado acaba sendo surpreendente, pois como a frase que nos é dita no começo, não acreditamos nem em nós mesmos quando mentimos, e com esse bom uso, acabamos nos perdendo no entrelace da trama, e isso funciona demais.
Sobre as atuações, posso dizer que Bracha van Doesburgh entregou uma postura bem encaixada do começo ao fim com sua Bodil, fazendo trejeitos de todos os estilos possíveis e sendo impactante nos atos que precisava ser marcante, de tal forma que acabamos quase que presos junto dela, na mesma sintonia e seu gesto no último ato foi mais do que perfeito, pois faria a mesma coisa, ou seja, me vi quase na personagem, e isso é um trabalho que poucos atores conseguem passar para o público, sendo um grande acerto. Nasrdin Dchar fez atos bem duvidosos com seu Milan, deixando o público sempre com uma pulguinha atrás da orelha, e isso foi muito bom para o filme todo, de modo que sua cadência impressiona e chama atenção. Gijs Naber fez um Luuk meio maluco, meio estranho e meio duvidoso do começo ao fim, que até relevamos por estar sob efeito de remédios, mas poderia ter ido um pouco mais além nos atos finais, de modo que faltou um pouco de intensidade, e mudaria tudo na trama. Elise Schaap fez sua Isabel intensa e marcante nos atos iniciais, teve boas atitudes, mas morre rápido demais, então acabamos não a conhecendo como deveria, mas fez bem tudo o que precisava na tela. Matteo Simoni foi bem como palestrante e trabalhou bem sua sensualidade e carisma ao ponto de fazer quase que a protagonista apaixonar por seu Michael, e a cena no apartamento dele foi bem interessante ainda usando a metáfora da frase. Tivemos ainda alguns atos interessantes com Hannah Hoekstra com sua Yara bem estranha, e também com as investigadoras vividas por Sofie Decleir e Anna De Ceulaer, mas sem grandes destaques.
Visualmente o longa trabalhou bem a casa de praia da protagonista, com atos em vários ambientes, teve bem a sacada da câmera escondida, muitos elementos cênicos bem dispostos para mostrar que é uma família rica, vemos uma boate interessante, um hotel com câmeras sem muito destaque, e até uma palestra simples, de tal forma que o filme age bem rápido e trabalha bem cada nuance de tela, mas sem usar os objetos como parte da trama, claro sem contar com o aparelhinho de choque que depois teve toda um bom uso, mas nada que fosse chamativo realmente.
Enfim, diria que esperava bem menos do que me entregaram, e isso é muito bom quando acontece, pois acaba surpreendendo e fazendo com que o filme ficasse até melhor, então recomendo não ler muita coisa sobre ele, pois alguns amigos críticos costumam entregar spoilers, e aqui qualquer vírgula vai atrapalhar o resultado, então veja e surpreenda como aconteceu comigo. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas logo mais volto com mais textos, então abraços e até breve.
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