Diria que a diretora Niki Caro soube desenvolver bem o roteiro de Misha Green, Andrea Berloff e Peter Craig, usando claro o famoso artifício que todo diretor gosta bastante: muito dinheiro para gastar, pois seu filme sem tantas cenas com motos de neve voando, tiros e explosões seria bem básico, e até recairia para algo mais investigativo e policial, mas não era esse o objetivo, então temos perseguições, trombadas e muita ação com boas sacadas de câmera, e claro um texto até que razoável para que as interpretações não ficassem tão jogadas. Ou seja, é daqueles filmes que você não vai ver esperando algo que te surpreenda, mas que vemos algumas interações interessantes e até uma boa fluidez, só teria de reclamar talvez de tudo ser objetivo demais, faltando um pouco mais de mistério, e talvez algo a mais para os "vilões" estarem tão desesperados atrás da protagonista, pois ficou meio como apenas uma vingança jogada e nada mais.
Sobre as atuações, posso dizer que Jennifer Lopez fez bem seus atos, não trazendo para si um ar tanto maternal, mas defendendo e treinando bem a garota para os obstáculos com o que sabe fazer, foi imponente de estilo e trabalhou com momentos bem intensos que acabaram agradando bastante em cena, só não diria que tenha feito muitas de suas cenas, caindo mais para a dublê, mas chamou a responsabilidade como protagonista e agradou. Lucy Paez fez alguns bons atos com sua Zoe, mas poderia ter trabalhado um pouco mais seus trejeitos, pois mesmo estando "sequestrada" pela mãe biológica, estava segura ali com ela, e fez algumas caras e bocas meio que exageradas, não sendo ruim, mas dava para melhorar o estilo escolhido. Joseph Fiennes fez de seu Adrian um personagem desesperado e obcecado pela protagonista, tentando machucar ao máximo e fazendo trejeitos fortes conseguiu chamar atenção com uma cara bem trabalhada pela maquiagem, claro que como disse faltou um algo a mais pela sua busca, mas foi bem no que cabia a ele fazer. Gael García Bernal sempre entrega muita personalidade em seus papeis, e aqui com seu Hector não foi diferente, e mesmo aparecendo pouco conseguiu trabalhar suas cenas e impactar com um estilo quase que de mafioso. Quanto aos demais, vale poucos destaques, pois o filme não tem tanto um trabalho de desenvolvimento dos personagens, sendo quase que encaixes, de modo que Omari Hardwick teve algumas boas cenas com seu Cruise e Paul Raci foi quase um objeto de conversas em código com seu Jons, valendo pela intensão, já Jesse Garcia com seu Tarantula pode virar maratonista, pois correu uns par de quilômetros na perseguição que a protagonista faz com ele, fugindo de moto, de carro e só sendo parado bem depois de onde saiu.
Visualmente o filme tem boas cenas de perseguição pelas ruas de Cuba, tem alguns atos bem interessantes de treinamento do exército e de vendas de armas no meio do tráfico, mas principalmente todo o envolvimento do filme ficou na cena de sequestro na praça, com muitas dinâmicas, personagens e carros, e na locação no meio da neve, com uma casa bem isolada, armas de vários estilos, todo o treinamento da garotinha e alguns atos com lobos, além claro das várias motos de neve e toda a desenvoltura cênica em cima do que ocorre, sendo algo bem trabalhado, com explosões, tiros de grande calibre e um ambiente bem hostil e frio que em tons de branco com algumas camuflagens ficou ainda mais imponente.
Enfim, é um filme que se analisarmos apenas a parte da história e do mote de enfrentamento é bem simples e quase nulo de ideias, tanto que já vimos vários outros até com a mesma linha, mas que como tem bons atos de ação, e uma produção impecável e gigante, o resultado acaba sendo algo até a mais do que um simples passatempo, valendo o tempo de tela, então se você gosta de um filme que vai entregar boas dinâmicas e lhe entreter pelo tempo assistido vale o play, já se quer algo com uma história marcante mesmo é melhor procurar outro exemplar. E é isso meus amigos, fica assim sendo minha recomendação de hoje, e volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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