O Nascimento do Mal (Bed Rest)

5/06/2023 02:19:00 AM |

Muitos amigos críticos são contrários ao que vou dizer, mas filmes de terror tem de causar muita tensão de forma que você se arrepie com tudo e saia contorcido da sessão ou tem de fazer você pular umas 100 vezes na poltrona ou em último caso que faça você passar mal com as coisas que acontecem na tela, pois se não fizer nada disso é um filme espírita que teve defeitos e acaba tendo alguma entidade perdida no mundo que quer se vingar. E infelizmente o longa que conferi hoje em pré-estreia, e já vou poder ajudar muitos a fugirem das sessões, "O Nascimento do Mal", é desse segundo estilo, pois a trama tem 90 minutos, olhei no relógio e já tinha passado praticamente uma hora e nada de intenso tinha rolado, ou melhor tinha aparecido o garotinho em algumas poucas cenas, um barulho ali, outro acolá, as pegadas no teto do trailer, mas nem a cena mais tensa do trailer da bolinha e do gato tinham acontecido, e com isso já estava achando que a trama era daqueles filmes de terror psicológico que não levam nada a lugar algum, ai passou mais alguns minutos e tivemos alguns atos intensos, e finalmente o restante da casa começou a ficar bem trabalhado nos terrores mesmo, aí meus amigos, veio a cena final, e nem Vin Diesel em seus 10 longas de velocidade seria capaz de pensar em algo tão absurdo quanto o que ocorre, virando quase a novela da Globo, "A Viagem", com a protagonista literalmente saindo na mão com o espírito, vemos algumas passagens emocionais ao mesmo estilo da novela, e tudo lindo acaba. Vocês devem estar falando, poxa Coelho, você entupiu o texto de spoiler contando uma cena inteira, e digo sim, pra afugentar quem pretendia ver o longa, pois é muito fraco como terror, e nem as míseras 3 cenas impactantes salvaram ele do resultado.

A sinopse nos conta que depois de anos tentando desesperadamente criar uma família, Julie está finalmente grávida de novo e se mudando para uma nova casa com seu marido Daniel. Ambos estão ansiosos para um novo começo. Quando Julie é colocada em repouso absoluto na cama, ela lentamente começa ser consumida pela monotonia e a ansiedade de suas novas compulsões. Experiências horríveis e assustadoras na casa logo começam a cair sobre Julie, despertando demônios de seu passado e fazendo com que outras pessoas questionem sua sanidade. Presa e forçada a enfrentar seu passado e o sobrenatural, Julie luta para proteger a si mesma e a seu bebê ainda não nascido.

É bem fácil entender os problemas aqui, afinal é a estreia da diretora e roteirista Lori Evans Taylor, e fico até com receio do que ela fez com o vindouro "Premonição 6" que também é roteirista, afinal aqui a história se perdeu demais em tentar mostrar algo que não flui, pois facilmente daria para dizer que é um problema da mente cansada da protagonista por ter de ficar em excessivo repouso, poderia recair sobre a batida da cabeça dela caindo no começo do filme, ou até mesmo traumas de sua gravidez anterior, mas não, o filme recai sobre espíritos de uma casa aonde houve um crime no passado, o qual vai ser mostrado só no finalzinho, e nem assim tudo vai para algum rumo, parecendo que a diretora teve várias ideias, e como não conseguiu se decidir qual utilizaria resolveu colocar todas e não deu certo. Ou seja, o resultado do primeiro trabalho dela na direção é reflexo de um roteiro bem ruim, pois como disse a trama poderia ir para inúmeros caminhos, mas ela mesma não se direcionou para algo funcional, e a síntese se vê na tela com um filme que no final você se pergunta se era só isso mesmo ou se foi uma pegadinha, já que não vemos nada que impactasse realmente e ainda acabando tão feliz que parecia um romance espírita indiano (só faltando as dancinhas!).

Sobre as atuações, Melissa Barrera conquistou muitos fãs com os últimos dois filmes "Pânico" e "Pânico VI", porém aqui sua Julie poderia também ter ido mais além, ficando morna demais de estilo, não criando trejeitos que fizesse o público se afeiçoar aos seus problemas, sendo bem mediana mesmo, parecendo até não estar com vontade de estar no filme, mas já que entrou, chamasse mais atenção. É até engraçado falar das cenas de Guy Burnet, pois no trailer parecia que a protagonista morava sozinha, e tirando as cenas finais aonde tem alguns ataques com o que vê, nas demais cenas ele apenas aparece, não sendo quase que nem importante (a cena da escadaria com a mulher despencando e ele apenas parado é algo que nem o pior marido traído faria), ou seja, seu Daniel é mero enfeite das cenas. Já Edie Inksetter até tentou trabalhar sua Delmy, contou histórias pessoais, do local e só não virou narradora do filme por motivos de que não era a protagonista, senão era capaz de ter ido até mais além, e seus trejeitos acabam sendo engraçados, principalmente nos atos finais que tudo está caindo e ela lá parada apenas esperando para seu fim, sendo algo que ninguém merece. Diria ao menos que o garotinho Sebastian Billingsley-Rodriguez se divertiu bastante em cena, não sendo algo que impactasse, mas fazendo bons trejeitos e correndo pelo cenário a todo momento. 

Visualmente o longa lembra aquele meme que circulou as redes sociais uns dias atrás que mostrava nossa essa casa é enorme e está tão barata, qual o motivo? Morreram cinco pessoas, uma suicida e outros que a pessoa suicida matou antes de morrer! Nossa que legal vou querer a casa! Pois é gigantesca, porém temos cenas rápidas num banheiro e o restante todo num quarto com um daqueles aspiradores robôs andando o tempo todo, e o quarto do bebê com a fatídica babá eletrônica (que aliás tem de ser bem corajoso quem usa isso depois de ver tantos filmes de terror!), tendo ainda outros elementos interessantes para a protagonista usar como um tablet, uma mãozinha mecânica e seu notebook, além de uma TV "vintage" gigantesca, que não passa nada útil, ou seja, tendo tanto para ser usado, o filme optou por pouco e ainda revisitou muitos flashbacks do parto anterior da protagonista, além de mostrar a todo momento na tela quantos dias faltam para o nascimento (sem utilidade alguma!).

Enfim, é um filme fraquíssimo que não dá para recomendar, tendo falhas gritantes de roteiro, mas principalmente faltando algo que empolgasse ou causasse realmente algum terror na trama, então se você quiser arriscar ele vai seguir em pré-estreia nessa semana e estreia oficialmente na próxima, mas é melhor ver outras coisas. E é isso pessoal, fico por aqui agora, mas ainda verei muitos longas nos streamings nessa semana, voltando em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


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