Diria que a direção de Gillies MacKinnon foi muito certeira, pois trabalhou algo amplo de uma forma simples e gostosa de ver, de tal maneira que ele deu toda a voz para o protagonista e o desenvolveu durante várias paradas e trocas de ônibus, durante vários processos complexos envolvendo outros personagens aleatórios nos ônibus ou nas estações, e de um modo leve foi trabalhando todas as essências e emoções, afinal o senhorzinho já está também bem debilitado de doença, e claro que uma viagem de 1400km é exaustiva para ser feita em poucos dias, mas o diretor vai nos conectando com as pessoas que passam a lhe dar força ou apenas estar com ele, e o resultado vai se formando de uma beleza tão marcante que não tem como não sentir tudo o que acontece. Ou seja, não é algo que você vai vivenciar vendo um drama ou uma situação só, mas sim toda a generosidade, todas as marcas do passado vindo na memória, e claro como vamos vendo tudo o que aconteceu na vida do protagonista a montagem foi importantíssima, já que talvez sendo linear cansaria e não mostraria tudo.
Sobre as atuações, basicamente temos Timothy Spall dominando demais toda a trama, e o mais engraçado é que ele faz de seu Tom alguém realmente com muitos anos de vida, de tal forma que até achei que ele tivesse algo bem próximo dos 90, mas não, ele tem apenas 66 anos, ou seja, conseguiu impactar com olhares e gestuais tão marcantes na personalidade de seu personagem que o vemos ali sofrendo com tudo, apaixonado pela sua promessa, e nem notando tudo o que acontecia ao seu redor, já que o país inteiro passou a lhe conhecer como vemos acontecendo e depois nos créditos vendo o que tanto o pessoal postava nas redes sociais, ou seja, perfeito demais. Ainda tivemos muita essência emocional passada pelos jovens Natalie Mitson e Ben Ewing mostrando alguns momentos do protagonista e de sua esposa jovens, aprendendo a viver após alguns atos do passado, e claro vale destacar Phyllis Logan como Mary já nos últimos momentos de sua vida, de modo que o trio claro acaba sendo o alicerce de pensamento do protagonista. Agora quanto aos vários personagens que passaram pelo caminho do protagonista, não digo que valeria dar destaques individuais, mas tudo foi muito pleno e gostoso de sentir as emoções aflorando por cada ato e mensagem passada.
Visualmente o longa também é bem bonito, passando por várias cidades, mostrando os campos, os vários tipos de ônibus do país, vemos pessoas de todos os tipos, conhecemos algumas casas de pessoas que hospedam e algumas casas de locação, mas como toda boa essência de um road-movie, o foco mesmo é a estrada, e isso chama muita atenção por algumas estações/paradas, além claro do elemento cênico marcante que é a maleta do protagonista, que descobrimos depois o que ele guardava nos atos finais, e até tendo uma festa no meio do caminho, acredito que a produção foi muito econômica.
Enfim, é um filme singelo, mas que bate muita emoção nos atos finais, sendo algo incrível de ver, que vale bastante a recomendação para todos sentirem a empatia pelo próximo, e claro ver o senhorzinho cumprindo sua promessa nos cinemas na próxima quinta-feira dia 01/06. E é isso meus amigos, agradeço o pessoal da Pandora Filmes por ter enviado a cabine de imprensa pra esse Coelho que vive fora das capitais, e volto em breve com mais textos.
PS: Tiraria 0,5 ponto do filme por não termos mais tantas cenas dos velhinhos no começo, que talvez valeria para dar ainda mais conexão do público para com o velhinho, mas como não trabalho com notas quebradas, vamos de 10 mesmo, pois está aí mais um filme que conseguiu arrancar lágrimas desse crítico aqui!
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