Amazon Prime Video - O Pacto (Guy Ritchie's The Covenant)

6/25/2023 02:11:00 AM |

Costumo dizer que Guy Ritchie é daqueles diretores que não sabe brincar com o meio termo, pois mesmo que trabalhe um filme simples de essência, ele consegue escancarar críticas e desenvolvimentos de uma forma tão bem colocada que até quando tem algo bem básico você vai conseguir ver sua mão colocada lá, então se aqui no longa da Amazon Prime Video, "O Pacto", a base era criticar tanto o Talibã, quanto o tratamento que os EUA deram (ou melhor não deram) para os interpretes que ajudaram os soldados a conviver no Afeganistão, traindo suas origens e seus povos em prol de terem a possibilidade de ganhar um visto para sair do país, o diretor não se controlou e botou algo forte com muita personalidade, e desenvolveu todo um salvamento de um soldado no primeiro ato inteiro (que é bem longo), e depois o pagamento de honra de um soldado por quem lhe deu a vida, de tal maneira que vemos cenas intensas de tiros, vemos dinâmicas bem fortes de altruísmo e claro algo imponente que funciona com uma boa dose de tensão do começo ao fim que empolga e agrada quem gosta do estilo de filmes de guerra, ou seja, é um tremendo filmão com uma boa dose crítica.

O longa nos conta que durante a Guerra do Afeganistão, o Sargento John Kinley recruta o intérprete local Ahmed para acompanhar a equipe na missão de neutralizar o maior número possível de instalações do Talibã. Porém, no confronto, Kinley acaba sendo atingido e é gravemente ferido. Para salvar o sargento, Ahmed não pensa duas vezes antes de colocar a própria vida em risco e carregar Kinley através de cenários perigosos para escapar dos inimigos. Porém, Kinley volta para casa e descobre que, no Afeganistão, Ahmed está sendo perseguido pelo Talibã. Com as autoridades se negando a enviar ajuda, John decide retornar para o campo de batalha por conta própria para ajudar o homem.

Diria que o estilo de Guy Ritchie é daqueles que alguns não gostam muito, pois como falei no começo ele não tem medo de pesar a mão nas escolhas, e com isso o resultado sempre tem grandes nuances mais ousadas, e aqui ele criticou sem dó os EUA por ter deixado a população do Afeganistão jogada nas mãos do Talibã ao simplesmente sair do país depois de vários anos sem resolver todo o problema, ele deu as nuances de honra de um soldado em recompensar quem lhe salvou a vida, e junto de tudo isso ele trabalhou bem um filme de guerra, com tiros para todos os lados, táticas de defensiva e ataque bem colocadas, e segurou bem toda a dramaticidade, de forma que ele poderia ter dividido melhor o primeiro e o último ato, pois temos algo que demora a acontecer que é a chegada no depósito, depois temos uma longa jornada de 100km para chegar na base, e depois faltando pouco menos de 30 minutos apenas temos um resgate ousado, e essa formatação talvez seria mais intensa com um final mais trabalhado, porém ainda temos algo que empolga e causa tensão, e assim sendo a história criada pelo diretor e roteirista ficou bem dinâmica e funciona.

Sobre as atuações, sempre achei Jake Gylenhaal meio canastrão de trejeitos, de forma que ele nos engana com facilidade dentro de sua personalidade, e aqui seu John não se encaixa nos trejeitos tradicionais de sargentos imponentes, tendo sim atos bem trabalhados e desenvolturas chamativas, mas fica sempre atrás das linhas, e isso pesa um pouco, mas ainda assim chama para si os atos finais e agrada bastante. Já Dar Salim é quem realmente acaba sendo o protagonista da trama, afinal a maioria dos atos ocorre com ele carregando o sargento da forma que dá, faz as conexões e falas com os talibãs, tem toda a desenvoltura de fuga com olhares e dinâmicas bem interessantes, de tal forma que seu Ahmed chama tudo para si e quase usa o soldado de encosto, e isso mostrou personalidade para o ator e um grande acerto de estilo. Ainda tivemos Alexander Ludwig bem colocado em algumas cenas com seu Declan, Jonny Lee Miller bem encaixado como coronel Vokes, e até as duas mulheres Fariba Sheikhan e Emily Beecham trabalhando olhares bem envoltos como as esposas dos protagonistas, além de Antony Starr bem chamativo com seu Parker nos atos finais, ou seja, a equipe mesmo tendo cenas espalhadas chamou muita atenção e fez bem o que tinham de fazer.

Visualmente como bem sabemos nenhum longa se arrisca a filmar no Afeganistão, então as cenas foram gravadas em Alicante na Espanha, e de certo modo acabou sendo bem representativo, com muitas montanhas, um relevo bem recortado e claro muitos carros bem recheados de figurantes com muitas armas de todo tipo, dando tiros para tudo e quanto é lugar, algumas pequenas comunidades simples por onde os protagonistas buscam por água, carros, carroças, comida e remédios, vemos todo o processo de buscas e salvamentos com grande requinte, e claro os meios não legais de se conseguir algo nesse meio, ou seja, a equipe de arte soube passar bem toda a figuração para que fosse chamativa, e o resultado funcionou bastante.

Enfim, é um bom filme de guerra, com boas cenas de ação, que consegue causar tensão e envolver bastante o espectador, e assim sendo o resultado mesmo criticando o modo que tudo foi deixado de um jeito até pior do que quando os EUA chegou no país, acaba funcionando como um bom entretenimento visual, e assim sendo como uma boa trama cinematográfica, valendo bastante a recomendação. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...