Fui olhar o que achei do último filme do diretor e roteirista Olivier Marchal, e por incrível que pareça falei quase a mesma coisa que aqui, pois ele tem estilo para filmes de ação policial, tem currículo tanto como diretor quanto ator nesse gênero, mas falta poder de síntese para ele, pois quer colocar tantos elementos em um único filme que acaba se perdendo, afinal como disse no começo, facilmente a trama desse novo longa daria para uns 5 episódios de uma série, tendo dois capítulos de apresentação com desenvolvimentos, um de apreensão, o quarto com tudo dando muito errado, e o final com a apreensão final, isso com cada um na faixa de uma hora mais ou menos cada, pois é muito estranho não sermos apresentados de fato aos personagens e seguirmos com uma história rolando já de cara no começo, não que você não se afeiçoe aos protagonistas, mas parece que a policial já é conhecida há anos, que os vilões estão preparando tudo já fazem uns dois capítulos e tudo junto não parece nada. Ou seja, o diretor tem muitas ideias, pegou um livro muito recheado de personagens, e acabou desorientado para colocar tudo na tela, e digo mais, se o primeiro corte não tiver perto de três horas eu já não sei mais de nada, pois é notável o tanto de coisas que foram eliminadas, e com isso o resultado ficou corrido e alongado de uma forma que até dá para curtir a entrega, mas não chega muito longe.
Sobre as atuações vou ser sucinto, senão se eu falar de todos o texto vai ficar imenso, e não tivemos grandes surpresas nesse setor, de modo que Sofia Essaïdi tem praticamente todo o destaque estando em quase todos os atos da trama com sua Sara, e trabalhou olhares e sentimentos meio que aéreos por vezes, parecendo ter até algo a mais com o seu informante do outro lado, mas que trabalha bem nas dinâmicas e segura ao menos a parte que precisava para sua personagem funcionar. Assaad Bouab trabalhou seu Richard Cross de uma maneira até que interessante, mas pareceu também meio perdido no meio de toda a confusão, por vezes parecendo estar abaixo de muitos ali, o que não é o caso, então dava para se impor mais. Quem ver a foto de Alberto Ammann no IMDB certamente vai falar que é não é o mesmo Eduardo do filme, pois o ator ficou imponente, cheio de estilo, nem um pouco certinho sendo bruto e malvado, como um bom vilão de trama deve ser, acertando bastante no que faz, e chamando toda o lado tenso para si, o que foi um bom acerto de ver. Ainda tivemos outros que tiveram leves destaques como Nassim Lyes com seu Saïd, Zoé Marchal com sua Lucie e Moussa Mansaly com seu Franck, mas quem trabalhou mesmo de forma mais forte entre os secundários foi Nicolas Cazalé com seu Reynal.
Visualmente a trama teve cenas em várias casas pequenas no meio do caminho, com cenas bem violentas, uma mansão imensa na Espanha aonde os traficantes saem rumo à França, alguns ambientes abandonados, muitas cenas em carros e na delegacia, tudo muito bem fechado com sacadas dinâmicas para dar uma leve velocidade na trama, mas trabalhando a priori com muitas armas e elos sem grandes destaques, o que mostrou uma equipe de arte simples se formos analisar a fundo.
Enfim, dava para ser uma trama muito melhor desenvolvida, com bem menos personagens e talvez com uma introdução melhor de personagens para que o filme fluísse melhor, ou então se quisesse usar tudo o que usou que entregasse uma minissérie que funcionaria bem mais, mas da forma que ficou não diria que recomendo com muito afinco não, pois é confuso e alongado demais, mesmo sem explodir realmente. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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