Diria que a diretora e roteirista Chinonye Chukwu foi bem direta no desenvolvimento de seu longa embasado na pesquise de mais de 15 anos de Keith Beauchamp sobre todo o desenrolar do crime, do julgamento, das leis, e claro do que acabou acontecendo com os culpados, com a família do garoto e tudo mais, de tal forma que antes Keith já havia feito um documentário sobre o caso, e agora de uma forma bem viva e desenvolvida a trama conseguiu passar bem todo o sofrimento da mãe com tudo o que acabou acontecendo. Ou seja, é um filme que tem um ar emocional que vai até além da proposta, mas que consegue comover e fazer com que o público reflita sobre os casos de racismo e segregação que muitos estados americanos faziam nos anos 50, e ainda alguns não explicitamente fazem, sendo algo intenso de ver, e que usando de muito simbolismo e cheio de boas dinâmicas conseguiu ganhar várias indicações e prêmios mundo afora.
Sobre as atuações, temos muitos bons personagens e expressões de cada um na tela, mas sem dúvidas o filme é de Danielle Deadwiller com sua Mamie, pois a atriz entregou com perfeição seus momentos mais duros, desenvolveu emoções e diálogos tão imponentes que nossos olhos ficam presos com ela desde a separação apenas do filho indo visitar os primos, e depois cada ato seu tem força e presença marcante com muita representatividade e desenvoltura que certamente irá ficar marcado na nossa mente o show que deu. Tivemos ainda Jalyn Hall bem gracioso e cheio de vida com seu Emmet/Bo, tendo atos singelos bem colocados, mostrando ser um garoto agitado que gostava do que fazia, e que certamente não fez todas as loucuras que a mulher representou no julgamento, pois seria impossível um jovem de 14 anos fazer tudo aquilo naquela época, ou seja, foi bem também. Kevin Carroll trabalhou bem seu Rayfield Mooty como um advogado imponente de causa e cheio de intensidade nas palavras. E claro Tosin Cole deu muita intensidade nos atos de seu Medgar Evers, mostrando como desenvolveu todo um projeto em busca da defesa das pessoas de cor no Mississipi. E para finalizar os destaques tivemos tanto Frankie Faison quanto Whoopi Goldberg bem diferentes com seus John e Alma Carthan, pais de Mamie, passando bem o simbolismo de tentar defender a filha de ir para a briga sozinha por algo impossível de ganhar.
Visualmente a trama foi bem representada, mostrando os casebres dos funcionários das plantações de algodão no estado, as mercearias simples administradas pelos donos das terras que ficavam com parte dos salários dos funcionários, vemos uma comunidade/cidade somente de negros no estado aonde todos se preparavam para os devidos julgamentos de classe, e vemos claro toda a diferença de vida deles em Chicago, numa casa bem decorada, vemos todas pessoas da imprensa com fotos para todos os lugares, e claro um julgamento predominantemente branco aonde apenas os negros eram revistados e deixados de pé durante todo o processo, ou seja, a equipe de arte fez muitos símbolos e acertou bem no que foi mostrado.
Enfim, é um filme denso, bem trabalhado, e com uma história imponente bem desenvolvida, que talvez pudesse ter sido até mais dimensionado para termos mais atos na tela usando a mesma duração, mas talvez diminuísse a dramaticidade entregue, e assim sendo vale a recomendação de conferida como foi feito realmente. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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