Diria que o diretor e roteirista Romuald Boulanger soube fazer uma trama simples, porém muito bem elaborada, misturando elementos de caçada policial com tensão de importunação, aonde vemos os personagens praticamente surtando com as ações entregues e que mesmo fazendo com que os protagonistas andassem pelo prédio inteiro, cada detalhe foi pensado para entregar novas nuances a cada momento da trama, ou seja, mesmo não sendo feito em plano sequência, a trama se desenvolve numa madrugada só, com a câmera acompanhando o protagonista por todo o espaço da rádio, tendo sacadas precisas para que tudo fosse muito bem capturado, e principalmente ele soube passar para os atores as devidas expressões que precisava para cada ato, pois um erro e toda a reviravolta seria jogada fora. Ou seja, é o famoso filme que mesmo não tendo cenas de ação impactantes não pode ter erros nas gravações, e principalmente na montagem, pois desanda por completo, e nesse sentido ele deu show no que fez, mesmo frisando novamente, que é um filme simples, daqueles que você não vai se surpreender com algo moral, nem vai ter reflexões mil, mas sim a surpresa com tudo o que ocorre na tela, e isso sim é muito válido.
Sobre as atuações, Mel Gibson entrega muito com seu Elvis, sendo imponente, pretencioso e cheio de atitude em todos os momentos, fazendo com que o público sequer tire os olhos de seu personagem, e trabalhando tão bem todas as sacadas faz com que o filme flua bem do começo ao fim, e claro tenha alta intensidade, ou seja, deu show. William Moseley também trabalhou muito bem a dinâmica de seu Dylan, de forma que o jovem acompanhou o protagonista em todos os atos, e de uma forma bem desesperada se entregou para que o filme fluísse com ele, e o melhor, sem ofuscar o protagonista, ou seja, fez o papel de coadjuvante com perfeição. Paul Spera brilhou muito na intensidade vocal durante quase todo o filme com seu Gary apenas falando com o protagonista, dando ares de maluco, criando tons intensos e sinistros, e nos atos que esteve presencialmente no final do filme ainda continuou trabalhando tudo isso com trejeitos no rosto e no corpo, de forma que brilhou muito também, sendo preciso como antagonista da trama. Quanto aos demais, cada um participou de uma forma, mas é bom nem falar tanto, senão daqui a pouco entrego algo que não deveria, mas diria que todos foram muito bem no que precisavam, e isso já é ajudar demais em uma produção.
Visualmente a trama é bem marcante com vários andares de uma rádio, tendo o estúdio como boa parte dos atos, tendo microfones, controles e tudo mais que já vimos em vários filmes e claro em rádios online, temos a portaria aonde se desenrolam algumas cenas, um terraço aonde se desenvolve alguns atos bem tensos, e claro todos os demais corredores e salas aonde o protagonista sai a procura do maluco, sendo algo cheio de intensidade, bombas e tudo mais, que chamam muita atenção do começo ao fim, e paro por aqui de detalhes, afinal tudo como já disse acaba sendo spoiler, então confira o filme, e veja que a equipe de arte trabalhou muito bem cada detalhe para irmos montando a ideia final.
Enfim, como disse no começo do texto, eu esperava ver outra coisa, ou melhor uma refilmagem americana de uma trama indiana que já era muito boa, mas fui surpreendido com um outro filme que me deixou muito tenso, e completamente feliz com o fechamento, embora após a segunda reviravolta já soubesse como o longa iria terminar, e assim sendo o resultado só pecou nesse quesito para não ganhar nota máxima, mas ainda assim é um tremendo filmaço que vale demais a recomendação de play. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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