Dois anos atrás reclamei bastante da loucura do diretor e roteirista Sydney Sibilia com o filme "A Incrível História da Ilha das Rosas", pois mesmo usando uma história real de base, ele acabou exagerando demais em toda a trama ao ponto de ficar bizarro e irreal, mesmo sendo bem interessante, porém aqui posso dizer que ele se redimiu ainda mantendo o mesmo estilão maluco, pois se lá era uma história que o mundo praticamente desconhecia e ficou abstrata, aqui não ocorreu por ser algo mais de impacto mundial, que todos viram e ele soube dosar a desenvoltura maluca para que fosse tudo bem convincente, ocultou o nome das fitas virgens concorrentes (o piiii com asteriscos na legenda foi o melhor!) e trabalhou os personagens como pessoas bem ingênuas, mesmo que desde crianças falsificassem produtos junto de seus pais. Ou seja, o diretor soube utilizar bem o que sempre falei de colocar um pouco de ficção numa história real para ela se valorizar, e ainda deu estilo para uma época completamente maluca, aonde com certeza muitos hoje nem ouviriam tantas músicas se ficassem apenas com um disco de 2 ou 3 músicas boas e um monte de ruins, enquanto uma fita bem preparada tinha 12 (as vezes mais) boas canções do gênero que empolgavam até estourar, e assim o resultado funcionou bem demais, e chamou muita atenção.
Sobre as atuações, diria que o trio de irmãos foi bem trabalhado, mas que talvez faltasse um pouco mais de malícia na intensidade deles, pois pareceram realmente serem bem ingênuos, o que pelo tanto de coisas que faziam não era normal uma pessoa achar simples, mas com seus trejeitos entregaram bons atos e desenvolturas, claro tendo o destaque para Luigi D'Oriano com seu Enrico "Erry" bem solto, cheio de olhares por vezes meio que desanimado, afinal sempre quis ser DJ e não o que acabou virando, mas entregando boas dinâmicas nos convenceu de tudo com bom primor. Tivemos o mais empolgado com toda a fama e desenvoltura Angelo que Emanuele Palumbo entregou, e claro tivemos o esperto e bem colocado Peppe que Giuseppe Arena desenvolveu, de tal forma que o trio teve uma boa química e funcionou bem dentro da proposta. Ainda tivemos o agente da Polícia Federal que estava desesperado para pegar os jovens e não conseguia, sendo bem trabalhado por Francesco Di Leva, e claro o dono da empresa de fitas que viu seu lucro disparar com as compras dos irmãos que Fabrizio Gifuni cadenciou de forma bem encaixada nas suas poucas cenas. Quanto dos demais, diria que as mulheres da trama até que fizeram bons atos espalhados, mas sem grandes destaques, valendo apenas chamar a atenção para o pai dos jovens que Adriano Pantaleo fez bem e agradou.
Visualmente o longa foi uma brincadeira muito gostosa pelos anos 80, aonde a equipe de arte brincou bastante com o figurino, com os eletrodomésticos e eletrônicos, com o gravar das fitas, com as escolhas das músicas nos ambientes e até mesmo na forma criminal trabalhada com empresas escondidas e mudando de lugares para continuar pirateando, ou seja, tudo de forma bem simbólica e marcante que acaba funcionando com cores e elementos, e assim o resultado encaixa demais.
Enfim, é mais um dos que dou play esperando bem pouco e saio muito feliz com o resultado final, sendo daqueles que vou recomendar com certeza para todos, então a dica principal é para o público que viveu essa época explosiva das piratarias musicais, mas que quem for mais jovem também veja para ver a loucura que era querer escutar sempre as suas principais sem ter de ouvir um disco inteiro. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...