Netflix - Uma Linda Vida (A Beautiful Life)

Se tem um gênero que não tem meio termo é o de dramas românticos, pois ou o filme acerta bastante e envolve com o carisma dos personagens, ou acaba sendo daqueles que você se pergunta o motivo de ter dado play nele, e não mesmo não conhecendo muito do cinema dinamarquês, posso dizer que a Netflix tem acertado bem com o diretor Mehdi Avaz, de modo que já são dois longas em anos seguidos, com um bom estilo que trabalha bem a dramaticidade dentro de um romance leve e gostoso de ver, e que aqui em "Uma Linda Vida" funciona tanto como obra cinematográfica leve e bem trabalhada, como uma vitrine bem trabalhada das canções do músico do país, Christopher, que já anda com algumas músicas bem colocadas nas rádios nacionais e agora certamente irá chamar muito mais atenção com toda a propaganda no filme. Ou seja, é um filme que tem todos os clichês do estilo, mas como já falei algumas vezes, um clichê acaba até determinando bem alguns gêneros, e quando um molde funciona bem, não vejo erro em usar ele para chamar atenção. Sendo assim, se você curte boas músicas em uma trama bem graciosa e até que bem atuada, pode dar o play tranquilamente, que ao menos um bom passatempo de 98 minutos você terá.

A trama nos mostra que Elliott é um jovem pescador com uma voz extraordinária, que tem a chance de sua vida quando é descoberto pela bem-sucedida empresária musical Suzanne. Suzanne logo junta Elliott com sua filha distante, a produtora musical Lily. Porém em seu caminho para se tornar uma estrela, as lutas do passado ameaçam não apenas sua grande descoberta, mas também o amor crescente por Lily.

Diria que é muito fácil todo o sucesso do longa, pois a gama de fãs do estilo é muito grande, e a maioria do público desse formato não liga se um filme tem uma tonelada de clichês ou se vai ser algo totalmente água com açúcar, pois eles querem um romance bem marcado, personagens bonitos e se tiver uma trilha sonora que diga mais do que as palavras do roteiro então, é sair pro abraço, e felizmente o diretor Mehdi Avaz viu que foi um pouco disso que faltou no seu longa anterior, "Toscana", para que ficasse perfeito, e aqui ele abusou ao máximo, pois o roteiro de Stefan Jaworski permitia essa abertura, e como já tinha trabalhado com o cantor no ano passado, conseguiu melhorar bem a atuação dele, e claro trabalhar quase como um videoclipe mais elaborado, que funciona pela essência, e claro pela melodia que dita a formatação da trama. Ou seja, é leve, é gostoso, tem estilo, e não precisaria de mais nada para agradar o público alvo do longa, que certamente vai sofrer duras críticas do pessoal que espera aquele algo a mais, que tenha uma explosão de ideias, mas essa não era a ideia, e por isso funciona tão bem para aqueles que gostam de filmes dessa forma.

Sobre as atuações, quem for conferir esperando algo brilhante dos protagonistas vai sair um pouco decepcionado, mas diria até que o cantor Christopher fez bem o papel de um jovem pescador por pouquíssimos momentos, e depois entrega o que sabe fazer bem que é cantar e performar, de forma que por ser um cantor romântico também, soube fazer ares sensuais e bonitos para com a sua parceira de cena, e assim seu Elliot tem estilo e tem bons trejeitos, que acabam agradando durante todo o longa. Não conhecia a atriz Inga Ibsdotter Lilleaas, então não vou opinar pelos seus trabalhos anteriores, mas diria que aqui mesmo tendo uma química gostosa na cena romântica com o protagonista, sua Lily ficou um pouco seca demais na maioria dos momentos, parecendo estar sempre fora do ambiente, mas nas cenas finais acabamos entendendo um pouco de seu drama, e o resultado acaba sendo interessante de certa forma. Christine Albeck Børge trabalhou bem sua Suzanne, passando bem o ar empresarial do ramo musical, buscando claro um sucesso, tendo seu passado meio escuro, e soube ser bem direta no que precisou fazer, não indo nem um pouco além, mas também não decepcionando por isso. Ainda tivemos atos bem divertidos pelo estilão do produtor da banda Patrick que Ardalan Esmaili entregou, sendo bem colocado nos atos mais diretos com o protagonista, e também alguns atos levemente forçados pelo "amigo" Oliver que Sebastian Jessen fez com primor e algumas desafinações, ou seja, todos se encaixaram bem no que o filme precisava e acabaram agradando.

Visualmente a trama foi bem básica, tendo um barco-casa aonde o protagonista vivia, mostrando bem os adereços que remetiam ao seu passado familiar, tivemos a mansão da família Tyler contando com fotos do grande músico de sucesso da família, com um estúdio riquíssimo de equipamentos, e uma casa mais íntima no campo aonde desenvolveram melhor algumas músicas mais íntimas, além claro de alguns shows e apresentações em rádios e TVs contando bem toda a trajetória em ônibus de banda e tudo mais do clássico estilo, mostrando que a equipe deve ter usado até a turnê do cantor para montar tudo de uma forma mais fácil na tela.

Como já disse a produção usou muito das músicas do cantor Christopher para desenvolver a trama ao redor delas, e assim todas passam bons significados para o filme da mesma forma que retornam bem para o ritmo da trama, e sendo assim o cantor ainda compôs novas canções inéditas e o resultado acabou virando o álbum da produção, então quem quiser ouvir depois, aqui está o link.

Enfim, é um filme que me entregou o que eu esperava dele, e acabou sendo gracioso, envolvente e leve, sendo uma boa dica para quem curte dramas românticos como um bom passatempo, aonde não vai ter de esperar reflexões ou situações mais chamativas, valendo a proposta e o resultado dessa forma, então fica a dica. E é isso meus amigos, eu fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Alguns vão achar que eu surtei por dar uma nota tão alta para um filme simples, mas é como disse mais para cima, ele atinge o público-alvo e envolve bem, então mesmo não sendo perfeito acaba valendo uma nota alta.