Diria que os diretores e roteiristas Marcos Jorge e Marcelo Botta usaram toda sua experiência em filmes e produções audiovisuais para criar e desenvolver a ideia do longa, pois é nítido na tela toda a desenvoltura em cima do tema que mesmo o mais jovem diretor nacional sabe aonde tudo pode dar errado, e hoje a maioria quer competir com filmes de ação recheados de efeitos, produzir com elenco cheio de estrelas e tudo mais, mas na hora que vai fazer as contas do orçamento mal dá para fazer uma grandiosa cena de fechamento, então o que fazer para gravar todo o restante, e aí é que a bagunça entra, e claro que com bons atores cômicos o resultado acabou fluindo melhor ainda. Claro, é nítido também o excesso de cenas para forçar o riso, e isso tem de ser levado em conta, mas para quem for do meio e acabar conferindo, muito passará tranquilamente, pois acaba não sendo forçado, mas sim real todo o perrengue por trás da magia cinematográfica que só funciona na tela grande.
Sobre as atuações, diria que Paulinho Serra foi bem encaixado na ideia de um diretor exagerado e cheio de disposição para mudar de opinião de acordo com o que precisava fazer, de modo que seu Paulo tem estilo, tem uma boa desenvoltura e acaba brincando bastante com toda a ideia do seu filme, o que acaba sendo bem divertido de ver. Já Raul Chequer fez o tradicional roteirista que tem ideias mirabolantes, quer ter diálogos para tudo, pensa demais e se envolve demais com o que escreveu, de tal forma que seu Manuel por vezes parece o famoso chato da turma, mas se encaixa com personalidade para o que o papel necessitava. Felipe Torres trabalhou seu Alex com um bom gracejo, mostrando aquele que dá o sangue mesmo pelo filme, vende o apartamento para conseguir algo, arruma confusões com tudo, mas quer uma iluminação visual incrivelmente bem encaixada e faz de tudo para isso, sendo engraçado os trejeitos meio desesperado dele na trama. E por fim Leandro Ramos entrega as sacadas do som, que é sempre aquele que ouve algo que está dando interferência, tem as ideias mais bizarras para tudo, e o ator se diverte mostrando técnicas e se apaixonando quando ganha tudo o que desejava para criar sons. Ainda tivemos muitas participações especiais no filme e vários personagens meio que aleatórios, tendo destaque para Nicola Siri com seu Paolo, um investidor milionário que tem das suas artimanhas coisas não muito legais realmente.
Visualmente a trama é bem sacada, tem efeitos bem colocados, locações bem malucas como o meio de uma comunidade para gravar cenas de perseguição e também um comercial de margarina e de combate ao frio, faz cenas numa praia, tem a produtora que grava desde filmes pornôs até programa de culto evangélico, passando por propagandas de todo tipo e com isso tendo elementos cênicos espalhados de todos os tipos possíveis, tiveram um grande estúdio cheio de tecnologia por alguns momentos, uma festa imensa e claro uma grandiosa reunião para vender seu produto, ou seja, a equipe de arte brincou bastante do começo ao fim com muitos elementos alegóricos e uma criatividade sem tamanho para o resultado funcionar.
Enfim, confesso que fui esperando algo pior e até mais tosco para o que seria mostrado na tela, mas que sendo do meio que são os personagens, acabei me divertindo bastante, o que sei que não deverá acontecer com um público mais comum, porém como a trama força a barra e tem situações bizarras, o riso acaba acontecendo, então acaba valendo também a indicação para quem gosta de comédias mais bobas do que as normais. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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