O diretor Stephen Williams é muito mais conhecido pelas gigantes séries que fez nos últimos anos, mas aqui trabalhou bem a essência de um jovem, a desenvoltura clássica da criação de uma ópera, vemos também como o garoto se empunhou de suas excelências para crescer desde a escola até na vida, e claro também seu ego, seus tombos, romances e tudo mais, de forma que a essência da vida do rapaz foi bem colocada na trama pelo diretor, porém dava para seguir ainda um pouco mais da vida dele, com os atos da revolução para ficar completa, e sendo um diretor de séries tradicionalmente acabou sendo até bem contido no desenvolvimento de personagens, o que resultou em uma trama quase que toda fechada no protagonista, e funcionou ao menos para mostrar o potencial do ator. O único adendo é que ele deveria ter trabalhado a trama em francês, afinal se passa toda na França como grandiosa nação em ruínas que ainda não tinha tantas pessoas falando em inglês, mas nada que incomode como filme apenas.
Sobre as atuações temos claro que começar parabenizando Kelvin Harrison Jr. pela desenvoltura entregue para seu Joseph/Chevalier, pois o ator praticamente se especializou em violino, tocando e treinando por semanas para o papel, e aqui realmente deu show com o que fez na tela com o instrumento, além de se portar com a classe dos nobres, e se envolver bem nas dinâmicas com todos os personagens, sendo daqueles protagonistas que não ficam tão amarrados, mas sim alguém que vai além e chama a câmera toda para si. Samara Weaving entregou uma Marie-Josephine bem ampla de estilo, com um charme envolvente e bons atos usando a voz como ferramenta de uma cantora lírica, sabendo dosar o tom e estar presente, o que é bem marcante de se ver, claro que não foi ela que cantou tudo, ao menos imagino, mas passou bem a ideia. Também tivemos Lucy Boynton bem encaixada como Maria Antonieta se personificando bem para o papel, trabalhando como uma mulher de conexões e vontades, e nem tão maluca como muitos sempre chamaram a rainha, de tal forma que seu resultado acaba sendo bem bacana de ver. Ainda tivemos bons momentos de Sian Clifford como Madame de Gilles Marton Csokas como Marquês de Montalembert, Ronke Adekoluejo como a mãe do protagonista, e valendo um último destaque para Alex Fitzalan como Phillipe, um dos grandes revolucionários da França.
Visualmente como todo bom filme contendo monarquias e óperas, vemos um trabalho bem imponente de cenografia, mostrando grandiosas festas e apresentações, ainda tendo tudo muito iluminado por velas que deram um charme a mais para a trama, e principalmente figurinos marcantes, perucas bem colocadas, muita bebida e tudo que com muita classe e desenvoltura acaba chamando atenção do começo ao fim.
Enfim, é um filme bem trabalhado nas nuances, com boas cenas marcantes e interessantes de um período que tem grandes filmes, mas que dava para ter ido um pouco além se encaixasse um pouco mais de personalidade nos demais personagens sem ser o protagonista, e dimensionado um pouco mais a vida do jovem crescendo e depois na revolução, pois toda a base é bem mostrada e mesmo sem ser alongada acaba pesando um pouco para todo o resultado final, mas ainda assim vale o play para conhecermos mais um homem que não sabíamos quase nada de sua história. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
0 comentários:
Postar um comentário
Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...