O longa conta a inspiradora história real de Richard Montañez que, como zelador da Frito Lay, revolucionou a indústria alimentícia canalizando sua herança mexicana para transformar o Flamin' Hot Cheetos de um lanche em um fenômeno icônico da cultura pop global.
A diretora Eva Longoria, que conhecemos bem mais por suas atuações em uma tonelada de filmes e séries, entregou aqui praticamente o seu primeiro longa na função, e fez o que sabe fazer bem que é interpretar uma história e dar sua voz, mas como fazer isso sendo diretora ao invés de atriz? A resposta é fácil, enchendo o filme de narração, afinal é mais fácil colocar as loucuras na voz do protagonista do que mostrar isso sendo realizado, e com essa sacada o filme ficou bem divertido, pois o protagonista é bem doidão, tem todo um estilo e fez algumas nuances falsas bem engraçadas de pensar em executivos falando daquela forma, mas a grande base do sucesso foi na história do verdadeiro Richard Montañez que escreveu o livro que usaram como base para o roteiro do filme, e fluiu muito bem em algo que talvez até chame alguma atenção maior com o sucesso que vai fazer na plataforma de streaming, e assim quem sabe em breve veremos muitas outras tramas que deram certo vindo do pessoal que realmente veste a camisa de uma empresa. E para uma estreia na direção de longas comerciais, posso dizer que não vemos grandes furos de Eva, mas sim uma promissora ideia de estilo diferenciado, que pode dar certo, só precisa maneirar um pouco nas narrações.
Sobre as atuações, posso dizer que Jesse Garcia caiu muito bem na personalidade de Richard Montañez, sendo simples de estilo, sem forçar trejeitos para que parecesse mais clichê, mas que trabalhou olhares bem colocados desde tristezas, devoção pela fé mais na esposa e carisma suficiente para não soar bobo, que dava facilmente para o filme ir para outros rumos, e o jovem conseguiu captar bem a essência agradando com o que precisava fazer, ou seja, não sei se conversou com o verdadeiro Richard, mas fez algo bacana de ver na tela como um espelho. O mesmo posso dizer de Annie Gonzalez com sua Judy Montañez, pois a atriz entregou muita desenvoltura, foi a base da casa do protagonista, e passou muita verdade nos olhares junto do protagonista, trazendo uma química forte e bem encaixada para a dupla. Dennis Haysbert também deu muito estilo para seu Clarence, fazendo um papel forte de alguém que conhece muito de uma fábrica, e também dando muita voz ao protagonista, de modo que certamente o verdadeiro Richard pediu que o papel tivesse um grande sentimento, afinal é quem dá a voz para o personagem na fábrica, e certamente viraram muito mais que amigos num futuro, o que o ator soube encaixar muito bem em cena. Tony Shalhoub trabalhou de uma forma bem correta seu Roger Enrico, mostrando a classe de um bom CEO que sabe ouvir seus funcionários, e o ator deu uma pegada levemente caricata para o papel, mas sendo acertado ao menos o que fez. E falando em caricato, Matt Walsh trabalhou seu Lonny Mason com um ar meio que jogado, daqueles chefes que só fazem por fazer, e que usando de estilos tradicionais não vai muito além, mas o ator soube fazer isso bem, e assim sendo acertou, e isso ocorreu com vários outros personagens executivos da empresa feitos por outros atores, mostrando que talvez muitos nem no final da carreira tenham sido perdoados pelo verdadeiro Richard de seus olhares. E por último vale um leve destaque para o garotinho Brice Gonzalez que deu voz para o filho do protagonista e foi bem carismático e cheio de trejeitos com a picância dos salgadinhos.
Visualmente a trama foi bem carregada de estilo mais puxado para o lado mexicano mesmo, e também com as cores do salgadinho, de forma que a equipe de arte trabalhou muito com tons alaranjados e avermelhados, mostrando o padrão da época dos anos 80/90, usando muito das fábricas originais antigas, tendo vários cuidados para mostrar a produção, e claro toda a vida maluca do protagonista, desde os perrengues que passou no passado, os envolvimentos com tráfico e claro a dificuldade dos imigrantes de conseguir empregos nos EUA, e sendo bem sacado com elementos de fé, e de estilo conseguiram não deixar o longa caro, nem jogado demais, o que acabou sendo um resultado interessante de ver na tela.
Enfim, é uma trama que tem um jeitão meio truculento, que muitos não verão por achar cômico demais, mas que recomendo bastante tanto como filme mesmo, quanto como lição de empreendedorismo, pois mostra que correr riscos e ter atitude muitas vezes pode mudar completamente o mundo em que vive. Como ideia e lições diria que a trama valeria um 10, mas como filme com leves defeitos ficaria com um 8, então darei a nota na média, e recomendarei bastante ele, pois vale sem dúvida o play. E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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