Diria que talvez o problema da trama foi a falta de experiência do diretor Richard Hughes, que aqui estreou na função de direção de longas após alguns curtas, e talvez ao expandir a história que lhe foi entregue acabou exagerando na dose mais recheada de ação e deixou de lado um pouco toda a parte expressiva que precisaria ter trabalhado para que o longa tivesse um algo a mais. Claro que pode ter até filmado mais cenas que dariam sentido, e terem cortado na edição final para que a trama não ficasse longa, mas como o longa tem apenas 90 minutos, com mais uns 10-15 de introdução, começando com o protagonista sendo preso por algo e separado da família, sua saída da prisão, e sua volta como executor, para aí sim desenvolver todo o restante e cadenciar melhor. Ou seja, ele mostrou estilo ao trabalhar bem as cenas mais imponentes de lutas, pancadaria e tiro, e mostrou técnica na agilidade das dinâmicas, e assim já chamou algo para um estilo próprio marcante que pode fluir futuramente.
Sobre as atuações, é claro que o foco é em cima de Antonio Banderas, tendo uma personalidade bem forte para seu Cuda, mas mostrando ser também uma pessoa boa para com quem gosta, e o ator transmite segurança em suas cenas, dá boas deixas para que os demais personagens se sobressaiam e mesmo não sendo tão imponente quanto poderia, acaba chamando a atenção para si e funciona. Mojean Aria também foi muito bem nas cenas de seu Stray, lutando bastante e tendo disposição para cenas mais dinâmicas, não sendo tão bem trabalhado nas cenas com mais diálogos, mas agradando de certa forma. Zolee Griggs deu um bom tom para sua Billie, e trabalhou bem as emoções expressivas com seu olhar bem envolvente, sendo bem acertada para o papel, mesmo que tenha sido algo meio estranho a conexão da personagem com o protagonista. Kate Bosworth fez uma mafiosa toda poderosa, tendo estilo, mas não entregando atos de forma muito confortável, parecendo um pouco artificial para sua Estelle. E por fim, falando em artificialidade, o rapper 2 Chainz fez um Freddy digamos estranho, não sendo nem um mafioso imponente, nem um usuário do ambiente, parecendo estar fazendo rap com os diálogos, o que não funcionou muito.
Visualmente a trama focou mais nas cenas externas andando com o carrão do protagonista pelas ruas de Miami, tivemos alguns atos dentro da boate liderada por Estelle, aonde o foco foi quase que inteiro no capanga contando dinheiro nas máquinas, tivemos um ato meio que solto numa pista de golfe, alguns momentos descontraídos em restaurantes, e uma outra boate com um apelo mais sexual da gangue rival aonde nos atos finais ocorrem muitos atos de luta e tiros, ou seja, tudo bem composto cenograficamente, mas sem ir muito além para não estourar o orçamento da trama.
Enfim, é um filme simples, até que bem feito, mas que dava para melhorar muito com poucas mudanças, sendo até que um passatempo que não incomoda por ser rápido da forma que foi entregue. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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