Diria que o diretor Peter Bebjak foi sucinto até demais com o que desejava mostrar em sua trama, pois se você não tiver lido a sinopse antes, os primeiros atos acabam parecendo meio que jogados e estranhos com os dois protagonistas "enterrados" por alguns dias, e também como eles sabiam exatamente o momento para saírem de lá e fugirem, além das coisas que levantaram para apresentar para alguém sobre Auschwitz, de tal forma que valeria uma ou duas cenas a mais além da cena de entrada do protagonista no campo, e aí sim dar a passagem de dois anos para o acontecimento do filme, mas isso é o de menos, pois o filme tem um conteúdo forte suficiente para envolver e mostrar as barbáries que aconteciam, e todas as dinâmicas ali, que já vimos em vários outros filmes. Ou seja, o diretor mostrou bem tudo, mas dava para ir além, de tal forma que o mote principal acaba sendo a primeira frase do filme e claro o fechamento com as falas de outros personagens modernos, que assustam ouvir tudo aquilo, se pensarmos ainda mais como tudo ocorreu de modo tão "fácil".
Sobre as atuações, diria que todos foram bem expressivos e marcantes nas cenas desenvolvidas, principalmente nos três dias praticamente integrais de pé no frio esperando a ordem para poder entrar e dormir, aonde vemos claro Florian Panzner imponente como um soldado insano e cruel, e Jan Nedbal como um judeu que desafia ele por muitas vezes fazendo coisas erradas na fila, de modo que facilmente o personagem tomaria um tiro por bem menos, mas foram boas interações ali. Quanto dos protagonistas Noel Czuczor e Peter Ondrejicka foram bem marcantes nas cenas da floresta, criando desenvolturas sofridas e muitas dinâmicas para que chegassem ao seu objetivo final, e trabalhando trejeitos fortes junto de uma câmera insana do diretor, que cai, levanta, se joga, e tem olhares para todos os lados, acabamos quase que junto deles acompanhando sua fuga. E por fim vale um último destaque para John Hannah como o correspondente da Cruz Vermelha que vai ouvir os jovens e desacreditado com tudo o que ouviu do marketing nazista, acaba quase nem dando voz aos jovens que estão vivos sabe-se lá como e ele faz trejeitos que não tem como se conformar, ou seja, se realmente o cara fez dessa forma na vida real teria de se arrepender até hoje.
Visualmente a trama é bem imponente e chama a atenção para os detalhes dos galpões, dos uniformes e da vivência em Auschwitz, sendo bem representado com luzes densas em cenas noturnas, e atos bem marcantes de violência, com destaque tanto para a chegada dos judeus, quanto para a cena do cavalo na floresta, entre muitas outras, e claro a fuga dos protagonistas foi algo bem imponente e marcante pela direção de fotografia ir seguindo eles como uma terceira pessoa, com os disfarces em folhas e tudo mais, ou seja, um trabalho de pesquisa muito bem feito e marcante que fizeram na tela.
Enfim, é um filme que tem defeitos como citei acima, principalmente pelo recorte do diretor de alguns atos primordiais para o entendimento completo da trama como aconteceu realmente, mas que tem seu valor histórico e agrada bastante, então vale a recomendação mesmo assim, e como frisei no começo, escute os áudios durante os créditos, pois é bem importante não para o filme, mas sim para a humanidade. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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