Diria que o diretor Vadim Perelman foi muito cuidadoso com sua trama, pois mesmo sendo algo absurdo, a história é baseada em um caso real, e mesmo ficando claro que mostrando o quanto os alemães eram sem quase nenhum conhecimento, principalmente os de alto escalão, poderia se voltar para ele algumas sanções e críticas mais fortes, mas isso não o impediu de trabalhar toda a essência da relação do jovem belga com o general alemão, e mais do que isso, o como o jovem adotou rapidamente um método de memorização de palavras usando os nomes dos demais prisioneiros judeus do campo, que acabou servindo posteriormente para notificar várias famílias sobre as mortes. Ou seja, podemos dizer que tanto o rapaz foi criativo, quanto o diretor e mais ainda o escritor Wolfgang Kohlaase, que redigiu o livro em cima do que os soldados aliados contaram sobre o rapaz, foram criativos para que as dinâmicas funcionassem bem e ainda tivessem tensão e emoção bem dosadas para que o filme funcionasse bem.
Sobre as atuações, Nahuel Pérez Biscayart trabalhou muito bem com seu Gilles/Reza fazendo olhares preocupados com o que poderia de dar errado nessa sua maluquice, fazendo trejeitos de medo de tudo e todos ao seu redor, e sendo preciso nas sacadas para inventar as palavras para o general, de tal forma que o jovem foi dinâmico e muito criativo em cena, não entregando risos e nem se destoando em nenhum ato, o que acabou sendo perfeito demais. Lars Eidinger é daqueles atores que já vimos tanto atuando, afinal está em muitas tramas hollywoodianas, que aqui seu general Koch acaba sendo tão sutil no estilo, tão ingênuo no acreditar das palavras, que ficamos pensando será mesmo que isso ocorreu, pois é meio impossível alguém cair tão fácil assim, mas acaba sendo até gostoso ver sua relação estranha com o protagonista, e todo o desenvolvimento expressivo que ele acaba entregando, ou seja, foi muito bem em cena também. Quanto aos demais, a maioria teve poucas conexões e cenas para se desenvolver muito, tendo claro o destaque para Jonas Nay com seu Max, que fez trejeitos fortes e se enciumou de um nível máximo com a relação do general com um judeu, e sempre ficava procurando modos de pegar no pulo o rapaz, ou seja, surtou e se irritou bem em cena.
Visualmente o longa trabalhou bem o campo de concentração, mostrou os alojamentos bem aglomerados, a "comida" servida para os prisioneiros e a comida de primeira linha para generais e as dos soldados mais baixos, com direito a picnic, peixes e tudo mais, os métodos de troca de comida melhor que alguns tinham direitos, as fazendas e pedreiras para onde alguns prisioneiros iam trabalhar, e claro as noites com o jovem ensinando as palavras no aposento do general, tudo com muitos detalhes, muitas desenvolturas nos atos mais fortes de mortes, e claro muitos objetos cênicos para mostrar como o jovem fez para inventar as palavras, os cadernos de prisioneiros, e até alguns atos em florestas, ou seja, a equipe de arte trabalhou muito bem para que tudo ficasse na medida certa para ser bem representada.
Enfim, é um filme muito interessante de acompanhar, e como já disse outras vezes, me surpreendo com o tanto de tramas envolvendo a Segunda Guerra Mundial por diversos ângulos que conseguem entregar sem repetir as ideias, ou seja, cada dia vemos mais coisas sobre as barbaridades que os alemães fizeram, e como alguns conseguiram sobreviver na época, e assim sendo sempre é bom aprender mais sobre essa época para quem sabe algum dia utilizar, esperamos não precisar, mas cultura sempre é bom adquirir. E é isso pessoal, fiquem com essa recomendação e eu fico por aqui hoje, voltando amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.
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