Diria que o diretor e roteirista Jae-rim Han foi muito preciso na formatação de sua trama, pois entregou tantas situações claustrofóbicas em um único filme que por vezes chegamos a pensar no que mais poderia acontecer para piorar tudo (talvez alguns animais peçonhentos?), mas não precisou de tanto, pois toda a situação tem ao menos umas seis reviravoltas, e cada uma vertendo para algo pior que não tenha soluções fáceis de fechamento, e ainda assim arrumam uma boa, só diria que para ficar completo eu daria uma resolução final de conversa entre dois personagens para que o longa se fechasse como um ato de heroísmo, e assim chamar mais atenção. Aliás essa ideia com toda certeza aconteceria se fosse um filme americano, aonde teria toda uma festança de entrega de prêmio para todos os principais nomes, veríamos a bandeira flamulando e tudo mais, mas como é uma trama sul-coreana, o diretor optou por fechar no básico, e o resultado já se faz por valer, causando muitas sensações, emoções e tudo mais que podia fazer.
Sobre as atuações, diria que o filme tem basicamente três protagonistas bem encaixados, o terrorista vivido por Yim Si-wan que traz olhares bem intensos misturando um pouco de psicopatia com um estilo bem preparado para tudo o que vai fazer em cena, e consegue mesmo exagerando chamar muita atenção para os seus atos; depois tivemos Byung-hun Lee, que conhecemos por "Round 6", como o ex-piloto que tem medo de voar e está apenas viajando para tentar dar uma boa vida para a filhinha, mas que precisará assumir com tudo o que ocorre, e o ator soube passar bons atos para seu personagem com um tom sereno e até calmo demais em contraponto com tudo o que fez no começo, agradando bem com suas cenas; e por último, mas não menos importante o detetive em terra vivido por Kang-ho Song, que mais conhecemos pelo filme "Parasita", e entrega um desespero bem maluco já que sua esposa está no voo, fazendo alguns atos bem imponentes meio que até absurdos, mas que mostram uma intensidade cênica tão precisa que acaba se destacando bastante. Dentre os demais, a maioria está apenas no meio da confusão toda, valendo leves destaques nas desenvolturas de Kim Nan-gil como o primeiro oficial do voo e Do-yeon Jeon como a ministra que tenta resolver as coisas no solo.
Visualmente a trama é bem pautada em três ambientes, no centro de operações no aeroporto, mostrando toda a preparação para o pouso, a confusão na frente da empresa de vírus e vacinas, várias pessoas tentando conversar com os operadores e presidentes de outros países; temos o avião, que certamente fizeram via ambiente preparado, para poder ficar dando cambalhotas com os personagens, toda a confusão nos vários setores de econômica e de executiva, as pessoas morrendo e ficando com feridas no corpo, o desespero e o caos com boas tomadas em vários ângulos, que com certeza fizeram uma réplica bem trabalhada do avião; e o das ruas/aeroportos com as famílias, repórteres e jornalistas mostrando as opiniões do que fazer com o avião e os passageiros, além de toda a preparação de quarentena para receber os passageiros, ou seja, um trabalho imenso da produção e da equipe de arte, que provavelmente gravaram logo após o estouro da pandemia e conseguiram um resultado bem trabalhado para representar tudo.
Enfim, é um tremendo filmaço, que causa muitas sensações nos espectadores, e que entrega tudo o que promete do começo ao fim, não sendo um filme exagerado de situações, nem algo que canse o público com loucuras a fio, sendo daqueles que certamente iremos lembrar quando nos pedirem um filme de tensão e envolvimento, que quem tem medo de voar vai ficar ainda mais traumatizado, e só não darei a nota máxima para ele por achar que poderiam ter trabalhado mais 10 minutinhos de cenas de encerramento, que daria algumas nuances maiores para o fechamento, mas de resto, é perfeito. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais dicas, então abraços e até logo mais.
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