Diria que faltou um pouco de experiência para o diretor e roteirista Juel Taylor para que conseguisse entregar algo com mais desenvoltura, pois se analisarmos separado cada estilo do filme vemos muitos problemas, pois acabou não sendo um filme de ficção científica bem colocado como deveria ser, não vemos uma trama cômica que fizesse rir realmente, e também não temos uma pegada de filmes negros como tentou se passar, misturando tudo de maneira bem grosseira que acabamos até seguindo bem toda a densidade entregue, com um filme que entrega atos interessantes e uma certa coesão, porém sem ir além do que vemos durante a exibição, o que é ruim, afinal dava para trabalhar um pouco mais tudo e criar algo com uma pegada bem tensa sobre clones e o uso de produtos químicos, sonoros e tudo mais para "domesticar" uma população.
Sobre as atuações, posso estar bem errado, mas talvez se invertido os protagonistas o resultado seria muito melhor, pois John Boyega ficou meio que seco demais para com seu Fontaine, não tendo nem a desenvoltura séria de um traficante, nem alguém com uma presença maior para comandar o grupo na investigação, e isso pesou um pouco no ritmo da trama. Já Jamie Foxx pegou seu Slick Charles com propriedade, fazendo seus trejeitos clássicos como um bom cafetão deve fazer, e se desenvolveu bem nas cenas mais cômicas, o que acabou dando ritmo junto da parceria que fez com Yo-Yo, ou seja, seguraram bem a onda da trama e não deixaram que o filme caísse num lado mais depressivo. E falando na parceira de Foxx, Teyonah Parris foi bem dinâmica e cheia de estilo com sua Yo-Yo, brincando com as sacadas dos dois protagonistas, desenvolvendo o ritmo da personagem sem que ficasse forçada, e assim chamou a responsabilidade para si em diversos momentos, ou seja, deu show. Quanto aos demais, a maioria apenas teve uma ou duas cenas para aparecer e tentar se desenvolver, não sendo nada que marcasse muito ou chamasse atenção, tendo leves destaques para Kiefer Sutherland com seu Nixon, Leon Lamar com seu Frog e J. Alphonse Nicholson com seu Isaac.
Visualmente a trama se passa nos anos atuais, porém tem uma granulação e uma ambientação meio que dos anos 80, parecendo que a equipe quis desenhar um bairro mais estilo gângster de época e não tanto moderno, mas o subsolo recheado de elementos de pesquisa, laboratórios de teste e tudo mais que se possa imaginar, mostrando que usavam por lá e funcionava era levado para a superfície como produtos para cabelo, frangos fritos viciantes com drogas que geravam um humor a mais, suco que soltava os os mais quietos da comunidade na igreja e por aí afora, sendo algo que dava para ter sido mais usado, ao invés de se prender tanto nos protagonistas.
Enfim, não é um filme ruim, mas também passa bem longe de ser algo muito bom, valendo ver como um passatempo bem moldado com atores que fizeram bem seus papeis, mas com certeza daqui a alguns dias nem vou lembrar de ter visto ele, ainda bem que posso recorrer aqui para saber se vi. E é isso meus amigos, fico por aqui agora, mas vou tentar salvar o domingo com algum outro filme, então abraços e até logo mais.
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