O Portal Secreto (The Portable Door)

7/14/2023 01:16:00 AM |

Diria que após muitos anos envoltos nas franquias mágicas de "Harry Potter" e "Animais Fantásticos" ficamos meio que exigentes demais para com as tramas contendo magos, bruxas, videntes e afins, de tal forma que quando vamos ver uma trama que usa artifícios do estilo ficamos esperando aquela algo a mais e acaba não acontecendo. Mas também diria que a sacada trabalhada pelo filme "O Portal Secreto" brinca não só com magias e coincidências acontecendo como também tem um pano de fundo bem complexo, que logo no começo com várias letras subindo rapidamente ficaram estranhas de ver, mas no final delas apenas acontece algo muito comum de fazermos, o famoso apertar de "concordo" sem ler nada que um documento imenso diz. Ou seja, dava para um filme bem bobinho focar em tantas coisas imponentes como o aceitar algo sem ler as entrelinhas apenas em prol de algum benefício que nem sempre vai atingir suas expectativas, dava para ir muito a fundo em todo o processo de criar coincidências para um envolvimento maior, mas acabou focado em briga de egos entre pais e filhos de uma empresa que não foi além de nada, sendo algo bacana de ver apenas como um passatempo, mas que não explora nada do que poderia agradar mais, o que é uma pena.

No longa vemos que Paul e Sophie são estagiários humildes e maltratados que começam a trabalhar na misteriosa empresa londrina JW Wells and Co. e se tornam cada vez mais conscientes de que seus empregadores são tudo menos convencionais. Humphrey Wells, o CEO da empresa, e o gerente intermediário Dennis Tanner estão revolucionando o mundo da magia ao trazer a estratégia corporativa moderna para antigas práticas mágicas. Todavia, Paul e Sophie logo descobrem a verdadeira agenda da vasta corporação comandada pelos vilões carismáticos: eles desejam, na verdade, destruir o mundo da magia.

É bem fácil descobrir o erro do filme, só olhar para o currículo do diretor, afinal Jeffrey Walker é muito mais conhecido pelas inúmeras séries que fez, e quase nada de filmes, ou seja, seu estilo é de desenvolver mais as histórias em capítulos e aqui provavelmente muito do que filmou foi cortado para caber em um único filme, pois vemos uma certa aceleração no início e no fim da trama, de tal forma que nem somos bem apresentados aos personagens, já estamos com tudo sendo desenvolvido, de repente vemos o passeio dos protagonistas por lugares lindos, e novamente o conflito entre os personagens, pronto e fim, não tendo espaços para histórias e envolvimentos, não tendo aquela conexão entre os mundos e tudo mais, de tal forma que é algo até bonito e interessante se olharmos a fundo, mas deveria para manter o diretor e até os roteiristas que são também conhecidos pelas séries, deveriam ter feito algo mais próximo de umas três horas ou dois filmes, que aí sim tudo funcionaria bem, porém da forma entregue, quase que tudo já foi mostrado no trailer, e não tem tanto espaço para conhecermos nada, sendo básico demais.

Sobre as atuações vou ser bem direto com uma crítica para com a distribuidora Imagem Filmes, pois na cidade são quatro cinemas de três redes diferentes com um total de 34 salas, e só mandaram 4 cópias dubladas para a cidade, no Youtube deles só trailer dublado, ou seja, diria que os atores estão certíssimos em fazer greve contra os estúdios que querem usar inteligências artificiais, pois passam anos estudando para fazer belas performances e chega em um país é vendido para mudarem tudo, e aqui as vozes e os textos estão bem ruins, ao ponto que um astro do porte de Christoph Waltz ficou parecendo uma criancinha birrenta em vários atos, o que incomoda demais na composição da trama, ou seja, vou economizar essa parte do texto dizendo que os personagens principais foram bem interessantes e até ousaram expressões faciais convincentes de tudo o que faziam em seus atos, mas confesso que foi um pecado gigante o que a dublagem fez com os personagens, pois dificilmente acredito que o filme tenha um teor tão infantilizado como acabou ficando na versão nacional. Então posso dizer bem rapidamente é que Patrick Gibson se mostrou bem dinâmico com as desenvolturas de seu Paul, Sophie Wilde fez uma Sophie meio seca demais, Chistoph Waltz foi imponente de estilo com seu Humphrey, e Sam Neill ficou interessante e meio que agitado demais com seu Dennis, e só, afinal com suas vozes nem sei como se portaram. E falando dos demais personagens, apenas conectando com o que falei sobre o roteiro e a direção, os demais magos foram meros enfeites que nem sabemos o que fazem direito, sendo algo bem jogado na tela.

Visualmente a trama é bem bacana, com um primeiro momento meio que estranho para um lugar de entrevistas, algo meio abandonado, um apartamento simples com tudo meio que jogado e bagunçado, mas depois vamos para uma empresa bem imponente na recepção e na fachada, vemos vários cômodos com datilógrafas, impressoras e tubos, e algumas salas isoladas, mas sem grandes usos, e alguns poucos atos externos na própria cidade, mas quanto das viagens que os jovens vão usando o portal são para lugares maravilhosos, com praias, montanhas, florestas, aurora boreal e tudo mais, além do grande salão das portas que ficou bem interessante de ver, e depois a batalha no submundo com tudo bem pegado.

Enfim, é um longa que serve de passatempo, mas que tem falhas no desenvolvimento, entregando algo corrido, não aproveitando personagens e tendo quase que nenhuma apresentação, e que também teve uma dublagem bem estranha que não valorizou nada, então pode ser que vendo o longa com o áudio original mude um pouco a perspectiva completa da trama, mas da forma que chegou nos cinemas do interior não tenho como recomendar ele, talvez quando sair nos streamings da vida legendado eu veja e volte aqui para melhorar a nota, mas por enquanto vou classificar ele apenas como algo bem mediano, que é bacana para quem não tiver outro para conferir. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais. 


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