O longa conta a história de Sofia. Uma garota moderna e independente, mas quando o assunto é amor, os únicos romances da sua vida são aqueles do universo literário de Jane Austen. Após utilizar um celular emprestado, algo misterioso acontece e ela é transportada para um mundo diferente, que se assemelha ao século XIX. Sofia é acolhida pela família do encantador Ian Clarke, enquanto tenta desesperadamente encontrar uma forma de retornar a sua vida. O que ela não sabia é que seu coração tinha outros planos.
Outro ponto bem diferente ficou a cargo de uma direção tripla contando com a ribeirãopretana Luiza Shelling Tubaldini, Katherine Chediak Putnam e Dean W. Law, que conseguiram extrair bem toda a obra da escritora Carina Rissi para a telona, de forma que claramente tiveram certas liberdades artísticas e talvez alguns fãs do livro reclamem, mas nitidamente trabalharam tão bem a síntese de inserir alguém moderna num mundo tradicionalista do século XIX que a brincadeira conflituosa entre os diálogos, o modo de se vestir, e todas as interações acabaram sendo criativos demais e funcionaram melhor ainda, mostrando uma boa síntese e principalmente uma boa química entre eles, pois um filme de conto de fadas feito por seis mãos é algo bem difícil de acreditar que deu certo, mas brilharam e entregaram algo que facilmente tem tudo para ser uma mudança no estilo do país ver cinema, já que não recaíram em momento algum para o lado novelesco que esse estilo tanto pede, e com uma produção gigantesca de época que brilha cenograficamente e emociona visualmente. Ou seja, é algo muito fora da caixa para o cinema nacional.
Sobre as atuações posso dizer que os protagonistas também tiveram uma ótima química para desenvolver o romance, de forma que vemos as emoções serem bem encaixadas e o resultado acaba chamando muita atenção. Já havia elogiado Giovanna Grigio nos seus dois longas anteriores sem ser protagonista por ter um estilo próprio bem solto, mas aqui caiu como uma luva para personalidade que sua Sofia entrega na tela, de tal maneira que traz envolvimento, traz emoção e claro coloca paixão na desenvoltura da personagem, tanto pelos livros antigos quanto pelo seu par romântico, ou seja, faz o papel funcionar muito bem sem soar artificial, e dando as nuances certas entre o moderno e o antigo. Já Bruno Montaleone não tinha visto ainda nenhum trabalho seu, mas posso dizer que encontrou um estilo bem galanteador para seu Ian Clarke, com um ar meio tímido, porém com um charme bem colocado, e se desenvolveu muito bem nas cenas mantendo a classe dos homens mais nobres do século XIX e sendo estiloso, ou seja, chamou atenção na tela. Tivemos ainda boas cenas de Nathalia Falcão com sua Elisa bem desenvolvida no cortejo, se tornando uma boa amiga para a protagonista, tivemos uma Bia Arantes marcante e forte com sua Teodora, também tivemos boas cenas com Emira Sophia e Lucinha Lins com suas Valentina e Sra. Albuquerque, e até Hélio de La Peña conseguiu ser imponente sem fazer gracejos com seu Dr. Almeida, mas sem dúvida alguma vale destacar muito Luciana Paes com todas as dinâmicas de sua Abigail meio fada meio bruxa, que ousou trabalhar boas sacadas e estilos em suas cenas, ou seja, um tremendo de um bom elenco bem encaixado que funcionou bastante até nos que tiveram menos cenas.
Visualmente a trama foi muito bem fotografada e desenvolvida pela equipe de arte com minúcias de grandiosas produções, pois encontraram uma mansão de época muito cheia de classe, cheia de elementos de época bem encaixados, desenvolveram figurinos belos e grandiosos, tiveram uma peça de teatro em um teatro com muito requinte, e ainda contaram com cenas externas em cânions incríveis de tirar o ar, ou seja, um pacote de época completo para ninguém reclamar, tendo todos os símbolos bem trabalhados aonde o resultado fez a diferença cênica, isso sem contar toda a desenvoltura no Rio de Janeiro moderno antes da protagonista ir para o passado, ou seja, perfeito demais.
Enfim, confesso que não esperava me surpreender tanto com a obra, pois não conhecia os livros, e o trailer não tinha me chamado tanta atenção, mas saí da sessão extremamente feliz de ver uma obra nacional de qualidade, aonde os demais que estavam na sala também saíram bem contentes com o que viram, tirando foto com o cartaz e tudo mais, coisa que vemos mais em filmes internacionais, e ainda nem falei da trilha sonora escolhida perfeita com "Pentatonix - Can't Help Falling In Love", ou seja, recomendo demais o filme para todos conferirem! E é isso meus amigos, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
PS: Só não vou dar a nota máxima para o longa por alguns momentos no miolo davam para desenvolver mais e outros não tanto, mas de forma alguma isso tirou a dinâmica da trama.
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