Amazon Prime Video - Campeões (Champions)

8/29/2023 01:07:00 AM |

Costumo dizer que filmes esportivos sempre trazem mensagens bem colocadas, e que se olharmos de todos os ângulos possíveis é capaz de encontrarmos tantas mensagens subjetivas incorporadas que não tem como não se emocionar no final, e com o longa "Campeões" é nítido todo o envolvimento dos atores com deficiências, suas alegrias de estarem contracenando e envolvendo, e mais do que isso, fica claro também como Woody Harrelson se envolveu com eles, entregando cenas tão bem encaixadas que tudo fica bonito de ver. Claro que não é um filme perfeito, mas o elo motivacional é tão gostoso de ver na tela, que desde o primeiro dia que vi o trailer torci demais para que viesse para a cidade na estreia, o que acabou não acontecendo, mas agora que está para locação na Amazon Prime Video, deixo como uma grandiosa dica para um dia cansativo no trabalho enxergarmos como que esses jovens foram campeões só pela entrega cênica, e o protagonista ainda cita mais motivos para cada personagem ser campeão, e isso funciona demais. O longa é uma refilmagem de uma trama espanhola de 2018, mas que não achei para conferir ainda, então vou considerar esse como sendo o primeiro e falarei como senti com ele abaixo.

O longa nos conta que Marcus é um ex-técnico profissional de basquete que, como parte de seu serviço comunitário, é ordenado pelo tribunal a trabalhar com uma equipe de jogadores com deficiência intelectual. Logo de cara, Marcus tem várias dúvidas sobre a capacidade do time, e não acredita no potencial dos jogadores. Porém, com o tempo, o técnico teimoso e cabeça-quente começa a perceber que, trabalhando em equipe, o time pode chegar mais longe do que ele imaginava.

É bacana ver que o diretor Bobby Farrelly que tem o costume de fazer muitos longas com comicidade exagerada aqui se manteve mais centrado, trabalhando sim algumas piadas duplas, mas que dentro do contexto do filme não ficaram tão forçadas, e principalmente brincou mais com o lado motivacional de um cara que só quer inicialmente cumprir sua pena, e depois passa a ter um grande envolvimento com os garotos. Claro que isso ficaria bem claro para todos que já viram uma tonelada de filmes desse estilo, seja com jovens com deficiência, pobres ou órfãos, mas sempre que bem trabalhado funciona como uma cartilha bem tradicional a ser seguida. Ou seja, quem for conferir esperando algo que vá muito além é capaz de se decepcionar, mas quem pegar a ideia do diretor e conferir com um bom envolvimento vai acabar gostando até mais do que o esperado.

Quanto das atuações, a grande base ficou para Woody Harrelson que soube dominar bem todo o estilo com seu Marcus, fez um bom treinador, se envolveu bem com os garotos e trabalhou seus trejeitos para que não ficasse forçado no papel, de tal forma que pelo carisma dele foi uma ótima escolha, pois chamou para si a responsabilidade e agradou bastante. Kaitlin Olson também fez bons atos com sua Alex, trabalhando bem o lado emocional de irmã e conseguindo encaixar um bom ritmo na conexão com o protagonista. Quanto dos jovens todos foram muito bem, são realmente atores com algum tipo de deficiência intelectual, e vale destacar claro Kevin Iannucci com seu Johnny cheio de boas sacadas e tendo mais interações por ser irmão do par romântico do protagonista, Joshua Felder mais pelo potencial de jogo com seu Darius, e claro toda a explosão de personalidade de Madison Tevlin com sua Consentino, que botou banca em muitas cenas e chamou a responsabilidade para si sem nem pensar duas vezes.

Visualmente o longa mostra bons jogos, meio que repetidos de times (uma falha meio que estranha de mostrar quase sempre a mesma técnica e os mesmos jogadores adversários), uma quadra meio que de improviso, alguns atos nas casas dos protagonistas, a van de atuação da protagonista que vira ônibus do time, e alguns atos mais soltos em restaurantes, de tal maneira que a equipe de arte fez um trabalho honesto dentro do estilo, que talvez até desse para ir um pouco além, mas foi agradável de ver.

Enfim, é um filme bem gostoso, simples e interessante, que fui assistir sabendo exatamente o que veria, mas que funcionou e me entreteve durante toda sua duração, sem ter cenas sobrando, com o corte na medida certa, além claro do texto motivacional, então quem quiser algo desse estilo fica a recomendação de play (está por enquanto apenas para locação na Amazon e em várias outras plataformas, mas acredito que em breve vire parte do catálogo normal). E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.

PS: Alguns vão falar, nossa você falou tão bem e deu apenas 7 para o longa, e a resposta é bem direta, que sim, pois faltou um ar mais emocional realmente para dar aquele soco que gostamos de ver nesse estilo, mas não é nada que atrapalhe a experiência, então fica a dica... e claro que tentarei ver a versão original se aparecer nos streamings da vida!


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