AppleTV+ - The Beanie Bubble - O Fenômeno das Pelúcias (The Beanie Bubble)

8/01/2023 12:14:00 AM |

Quando forem estudar o ano de 2023 nas faculdades de cinema lá na frente provavelmente vão citar como o ano das marcas e produtos, pois o tanto de história que andam desenvolvendo desse estilo, alguns contando com muito dinheiro das marcas originais famosas, outros apenas contando como viraram cases de sucesso, de tal forma que agora vamos acabar comparando um com o outro, e dessa maneira diria que o longa da AppleTV+, "The Beanie Bubble - O Fenômeno das Pelúcias" ficaria bem no meio do caminho entre "Air - A História Por Trás do Logo" e "Flamin' Hot - O Sabor Que Mudou o Mundo", pois trabalha bem como foi a história dos bichinhos de pelúcia que viraram febre nos anos 90, mas também conta como uma companhia familiar acabou se desestruturando pelo ego gigantesco e infantil do proprietário, isso claro contado pelas mulheres que fizeram a companhia decolar e não viram seus bolsos decolarem também dentro do processo. Que partes são reais mesmo ou quais foram inventadas, não saberemos bem, mas a forma que a trama começa já dita isso: "Há partes da verdade que é impossível inventar. O resto nós inventamos", e a grande sacada da trama foi desenvolver tudo de uma forma bem quebrada para mostrar a mentalidade de Ty Warner, que ainda vemos muitos bichinhos com sua etiqueta sendo vendido por aí, mas que desceu muito do estouro que foi nos anos 90, isso sem dúvida aconteceu, e no longa entendemos um pouco o motivo. Só não diria que o filme foi mais além, pelo mesmo motivo do filme do tênis famoso, explicar corporativismo demais, de tal forma que quem é do meio vai entender e se enxergar ali, mas o grande público acabará se perdendo um pouco com tudo, e isso é o que sobrou no longa dos salgadinhos, funcionando muito mais por lá.

Por que o mundo de repente tratou bichos de pelúcia como ouro? Ty Warner era um vendedor de brinquedos frustrado até que sua colaboração com três mulheres transformou seu golpe de mestre em uma ideia na maior mania de brinquedos da história. O longa é uma história inventiva sobre o que e quem valorizamos, e os heróis desconhecidos cujos nomes não apareciam na etiqueta em forma de coração.

É bem fácil entender os problemas do longa, o principal é o estilo explicativo demais de dois diretores praticamente estreantes em longas, que quiseram apresentar bem os personagens e tudo o que ocorreu da maneira mais didática possível, de tal forma que Kristin Gore e Damian Kulash trabalharam bem toda a essência da empresa, seu crescimento exponencial e todo o estouro que foram as pelúcias mais moles, e claro mostraram que o grande problema da empresa de não estar ainda nas nuvens mercadológicas foi não ouvir as pessoas que fizeram o empresário crescer (algo que vemos todos os dias em empresas familiares que crescem rapidamente e perdem a essência que a fez crescer!). Ou seja, acabou sendo um filme com boas sacadas do estilo, mas talvez se jogasse mais com a comicidade dos personagens, usando artifícios até mais teatrais talvez, o resultado ainda seria bem visto, funcionaria como uma "biografia" da empresa, mas traria o público que curte apenas histórias de cinema para perto do ambiente corporativo, e não o inverso, mas ainda assim o resultado da trama funciona bem, afinal são grandes atores protagonistas, e isso sempre salva um diretor estreante, mesmo que a bagunça temporal oscilando entre 1983, 1993 e 1999 nos deixe um pouco perdidos com tudo na tela. 

E falando das atuações, o grande destaque da produção é Geraldine Viswanathan com sua Maya, uma jovem muito além do seu tempo, disposta a fazer de tudo na empresa, apresentando a internet e todos os meios de marketing online para o empresário, criando praticamente o estouro da marca com suas ideias, e a jovem atriz soube pegar toda a perspectiva e personalidade se jogando com trejeitos, sacadas e tudo mais que pudesse para que o filme ficasse quase que seu, o que mostrou um potencial imenso para ela, e veremos com certeza seu nome mais vezes nas telonas. Elizabeth Banks entregou sua Robbie com tantas facetas durante os anos, mudando personalidade, cabelo, estilo e tudo mais com uma desenvoltura única para mostrar desde o momento que foi desejar os pêsames para Ty até sua grandiosa virada passando por muitos perrengues e abusos tanto na relação pessoal quanto profissional com o empresário, sendo bem colocada e marcante de ver na tela. Da mesma forma, Sarah Snock trabalhou sua Sheila com uma pegada inicial meio que de desconfiança, se soltando aos poucos junto com as filhas, sendo bem expressiva para com cada tipo de momento até seu fim bem diferente de tudo, mostrando também uma relação difícil com o empresário que não sabia bem o que queria. E claro tenho de falar de Zach Galifianakis fazendo um Ty Warner cheio de trejeitos, manias e personalidades, com uma pegada que traz um certo humor até que meio estranho para o ator, mas que funcionou dentro da forma que quiseram representar o empresário, e agora entendemos o tanto que ele emagreceu tanto para vida quanto para fazer o personagem, pois como é mostrado Warner era maluco por cirurgias plásticas, e o ator soube usar bem isso com seu estilão mais jogado, ou seja deu bem certo. Quanto aos demais, vale o destaque para as garotinhas Madison Johnson e Delaney Quinn por suas sagacidades como Ava e Maren, e também para a bem ácida Rose feita por Tracey Boonner, o que mostrou ser um elenco bem disposto a entregar tudo na tela.

Visualmente a equipe brincou com muitas pelúcias de tudo quanto é formato possível, mostrando desde o começo com gatos de pelúcia gigantes, depois para outros formatos, até chegar nos pequenos que viraram febre e os mini que saíram em promoções de lanches, mostrou a empresa crescendo e tendo cada vez mais pessoas trabalhando, várias reuniões de negócios, e claro as mansões do protagonista, tudo bem repleto de detalhes e muita representação de época, ou seja, a equipe de arte trabalhou bastante para mostrar os computadores gigantes, o começo da internet, e tudo mais dos anos 90! 

Enfim, é um filme bem interessante que dava para ir mais além, mas para isso precisaria ter colocado ainda mais invenções na trama, e jogar com mais humor ou mais dramas talvez, não ficando no meio do caminho, pois aí sim o resultado seria incrível, porém ainda vale bastante a conferida como ideia de não destruir os funcionários de uma empresa, então fica a dica como longa motivacional (ou não, depende do ponto de vista de quem vai assistir!). E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais dicas, então abraços e até logo mais.


0 comentários:

Postar um comentário

Obrigado por comentar em meu site... desde já agradeço por ler minhas críticas...