Já falei no começo, mas vale o reforço de elogios para o diretor Neill Blomkamp, que muitos conhecem por "Distrito 9", "Elysium" e "Chappie", e sabem da qualidade técnica que sempre dominou suas obras, mas aqui ele foi muito, mas muito além, pois pegou a história de Jann Mardenborough, uniu com toda a ideia da competição criada pela Nissan e a GT Academy de 2011, e transportou para dentro da franquia criada em 1997, de tal maneira que vemos toda a ideia de concepção de carros tão perfeitos no simulador aonde os jogadores sabem identificar até problemas de aquecimento de freio e tudo mais, e junto com uma história de superação incrível na vida do garoto, pois sem dar spoilers sua primeira corrida profissional foi algo que certamente lhe marcou demais, e usando desses artifícios o diretor foi levando o público para dentro dos carros, e consequentemente das corridas, aonde a tela fica imensa, a visão nos leva longe, e as técnicas computacionais são de virar os olhos (eis que aqui cito a cena aonde o carro é literalmente desmontado peça a peça no meio da corrida para mostrar o garoto como se tivesse jogando no seu console em casa, e tudo retorna se montando novamente como o carro na tela). Ou seja, a trama foi brilhantemente escrita para algo que convencesse o público, usou a história de vida do jovem jogador que virou piloto profissional (aliás o verdadeiro Jann é dublê aqui do protagonista da história, pois são muito parecidos), conseguiu usar a ideia do jogo transportada muito perfeitamente para a telona, e principalmente, foi tão bem dirigida que empolgou demais quem for assistir na telona (e já peço demais que vejam na maior tela possível, pois não é um filme que vai ficar legal visto na TV de casa, muito menos num computador ou celular como muitos veem alguns longas!).
Sobre as atuações, diria que o jovem Archie Madekwe conseguiu convencer bem com seu Jann Mardenborough, tanto visualmente por parecer muito com o verdadeiro gamer/piloto, quanto pelo semblante sério nos momentos mais precisos, desesperado em relação aos acontecidos, e com muita disposição para mostrar que entendia do que estava fazendo ali, sendo mais fechado, tímido para as câmeras, e se desenvolvendo bem durante toda a trama, e fez o principal, que é fazer com que o público comprasse sua história e torcesse pelo personagem, pois muitos atores fariam apenas o básico e o ator teve esse carisma na tela. E falando em carisma tenho de falar de David Harbour com seu Jack Salter, pois o ator conseguiu pegar um ex-piloto e agora engenheiro-chefe e não ser nenhum pouco motivacional com os garotos, botando eles para sofrer ao máximo, mas claro criando personalidades neles, e soube trabalhar traquejos tão gostosos de ver, que mesmo sendo durão acaba encantando, e convence demais em suas cenas de preocupação com o garoto, usa artifícios musicais e dá show, sendo sem dúvida um de seus melhores personagens, e olha que já fez muita coisa. Orlando Bloom está bem diferente do que vimos em outros filmes, com um ar mais velho, mas sendo bem preciso com seu Danny Moore, trabalhando como um bom marqueteiro deve ser, empolgado, disposto a arriscar, e sabendo encaixar dinâmicas bem colocadas na trama, ou seja, fez o time. Ainda tivemos Djimon Hounson emocionando bastante como o pai do garoto, Maeve Courtier-Lilley bem doce como a namorada do rapaz, mas sem dúvida ficamos com muita raiva de Josha Stradowski com seu Nicholas Cappa, pois sendo daqueles filhinhos de papai rico como a maioria dos corredores, conseguiu irritar demais, e isso é um tremendo potencial de vilão.
Visualmente a trama é incrível, pois filmaram nas maiores pistas de corrida do estilo, usaram com certeza muitos momentos das filmagens do jogo que cada vez mais estão perfeitamente realistas (aliás no final enquanto sobem os créditos é mostrado como a equipe do jogo cria os escaneamentos dos carros, das peças e das pistas para ficar tão real), vemos carros velozes e bem detalhados (volto para o que falei da desmontagem na tela), temos acidentes bem reais e intensos, muita disputa e desenvolturas, ou seja, a equipe de arte foi tão precisa nos detalhes que se não conhecêssemos alguns atores iríamos achar que filmaram as corridas reais apenas trocando os rostos nas cenas mais abertas, o que realmente fizeram em alguns atos, e isso deu tanto conteúdo visual para a trama que brilha na telona gigante.
Outro ponto positivo da trama ficou a cargo da trilha sonora, que é divertidíssima pelo gosto musical dos verdadeiros Jann e Jack, pois Jann adora ouvir Kenny G e Enya para desestressar antes das corridas, e Jack gosta dos clássicos de Black Sabath, ou seja, algo bem eclético que deu o tom do começo ao fim, além de muito barulho dos motores e trilhas empolgantes de fundo, o que não ia deixar de colocar o link para todos curtirem.
Enfim, pode até ser que esteja dando uma nota emocionado demais com o que vi na tela, pois até dá para achar defeitos em alguns detalhes da trama, porém não suficientes para que eu tire um ponto inteiro, então se fosse dar uma nota quebrada daria 9.5, o que ainda é uma tremenda nota, mas vou manter a nota máxima pois conseguiu me fazer emocionar em algumas cenas com a família do garoto, me divertir com as sacadas das músicas, ver todo o treinamento intenso bem feito, e claro com todas as corridas imponentes aonde me vi dentro do cockpit pilotando os carros junto do protagonista, ou seja, volto a recomendar demais que o filme seja visto nos cinemas, na maior tela possível (eu vi em Imax com o som no máximo vibrando tudo!) pois certamente quem ver em casa não terá as mesmas sensações. Então fica a dica, e eu fico por aqui hoje deixando meus abraços com vocês.
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