Loucas em Apuros (Joy Ride)

Costumo dizer que filmes envolvendo amizades e viagens tendem a gerar tanto atos divertidos quanto alguns mais introspectivos de auto conhecimento entre os personagens que acabam sendo bonitos e interessantes de ver, porém o primeiro e o segundo atos de "Loucas em Apuros" são tão explosivos que talvez um fechamento explosivo agradasse mais do que as emoções aflorarem nos atos finais, porém ainda assim o resultado acaba sendo gostoso de ver meio que num estilo que não estamos tão acostumados a ver, e assim sendo quem arriscar conferir pode gostar ou odiar muito na mesma proporção. Ou seja, é daqueles filmes que parecem diferentões no começo, mas que finalizam de uma forma comum bem tradicional.

A sinopse nos conta que as amigas Audrey, Lolo, Kat e Deadeye se unem após uma viagem a negócios mal-sucedida. Juntas, as quatro vão vivenciar uma jornada épica pela Ásia em busca de uma das mães biológicas delas, passando por diversos momentos de autodescoberta, estreitando ainda mais seus laços de amizade e aprendendo a amar a si mesmas antes de qualquer coisa

Diria que talvez o maior problema do longa seja a estreia da roteirista Adele Lim que escreveu o brilhante "Raya e o Último Dragão" como diretora, de tal maneira que quis ousar demais em tudo e acabou se perdendo no que queria fazer realmente, colocando tudo de forma explosiva demais no começo, e emotiva demais no final não se impondo com um resultado completo como o texto propunha. Ou seja, é um filme com bons atos soltos, mas que juntos parecem meio que bagunçados demais, e assim não atingem algo maior, e que talvez nas mãos de alguém mais experiente chamaria mais atenção. Porém friso que não é um filme ruim, principalmente pelo bom texto, mas que dava para ir além.

Sobre as atuações, Ashley Park ficou muito em segundo plano com sua Audrey, de modo que como uma protagonista acabou sumindo um pouco de cena, e quando se colocava na frente acelerava demais suas entregas sem impressionar realmente, ou seja, faltou ir além também, e isso pode ser devido a direção não ter pegado mais firme e desenvolvido ela. Já Sherry Cola não se segurou com sua Lolo e botou a cara para jogo do começo ao fim, de tal maneira que acaba sobrepondo a protagonista em todos os atos, contando com uma pegada cômica bem suja, mas bem trabalhada, agradando com sua entrega. Stephanie Hsu também não foi muito além com sua Kat, segurando uma pegada meio escondida demais que quando se expõe parece ficar ainda mais fechada, ou seja, talvez pudesse ter se jogado sem precedentes que agradaria mais. E por fim Sabrina Wu conseguiu soar bem interessante com sua Deadeye, de forma que não explodiu nem foi muito fechada, e assim conseguiu absorver e se conectar bem com todas as demais em cena, ou seja, a mais diferente do grupo foi a melhor em cena.

Visualmente a trama trabalhou bem algumas boates chinesas, algumas festividades familiares, mostrando claro um pouco de novela aonde uma das protagonistas trabalha, um hotel com um time inteiro de basquete, e até algumas paisagens naturais do país, passando também um pouco pela Coreia, e assim brincando um pouco com os vários tipos de asiáticos, que para os americanos são tudo a mesma coisa. Ou seja, a equipe de arte se preocupou bem com as locações já prontas para não precisar criar tanto, tirando claro o clipe de K-pop que foi muito divertido de ver.

Enfim, não é um filme que diria ser uma bomba, mas que tem falhas demais para conseguir ir além e criar algo que ficasse marcado realmente, porém dá para dar algumas boas risadas e curtir o resultado por completo, desde que não se espere muito dele. E assim sendo diria que recomendo com muitas ressalvas, e fico por aqui hoje, então abraços e até logo mais.