Diria que a grande sacada do diretor Yûsuke Ishida foi usar um elenco bem disposto para se envolver com as coisas mais malucas possíveis, e claro ter um orçamento bem ousado para destruir coisas e colocar uma tonelada de figurantes andando todo melecado com uma gosma preta nas ruas, dentro dos estabelecimentos e onde quer que pensássemos, usando as vezes poucas roupas por estarem em um motel, usando todo tipo de ornamento nas ruas mais movimentadas, e assim sucessivamente por onde quer que o grupo passe, e claro que usando a referência na mensagem que atualmente muitos trabalham tanto que são quase zumbis operacionais, ele conseguiu brincar bem com toda a ideia e desenvolver sua trama com estilo. Ou seja, por mais maluco que seja tudo, o filme tem um estilo interessante, e o diretor brincou bem com toda a essência, com as locações e com as desenvolturas, de tal forma que daria para ter feito algo menos bizarro para que fosse além.
Sobre as atuações, diria que Eiji Acaso conseguiu entregar muita personalidade para seu Akira Tendo, passando bem todo o envolvimento de muitos jovens que desejam trabalhar em grandes empresas, e que quando veem já estão sendo mais zumbis que tudo, trabalhou bem a personificação e o desespero em alguns atos e conseguiu ser criativo com o que faz em suas cenas mais soltas, o que acaba agradando bastante. Mai Shiraishi também deu boas desenvolturas para sua Shizuka, mostrando um ar mais solto e individualista, mas que quando entra no trio de vez consegue se impor e chamar muita atenção. Shuntarô Yanagi trabalhou seu Kencho de uma forma mais segura e direta, mostrando ser um pouco covarde, mas com atitudes ao menos, o que acaba agradando ao se juntar melhor mais para os atos finais. E ainda tivemos claro Kazuki Kitamura como o chefe impositivo e cheio de expressividade, que entrega atos intensos no começo e também no final, mas que acaba soando até bobo demais em alguns atos, e isso talvez pudesse ter sido melhorado um pouco.
Visualmente a produção se mostrou gigantesca, com muitas explosões, carros batendo, coisas sendo destruídas, vários figurantes com os figurinos mais diversos possíveis, uma loja de artigos variados aonde os protagonistas usam de tudo, um escritório bem tradicional de filmagens cheio de elementos e toda papelada burocrática aonde os trabalhadores praticamente moram lá com várias horas extras a fio, depois vemos um show de fogos de artifício, o apartamento do jovem sendo arrumado, acampamentos, saltos de paraquedas, fontes termais, até chegarmos no aquário aonde as coisas ficam ainda mais malucas com tubarões zumbis também, ou seja, a equipe de arte brincou bastante do começo ao fim.
Enfim, é um filme bacana e bem feito, que acaba sendo meio exagerado demais em vários momentos, mas que funciona dentro da proposta, sendo interessante de ver e agradando como um bom passatempo bem maluco, então quem curte o estilo pode dar o play e se divertir, claro sem esperar muito dele, pois não vai chegar muito longe, e tenho uma grande reclamação, que o filme se chama 100 coisas, e só chegam no final bem perto de 19, ou seja, dava para brincar mais. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.
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