Netflix - 100 Coisas Para Fazer Antes de Virar Zumbi (Zom 100: Zombie ni Naru made ni Shitai 100 no Koto) (ゾン100~ゾンビになるまでにしたい100のこと~) (Zom 100: Bucket List of the Dead)

8/07/2023 12:04:00 AM |

Diria que o filme japonês que estreou na Netflix, "100 Coisas Para Fazer Antes de Virar Zumbi", tem boas sacadas e entrega uma aventura cômica divertida que serve como um passatempo levinho ao mesmo tempo que critica o excesso de trabalho de algumas pessoas, mostrando que por vezes trabalhamos tanto sem fazer o que gostamos que ficamos zumbis nos escritórios da vida ao invés de aproveitarmos a vida realmente fazendo o que desejamos. Claro que isso é apenas uma mensagem no meio de uma trama bem doida de zumbis, que forçam a barra mais do que tudo, mas quem curte o estilo até vai se divertir com os devoradores de tudo quanto é tipo aparecendo nos atos mais malucos possíveis. Claro que está bem longe de ser algo perfeito, mas agrada de certa forma como algo para passar o tempo na frente da TV.

A sinopse nos conta que Akira Tendo trabalha por horas a fio em uma empresa exploradora na qual também sofre assédio do chefe. Sentindo-se mais morto do que vivo, um dia, ele acorda e descobre que a cidade foi invadida por zumbis. Pelo menos, ele não precisa mais trabalhar! Ao ver uma colega de trabalho que admirava se transformar em zumbi, ele se dá conta de que prefere ter o mesmo destino, se não puder fazer o que gosta. Assim, Akira cria uma lista de 100 coisas para fazer antes de virar zumbi: acampar em casa, voar de parapente, experimentar SUP yoga, entre outros antigos sonhos. Como será viver a vida intensamente em meio a um apocalipse zumbi? Será que ele conseguirá enfrentar um enorme tubarão zumbi ao realizar o sonho de se tornar um super-herói que salva a todos?

Diria que a grande sacada do diretor Yûsuke Ishida foi usar um elenco bem disposto para se envolver com as coisas mais malucas possíveis, e claro ter um orçamento bem ousado para destruir coisas e colocar uma tonelada de figurantes andando todo melecado com uma gosma preta nas ruas, dentro dos estabelecimentos e onde quer que pensássemos, usando as vezes poucas roupas por estarem em um motel, usando todo tipo de ornamento nas ruas mais movimentadas, e assim sucessivamente por onde quer que o grupo passe, e claro que usando a referência na mensagem que atualmente muitos trabalham tanto que são quase zumbis operacionais, ele conseguiu brincar bem com toda a ideia e desenvolver sua trama com estilo. Ou seja, por mais maluco que seja tudo, o filme tem um estilo interessante, e o diretor brincou bem com toda a essência, com as locações e com as desenvolturas, de tal forma que daria para ter feito algo menos bizarro para que fosse além.

Sobre as atuações, diria que Eiji Acaso conseguiu entregar muita personalidade para seu Akira Tendo, passando bem todo o envolvimento de muitos jovens que desejam trabalhar em grandes empresas, e que quando veem já estão sendo mais zumbis que tudo, trabalhou bem a personificação e o desespero em alguns atos e conseguiu ser criativo com o que faz em suas cenas mais soltas, o que acaba agradando bastante. Mai Shiraishi também deu boas desenvolturas para sua Shizuka, mostrando um ar mais solto e individualista, mas que quando entra no trio de vez consegue se impor e chamar muita atenção. Shuntarô Yanagi trabalhou seu Kencho de uma forma mais segura e direta, mostrando ser um pouco covarde, mas com atitudes ao menos, o que acaba agradando ao se juntar melhor mais para os atos finais. E ainda tivemos claro Kazuki Kitamura como o chefe impositivo e cheio de expressividade, que entrega atos intensos no começo e também no final, mas que acaba soando até bobo demais em alguns atos, e isso talvez pudesse ter sido melhorado um pouco.

Visualmente a produção se mostrou gigantesca, com muitas explosões, carros batendo, coisas sendo destruídas, vários figurantes com os figurinos mais diversos possíveis, uma loja de artigos variados aonde os protagonistas usam de tudo, um escritório bem tradicional de filmagens cheio de elementos e toda papelada burocrática aonde os trabalhadores praticamente moram lá com várias horas extras a fio, depois vemos um show de fogos de artifício, o apartamento do jovem sendo arrumado, acampamentos, saltos de paraquedas, fontes termais, até chegarmos no aquário aonde as coisas ficam ainda mais malucas com tubarões zumbis também, ou seja, a equipe de arte brincou bastante do começo ao fim.

Enfim, é um filme bacana e bem feito, que acaba sendo meio exagerado demais em vários momentos, mas que funciona dentro da proposta, sendo interessante de ver e agradando como um bom passatempo bem maluco, então quem curte o estilo pode dar o play e se divertir, claro sem esperar muito dele, pois não vai chegar muito longe, e tenho uma grande reclamação, que o filme se chama 100 coisas, e só chegam no final bem perto de 19, ou seja, dava para brincar mais. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto em breve com mais textos, então abraços e até logo mais.


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