Telecine - O Candidato Independente (The Independent)

8/17/2023 12:42:00 AM |

Ultimamente, fora das grandes estreias dos streamings, eu andava dando play em uns filmes que pareciam bons, mas depois acabam sendo tão estranhos e ruins que acabava ficando bem desapontado, parecendo que meu faro para bons filmes andava desligado, mas ontem vi o pôster e a sinopse do longa "O Candidato Independente" na plataforma da Globoplay/Telecine e fiquei com muita vontade de ver, mas por alguma falha no sistema de comunicação entre a plataforma e a Claro que sou assinante, não consegui ver, até hoje nada, então resolvi ir por outro caminho usando os dias grátis de Telecine dentro da Amazon Prime Video (e lá é muito mais fácil e mais barato, se não resolverem pela Claro já sei que o cancelamento virá e vou pela outra forma!), e eis que meu faro voltou a funcionar bem, pois é um tremendo filmaço investigativo, daqueles que você praticamente gruda na protagonista para ir além da notícia, desenvolvendo todas as ideias e formas para conseguir o furo gigantesco, e mais do que isso, acabamos vendo algo que embora não seja uma história real, tem muito embasamento em alguns casos que já vivemos, e sempre por trás de uma mentira vem outra maior até a bolha ficar gigante. Ou seja, vale bem a conferida como um ótimo filme, e também a reflexão levando a história conspiratória para outros rumos, pois tem conexão.

A sinopse nos conta que são as últimas semanas da campanha eleitoral presidencial mais importante da história dos Estados Unidos. A América está prestes a eleger sua primeira mulher presidente ou finalmente quebrar o impasse bipartidário do país com seu primeiro candidato independente viável. Reportando a história como ela é feita, uma jovem jornalista idealista tem a oportunidade de trabalhar com seu ídolo, o veterano colunista político de Washington Nick Booker. Eli está perseguindo uma história sobre cortes orçamentários e, seguindo o dinheiro, ela e Booker descobrem uma conspiração financeira que coloca o destino da eleição, do país e da democracia em suas mãos.

A diretora Amy Rice começou sua carreira fazendo o documentário da eleição de Barack Obama, e depois trabalhou ainda com vários outros documentários e agora indo para o lado ficcional escolheu uma obra bem interessante e cheia de nuances, aonde conseguiu brincar com uma ideia forte e ainda ter uma reviravolta bem no miolo com uma densidade bem marcante, daquelas que você está no mesmo rumo que os personagens, pronto para explodir a bomba e tudo vira de ponta cabeça, além disso a pobre jornalista que é a protagonista ainda teve outras dificuldades, mas tudo muito bem pautado pela diretora. Ou seja, é daqueles filmes que você se envolve muito fácil com tudo, acaba preso no estilo de conspirações, e acaba seguindo todos os passos certinhos que a diretora quis mostrar, entregando um pouco de sua experiência na política junto com um bom envolvimento dos protagonistas, que acabou funcionando bastante do começo ao fim. Claro que tem alguns momentos meio que desnecessários dentro do contexto aonde desejavam seguir, mas para dar aquela incrementada ficcional foi preciso dar um pouco de sentimentos familiares para a protagonista, e assim temos algumas quebras, mas nada que tenha atrapalhado o resultado final.

E falando dos protagonistas, Jodie Turner-Smith fez sua Eli com tanta personalidade, com muito estilo e cheia de sacadas bem trabalhadas para se infiltrar como uma boa jornalista investigativa deve ser, sabendo encaixar perguntas, ter o tino certeiro para situações possíveis e impossíveis, e principalmente mantendo o olhar de vontade de ir além no nível máximo conseguiu nos conquistar para que acompanhássemos ela bem ao seu lado, o que dá uma perspectiva bem interessante para a personagem e para a trama. Brian Cox entregou um Nick Booker bem imponente, mostrando bastante o estilo clássico dos analistas políticos, com uma agenda de milhões para encontrar fontes e marcar reuniões, mas principalmente sabendo entregar olhares cativos para conquistar sua fã e dar voz para que seu texto fosse além, fosse bem montado, e o ator experiente fez basicamente a mesma coisa com a atriz mais jovem, voltando todos os olhares para ela. John Cena trabalhou seu Nate Sterling com uma boa imposição de político boa pinta, com estilo para seus discursos, e muita determinação nas escolhas de palavras e gestos, de tal forma que convence bem no papel e vai além em tudo o que demonstra. Diria que Ann Dowd até trabalhou bem sua Patricia Turnbull, mas diria que fez mais uma senadora meio que cansada do que uma candidata com muita vontade de assumir a presidência, tendo um estilão meio que sem brilho, o que poderia ter sido melhorado pela atriz que sabe ser imponente. Ja Luke Kirby teve dois vértices com seu Lucas, o de namorado apaixonado e o de marqueteiro do candidato, de tal forma que soube trabalhar bem com as poucas cenas que apareceu, mas encaixando bem na resolução do conflito, o que acaba chamando muita atenção também. E por fim ainda vale um leve destaque para Stephen Lang como o editor-chefe do jornal, que mostrou bem o estilo desses grandes peixes que fazem a voz do mundo ser lida, e com reuniões bem diretas mostrou personalidade e bons atos, que valeriam até ter um pouco mais do ator na tela.

Visualmente a diretora não quis onerar muito seu orçamento e fez uma redação bem básica de um jornal, com alguns computadores e poucas salas, algumas outras salas de uma contabilidade, se duvidar é o outro lado do jornal, um restaurante também bem simples, sem grandes aberturas, a casa dos pais da protagonista, e aonde deu um pouco mais de movimento num comício aonde vemos um grupo grande de figurantes, mas que também não tem tantas movimentações de câmera para poder enganar na edição, ou seja, só a papelada mesmo da investigação que foi algo marcante de elemento cênico, mas o filme todo ficou mesmo na história e na atuação dos personagens.

Enfim, é um filme que acaba sendo polêmico pelo estilo de conspiração colocado de algumas campanhas misteriosas de eleições, mas que funciona bastante também como cinema ficcional, e assim sendo diria que a diretora soube criar um envolvimento interessante de ver e que certamente vai agradar por dar a tensão na medida certa para o público que der o play. Claro que tem falhas, mas ainda assim é um filmão que vale a conferida e eu recomendo. E é isso pessoal, fico por aqui hoje, mas volto amanhã com mais textos, então abraços e até logo mais.


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